corre ao chão betoneira ativa / me aprumo com o sabiá / no canto que traz sempre viva / a graça da vida que há
Por Jornal GGN
Di Cavalcanti
Faz sismo, mas eu me levanto
por José Carlos Peliano
Faz sismo, mas eu me levanto
o chão se treme e a mim de medo
maior ainda é meu espanto
nem ao coração é segredo
seguia o vento pela mão
quando a madrugada dormia
ia ver nascer o clarão
do sol que o olhar emergia
corre ao chão betoneira ativa
me aprumo com o sabiá
no canto que traz sempre viva
a graça da vida que há
faz sismo, mas eu me levanto
vou com a luz do teu amor
juntar mais outras mãos enquanto
a liberdade for valor
o menino em mim também vai
para abrir todos os sorrisos
manter voz da vida que atrai
sem tirar dos pés os seus pisos
a mulher dentro em cada homem
o homem em cada mulher
se entrelacem para que somem
os sonhos que cada um quer
chega de esgrimir o poder
sem bênção e lastro nenhum
com força na mão escurecer
o céu com a luz de um a um
faz sismo, mas faço coragem
enquanto o sol ciranda a lua
estrela da vida a imagem
a luta é minha, a luta é tua
ir junto com a natureza
marrom que é verde que é azul
que faz e refaz a beleza
planta a planta de norte a sul
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