Por décadas, agentes americanos e alemães tinham acesso a informações estratégicas trocadas por autoridades em 120 países
Por Jornal GGN
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Jornal GGN – Uma empresa suíça de criptografia forneceu a 120 países aparelhos de comunicação secreta durante décadas, mas nunca revelou sua ligação com a CIA – ou seja: enquanto chefes de estado e outras autoridades trocavam mensagens estratégicas em sigilo, na verdade eles eram espionados por agentes norte-americanos ou alemães.
Reportagem publicada no jornal O Globo a partir de documentos descobertos por pesquisadores mostram a Marinha, o Exército e o Itamaraty como clientes da empresa Crypto AG. Na década de 50 a dezembro de 2019 (um ano depois da Crypto AG mudar de proprietários), órgãos de Estado do Brasil pagaram por equipamentos e serviços de comunicação secreta de uma empresa que era, na realidade, controlada por serviços de inteligência dos Estados Unidos durante décadas.
A maioria das denúncias contra a Crypto AG foi publicada em fevereiro deste ano no jornal norte-americano Washington Post por Greg Miller, correspondente de segurança nacional do jornal, em parceria com a TV alemã ZDF.
Com base em um relatório da CIA, o jornalista mostra como estas agências, desde os anos 1950 (e com mais intensidade na década de 1970), em parceria como a Agência de Segurança Nacional (NSA), inseriram falhas ocultas nos códigos dos dispositivos para conseguirem ler mensagens criptografadas, ao mesmo tempo em que vendiam os aparelhos mundo afora.
Entre 2014 e 2019, o Brasil comprou produtos dessa empresa para equipar os submarinos do programa Prosub, apontado pela Marinha como “um dos maiores contratos internacionais já feitos pelo Brasil e o maior programa de capacitação industrial e tecnológica na história da indústria da defesa brasileira”, mas que pode estar vulnerável à interceptação dos Estados Unidos por conta da corrupção proposital dos dispositivos de comunicação.
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