A Copa das Copas, como carinhosamente a batizamos, será também a Copa pela paz e contra o racismo, pela inclusão e contra todas as formas de preconceito.
Dilma Rousseff (*) – Carta Maior
Brasília - O artigo assinado pela presidente Dilma Rousseff,
no domingo, em defesa da Copa do Mundo no Brasil repercutiu na imprensa
estrangeira, com a publicação do texto em jornais dos países que enviaram
atletas para o mundial esportivo, além de China e África do Sul.
Já foram relatadas ao governo brasileiro, pelas respectivas
embaixadas nos países, as publicações feitas por jornais de Nigéria, Argélia,
Grécia, Alemanha, Suíça, Colômbia, Argentina, Holanda, Portugal, Inglaterra,
Espanha, México, Uruguai, Rússia, França, China, Itália, Honduras, Japão,
Estados Unidos, Chile e Bósnia e Herzegovina.
Conheça abaixo o vídeo da canção oficial do programa
"De Zurda" (De canhota), da Telesul, no qual Maradona, Junto com
Víctor Hugo Morales, narrarão todos os detalhes do mundial de futebol no
Brasil. "Quando o mundo estiver ao contrário, é melhor pegá-lo de esquerda
e vamos celebrar a festa até que saia o campeão", diz a letra.
A Copa das Copas
Por Dilma Rousseff
A partir desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo
estarão voltados para o Brasil. Trinta e duas seleções, representando o melhor
do futebol mundial, estarão disputando a Copa do Mundo, a competição que de
quatro em quatro anos transforma a todos nós em torcedores.
É o momento da grande festa internacional do esporte. É também o momento de celebrarmos, graças ao
futebol, os valores da competição leal e da convivência pacífica entre os
povos. É a oportunidade de revigoramos os valores humanistas de Pierre de
Coubertin. Os valores da paz, da concórdia e da tolerância.
A "Copa das Copas", como carinhosamente a
batizamos, será também a Copa pela paz e contra o racismo, a Copa pela inclusão
e contra todas as formas de preconceito, a Copa da tolerância, da diversidade,
do diálogo, do entendimento e da sustentabilidade.
Organizar a Copa das Copas é motivo de orgulho para os
brasileiros. Fora e dentro de campo, estaremos unidos e dedicados a oferecer um
grande espetáculo. Durante um mês, os visitantes que estiverem em nosso país
poderão constatar que o Brasil vive hoje uma democracia madura e pujante.
O país promoveu, nos últimos doze anos, um dos mais exitosos
processos de distribuição de renda, aumento do nível de emprego e inclusão
social do mundo. Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, elevando,
em uma década, à classe média 42 milhões de pessoas e retirando da miséria 36
milhões de brasileiros.
Somos também um país que, embora tenha passado há poucas
décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia vibrante. Desfrutamos da mais
absoluta liberdade e convivemos harmonicamente com manifestações populares e
reivindicações, as quais nos ajudam a aperfeiçoar cada vez mais nossas
instituições democráticas.
Em todas as 12 cidades-sedes da Copa, os visitantes poderão
conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro. Somos o país da música,
das belezas naturais, da diversidade cultural, da harmonia étnica e religiosa,
do respeito ao meio ambiente.
De fato, o futebol nasceu na Inglaterra. Nós gostamos de
pensar que foi no Brasil que fez sua moradia. Foi aqui que nasceu Pelé,
Garrincha, Didi e tantos craques que encantaram milhões de pessoas pelo
mundo. Quando a Copa volta ao Brasil
depois de 64 anos é como se o futebol estivesse de volta para a sua casa.
Somos o País do Futebol pelo glorioso histórico de cinco
campeonatos e pela paixão que cada brasileiro dedica ao seu clube, aos seus
ídolos e a sua seleção. O amor do nosso povo por esse esporte já se tornou uma
das características de nossa identidade nacional. Para nós o futebol é uma
celebração da vida.
Em nome de 201 milhões de brasileiras e brasileiros, estendo
as boas-vindas aos torcedores da França e a todos os visitantes que vierem ao
Brasil compartilhar conosco a "Copa das Copas".
(*) Presidenta da República Federativa do Brasil
Créditos da foto: Friedemann Vogel/Fifa/Getty Images
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