POR JARI DA ROCHA, COLABORAÇÃO PARA O TIJOLAÇO // http://www.tijolaco.com.br/
Sob o título “Impeachment de Dilma está parado: o Brasil é um país intrigante” o jornalista Jens Glüsing, volta a fazer o que a imprensa brasileira não faz: apresentar os fatos e as peças que movem os interesses de um golpe.
(O jornalista foi um dos primeiros a denunciar ao mundo que ocorria um golpe frio no Brasil)
Dilma Rousseff tem motivos para sorrir novamente: surpreendentemente, o impeachment da presidente do Brasil foi suspenso. No entanto, seus adversários não vão deixar por isso mesmo – o jogo de intrigas continua uma loucura.”
Na longa matéria, são apresentados os fatos desta segunda-feira, dia 9.
O que aconteceu? Waldir Maranhão, o presidente interino do Parlamento, anulou a votação na câmara dos deputados que aceitou o pedido de impeachment. (…) O presidente do Senado, Renan Calheiros, algumas horas, declarou: o impeachment deve ser continuado como planejado. Ele chamou a decisão Maranhão um “jogo da democracia”. No entanto, é questionável se Calheiros tem poderes para ignorar a decisão do presidente interino do parlamento. Talvez o Supremo Tribunal terá que intervir.”Como Dilma Rousseff reagiu? Apoiadores de Rousseff, que tinha sido convidada para um evento oficial com o chefe de Estado no Palácio do Governo, comemoraram quando a decisão foi anunciada na segunda-feira à tarde horário brasileiro. “Não haverá golpe!”, Gritavam. Mas a chefe de Estado, que foi, aparentemente, surpreendida pela decisão, pediu cautela: A economia política no Brasil caracteriza-se atualmente por “manhas e artimanhas”. “Estamos enfrentando uma luta longa e difícil”, disse ela. No entanto, ela foi vista sorrindo novamente após um longo período de tempo, pela primeira vez, ela não conseguia esconder sua satisfação. Porque a decisão do Presidente do Parlamento confirmou as dúvidas de muitos advogados e um número crescente de brasileiros sobre a legitimidade do processo pelo qual ela deve ser afastada.Waldir Maranhão
O que está por trás da decisão de parar o processo? Jornalistas e políticos em Brasília especulam por que o presidente do parlamento poderia ter mudado a sua decisão. Foi um ato de vingança do presidente deposto do Parlamento Eduardo Cunha?Cunha rejeitou as acusações que ele tivesse agido sobre o seu sucessor: “Eu condeno qualquer tipo de insinuações de jornalistas sem escrúpulos que me atribuir qualquer papel nesse episódio.”
O que leva o falante ex-parlamentar Cunha? Eduardo Cunha pode e irá, de fato, apelar contra seu afastamento, mas seu poder no parlamento, pela primeira vez, se rompeu. Cunha está com raiva e frustrado, ele se vê claramente abandonado por seus companheiros de partido e aliados. Ter promovido o impeachment controverso e cheio de truques e fintas durante tanto tempo, contra a presidente Dilma Rousseff, pode ser uma alternativa, afinal, Cunha tinha cumprido seu papel. Ao mesmo tempo, ele se tornou um fardo para os seguidores de impeachment: Sua reputação como um mafioso político e as alegações de corrupção fomentaram dúvidas internacionais sobre a legitimidade do processo. (…) Maranhão foi considerado confidente de Cunha, ele esteve, no fim de semana, com seu antigo padrinho. Talvez, o influenciou em sua decisão.Independentemente da reviravolta bizarra, a decisão de Maranhão se baseia em argumentos jurídicos e políticos confiáveis. Eles são, em vez de um pedido da AGU, a instância de defesa judicial do governo. O ex-ministro da Justiça, Eduardo Cardozo havia esboçado defesa de Dilma, na semana passada, que foi recebida com respeito pela oposição.Votação parecia um circoDeputados aproveitaram a oportunidade para agradecer ao bom Deus, sua família, sua comunidade ou até mesmo ao agente de seguros. Um começou a vociferar em favor da ditadura militar, outros mantiveram discursos de campanha contra a Presidente. Longos trechos lembravam uma votação no circo.
Para o vice-presidente Temer, que está trabalhando às sombras em seu gabinete, significa que ele tem de tolerar possivelmente mais do que o planejado. Eles também nutrem as já crescentes dúvidas sobre sua legitimidade como um futuro presidente do Brasil.Em resumo: O processo para a destituição da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, chegou a um impasse. Nada está decidido: Ambos os lados apresentam novos truques ao jogo de intrigas. Grandes segmentos da população, especialmente o nordeste pobre do país, também são contra impeachment.
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