Postado
por .Daniela Asevedo / http://www.brasiliaempauta.com.br/
A afiliada da Rede
Globo de Televisão em Minas Gerais, é suspeita de participar de um esquema de
arrecadação ilícita de recursos, através da venda subfaturada de Nióbio, metal
raro cuja incidência de 98% das jazidas estão no Brasil, único país que o fornece
ao mundo. O minério é usado para a fabricação de turbinas, naves espaciais,
aviões, mísseis, centrais elétricas e super aços. As informações são do
NovoJornal e do grupo de “hacktivistas” Anonymous Brasil.
O esquema teria sido
montado para financiar a expansão da Rede Globo em Minas e a principal suspeita
de irregularidade encontrada foi o fato do dirigente da Rede Integração,
Antônio Leonardo Lemos Oliveira ter assumido a vice presidência da Companhia de
Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), empresa pertencente ao
governo de Minas encarregada de administrar o patrimônio minerário do Estado,
inclusive o Nióbio.
Tudo isso teria sido
feito sem se afastar da emissora e para executar um projeto político, usando a
emissora como carro chefe em um movimento para que o grupo Moreira Salles
esteja à frente de todas as emissoras afiliadas da Globo no estado. Vale
lembrar que emissoras de TV e rádio são concessões públicas.
Investigações - A venda
e exploração do Nióbio no município mineiro de Araxá é objeto de investigação
pelo Ministério Público em MG e um relatório da Receita Federal, que investigou
a evasão de divisas existente na venda subfaturada do mineral traz a suspeita
de uma possível transferência de recursos obtidos pela Companhia Mineradora de
Piroclaro de Araxá (Comipa) e pela Companhia Brasileira de Metalurgia e
Mineração (CBMM), empresa do Grupo Moreira Sales, para a Rede Globo de
Televisão. A transação teria sido feita com a interveniência da CODEMIG e sem
autorização legislativa ou licitação.
Segundo relatório da
Receita Federal, após 2002 a Rede Integração é propagada como de propriedade
exclusiva do empresário Tubal de Siqueira Silva, sem que nenhum documento
comprovasse nenhum tipo de negociação de compra e venda. O relatório aponta que
os investimentos posteriores à transação já ultrapassaram R$ 1 Bilhão, sem que
qualquer faturamento significativo de publicidade tenha ocorrido no período.
Todo capital teria sido
obtido através de empréstimos tomados de Bancos ligados ao Grupo Moreira Sales.
Em 2007, a Rede Integração adquiriu parte da TV Panorama, afiliada da Globo de
Juiz de Fora, expandindo a empresa também para a Zona da Mata, controlando
assim 4 das 8 retransmissoras da TV Globo em Minas Gerais e se tornando a maior
empresa de comunicação do interior mineiro. Cinco anos mais tarde, a Rede
Integração assumiu a totalidade da TV Panorama que com isso, passou a se chamar
TV Integração Juiz de Fora.
Segundo o
superintendente da emissora, Rogério Nery, a compra da participação é um marco
importante. “Vamos levar efetivamente a marca da TV Integração para a Zona da
Mata, com respeito aos costumes e à cultura da região, que é muito importante
para o Estado e para o país”, disse.
Alcance das emissoras -
Trocando em miúdos, a TV Integração, que atua no Triângulo Mineiro, Alto
Paranaíba, Noroeste, Pontal e Centro-Oeste, passa a abranger a Zona da Mata,
totalizando 233 municípios, ou mais de 5,5 milhões de telespectadores, sob o
escopo da emissora. Com isso, ao todo são 259 cidades e 5.376,579 milhões de
habitantes atingidas pelo sinal da Rede Integração.
Além de quatro
emissoras de TV aberta, a rede opera três emissoras de rádio – a 95,1 FM, a
Globo Cultura Am 1020 e a Regional FM –; o portal de Internet Megaminas.com;
uma operadora de TV a Cabo, a Net Patos de Minas; a empresa de soluções para
web Webroom, com filiais em Uberlândia, Brasília e Goiânia; e a produtora de
vídeo Imaginare Filmes.
Nióbio - A CBMM tem
controle absoluto da comercialização do minério mais raro do planeta, cuja a
jazida encontra-se em Minas Gerais na cidade de Araxá. A empresa integra o Grupo Moreira Salles e
conta com subsidiárias na Europa, a CBMM Europe BV-Amsterdam; na Ásia, a CBMM
Asia Pte em Cingapura; e na América do Norte, a Reference Metals Company
Inc.-Pittsburgh.
Segundo informações do
“Hoje em Dia”, promotores de Justiça preparam de documentos para abrir a
caixa-preta da exploração de nióbio em Araxá e o Ministério Público de Minas
pretende usar esses documentos para entender como a CBMM tem o privilégio de
extrair o mineral, considerado um dos mais estratégicos do mundo, sem
licitação, há mais de 40 anos. O governo de Minas Gerais detém a concessão
federal para explorar a jazida, mas arrendou à CBMM sem nenhum critério.
Segundo o documentário
“Jogo Final”, que provocou parte das investigações, em 1972, o Estado de Minas
constituiu a Comipa para gerir e explorar o nióbio em Araxá e esta, por sua
vez, arrendou 49% da produção do nióbio para a CBMM, sem licitação. O MP
pretende obrigar o governo de Minas a abrir licitação para a exploração deste
que é o maior complexo mínero-industrial de nióbio do mundo.
Consultado, Antônio
Leonardo Lemos Oliveira, não quis comentar o assunto e de igual forma, ninguém
da Rede Integração, da Rede Globo ou da CODEMIG quis se pronunciar.
Notas da redação – Vale
dizer que os Estados Unidos, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio
brasileiro, mas o Brasil detém apenas 55% dessa produção. Os 45% restantes
estariam saindo extra-oficialmente do país. Durante a Comissão Parlamentar De
Inquérito (CPI) dos Correios, um pequeno germe da investigação sobre o
Mensalão, o publicitário Marcos Valério revelou na TV : “O dinheiro do mensalão
não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio” e que “José
Dirceu estava negociando com bancos, uma mina de nióbio na Amazônia”.
Estranhamente veículos
pertencentes à Rede Globo de Televisão nunca tocaram no assunto, nem mesmo
quando tornou Dirceu sua Geni preferida. Contou com a ajuda – e o silêncio –
dos veículos da grande mídia, de grupos como Abril e Folha.
Outro comentário, ao
qual não podemos nos furtar é que o “Triângulo” de Minas Gerais se assemelha ao
das Bermudas: tudo que se passa por lá misteriosamente desaparece.
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