terça-feira, 25 de junho de 2019

São Paulo alijado da política econômica, por André Motta Araújo

Colocar toda a economia de um País complexo e com uma aguda e prolongada recessão nas mãos de um pequeno grupo de "economistas de mercado" é uma temeridade

Por Andre Motta Araujo
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São Paulo alijado da política econômica

por André Motta Araújo

Em 1950 Getúlio Vargas volta ao poder. Eleito democraticamente Presidente da República após 15 anos de experiência como o maior e mais duradouro político brasileiro do Século XX. Para compor seu ministério convoca, para a área econômica, dois paulistas: o industrial e líder empresarial Horácio Lafer para Ministro da Fazenda e o industrial Ricardo Jafet para Presidente do Banco do Brasil, os dois principais cargos de comando da economia. Já que não havia Banco Central, as funções de autoridade monetária estavam no Banco do Brasil.

Vejamos bem o quadro: Vargas, com sua larga experiência política nomeia, para dirigir a política econômica do mais fecundo governo brasileiro do Século XX, quando foram criados a PETROBRAS, o BNDES, a ELETROBRAS e lançadas as bases do grande desenvolvimento dos próximos 30 anos, quando o Brasil foi o País que mais cresceu no mundo. Vargas nomeou dois grandes industriais, EMPRESÁRIOS DA PRODUÇÃO, de primeira linha, para dirigir a economia do País e ambos líderes representativos do Estado que era o MAIOR INIMIGO HISTÓRICO de sua pessoa e de sua trajetória na vida política nacional, um Estado onde Vargas não tinha aliados, simpatia da população ou apoiadores, Estado que 18 anos antes se levantou em armas contra ele. MAS Vargas nunca foi vingativo, ideológico ou pequeno, via a questão nacional antes de tudo.

Que enorme diferença de hoje, quando a economia brasileira, em plena recessão, NÃO TEM NA SUA LIDERANÇA UM ÚNICO EMPRESÁRIO DA ECONOMIA PRODUTIVA, muito menos alguém de São Paulo, principal Estado produtor do País, que responde por mais de um terço do PIB. Todos os comandos da política econômica brasileira estão em mãos de ECONOMISTAS CARIOCAS DO MERCADO FINANCEIRO, todos do mesmo bairro do Leblon, do mesmo setor de bancos de investimento e gestores de fundos, GENTE QUE NUNCA PRODUZIU UM PARAFUSO NA VIDA, vivem de corretagens e especulações no Estado com as PIORES FINANÇAS DO PAÍS, enquanto São Paulo é o Estado com as melhores finanças do País e com a maior concentração de ECONOMISTAS DA PRODUÇÃO, voltados à economia real e não à especulação financeira, Estado que liderou por um século a economia do Brasil.

Colocar toda a economia de um País complexo e com uma aguda e prolongada recessão nas mãos de um pequeno grupo de “economistas de mercado” é uma temeridade, SOMENTE A PRODUÇÃO PODE CRIAR EMPREGOS e o atual comando da economia brasileira não tem nada a ver com produção.

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