terça-feira, 10 de abril de 2018

Google e Facebook - a privatização da privacidade

O período de consentimento e participação na maior operação de invasão da privacidade alguma vez operada na história da humanidade parece ter sofrido o seu primeiro momento de crise. 

Dossier organizado por Tiago Ivo Cruz.

Ghost in the Shell, de Mamoru Oshii.

https://www.esquerda.net/

O período de consentimento e participação na maior operação de invasão da privacidade alguma vez operada na história da humanidade parece ter sofrido o seu primeiro momento de crise. Donald Trump e a Cambridge Analytica foram eleitos como os maus da fita, mas não será o próprio sistema de privatização da privacidade o verdadeiro desafio à liberdade? 

Neste dossiê, Branko Marcetic, da revista Jacobinmag.com, explora as contradições do discurso crítico liberal sobre a utilização indevida de informação pessoal pela Cambridge Analytica, e relembra que "nem sequer precisaram de piratear o Facebook" para conseguirem os dados que precisavam, uma vez que era e continua a ser prática corrente. 

Sabe exatamente quanta informação reuniu o Facebook e a Google sobre si? Vai ficar assustado. Através da estória de Dylan Curran, um web designer que investigou os dados que a Google e Facebook tinham reunido sobre ele, construímos um guia para que possam controlar melhor a informação que estas empresas reúnem e vendem sobre si. 

Mark Zuckerberg assumiu que errou na gestão da Cambridge Analytica, mas Sam Biddle, no The Intercept, expõe as mentiras de Mark Zuckerberg ao tentar esconder a política da empresa em que promovia a venda de dados privados. 

Na sua crónica semanal do Falam, Falam, mas não fazem nada, Moisés Ferreira argumenta que "os nossos dados podem ser roubados, analisados e tratados por empresas, de forma a manipular a nossa opinião e condicionar o nosso sentido de voto e a nossa escolha em futuras eleições". 

Michael Wade explica neste artigo exatamente o que são os psicográficos utilizados pela Cambridge Analytica - e por milhares de empresas, a começar pela própria Google e Facebook - para influenciar o nosso comportamento e escolhas políticas. 

Bruce Shapiro aponta que o escândalo do Facebook/Cambridge Analytica mostra que chegou a hora das plataformas de comunicação serem reconhecidas como bens essenciais para a sociedade moderna, e propõe: Não apaguem o Facebook, regulem-no.

Por fim, Tim Berners-Lee alerta neste artigo de 2017 para a perda de controlo dos dados pessoais que acabam por se virar contra os utilizadores através de campanhas personalizadas de desinformação.

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