A condenação do homem que comandou o impeachment de Dilma dá uma medida de quão profundo é o poço de lama em que se deu o golpe de 2016.
Por Nocaute
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Fernando Morais, editor do Nocaute
Como costumo fazer irregularmente, acabo de gravar um pequeno vídeo de opinião para o telejornal da Russia Today, canal de TV pública sediado em Moscou. Hoje me pediram para falar da condenação do ex-deputado Eduardo Cunha a quinze anos de prisão. Em síntese, eu disse o seguinte:
A condenação do homem que comandou o impeachment de Dilma dá uma medida de quão profundo é o poço de lama em que se deu o golpe de 2016.
Ao contrário do que muita gente imaginava, Eduardo Cunha acabou não fazendo delação premiada. Fez insinuações claras naquela lista de perguntas dirigidas a Temer (censurada por Moro) que podia ser lida como “eu sei o que você andou fazendo nos verões passados”. Não deu resultado, mas nem assim ele abriu o bico.
Hoje, no entanto, a situação mudou. Ainda que ele tenha direito a recurso, a tendência no TRF da 4ª Região, em Porto Alegre, tem sido confirmar as penas impostas por Moro aos condenados da Lava-Jato. Além disso, Cunha ainda é acusado de sete outros crimes. As chances de que ele saia livre dessa maratona de processos são próximas de zero tendendo para o infinito.
A delação premiada é uma espécie de tortura verbal. Quanto maior o peixe que você delatar, menos tempo vão deixar você pendurado no pau-de-arara. Alguém tem alguma dúvida de que agora o cabrito berra?
O Ministério da Saúde deveria reforçar os estoques de Rivotril das farmácias de Brasília.
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