Roberto Campos Neto e Banco Central (Foto: ABr)
"Não há explicação aceitável para o aumento de juros. Ao contrário, sobram razões para a redução dos juros a níveis aceitáveis", diz Jeferson Miola
Jeferson Miola
O economista Ladislau Dowbor, autor de vasta obra acadêmica sobre economia e economia política, não faz volteios e interpreta de maneira didática o significado real de conceitos econômicos adotados pelos tecnocratas do rentismo que enrolam a população enquanto saqueiam o orçamento público.
É dele a melhor explicação técnica sobre o aumento de juros: – “é uma sem-vergonhice!”, explicou em entrevista ao programa Painel do Brasil247 [17/9].
“Eu vejo a farsa que isso tudo representa, com que cara de pau, com gravata e tudo esses caras dizem essas coisas assim”, disse Ladislau.
Não há nenhuma explicação aceitável para o aumento de juros; não há um único fator que fundamente este aperto monetário. Ao contrário, sobram razões para a redução dos juros a níveis aceitáveis, como na União Européia, EUA e nas maiores economias do planeta.
Sem-vergonhice rentista é, portanto, a explicação mais aceitável sobre a decisão do Banco Central de passar a obscena taxa de juros para 10,75%.
É inexplicável, ainda, esta decisão ocorrer no mesmo dia em que o Banco Central dos EUA, o FED, cortou 0,50% da taxa de juros, reforçando o ciclo mundial de queda dos juros.
É também inexplicável o BC fazer isso apenas poucos dias depois do IBGE anunciar a deflação no 2º trimestre e o governo confirmar a inflação dentro da meta ao longo do ano.
O aumento da taxa de juros não é uma decisão técnica. E tampouco é séria.
Ladislau tem razão: o aumento dos juros é uma sem-vergonhice. Ao que parece, unânime.
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