segunda-feira, 9 de abril de 2018

Lula e os pigmeus do boulevard - uma metáfora chamada Brasil

Stuckert



Lula se agigantou, usou a palavra como ninguém, festejou até não poder mais, abraçou a todos, agradeceu um por um, misturou sonho e delírio com realidade pé no chão, bem beira do asfalto. E cresceu ainda mais no imaginário popular tornando pigmeus as muitas lideranças políticas pré-fabricadas, pré-moldadas a golpes de uma mídia claramente canalha, escrota, golpista e venal.

Vejamos quem passou a integrar a tortuosa procissão dos pigmeus que receberam as tundas Morais, letais e certeirissimas de Lula em suas longas horas de resistência no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo:

O pigmeu Sérgio Moro nem chegou a ser em um momento sequer, temido. Porque dele pode emanar outras coisas, menos autoridade. E longe de inspirar respeito, exala em seu rosto e em suas falas, arrogância, despreparo, parcialidade é muito amadorismo tanto como juiz quanto como político. Lula o triturou com sua altivez espontânea e com o carinho e devoção que inspira no pivô brasileiro, notadamente os que não chegaram ainda à classe média das grandes cidades sulistas do Brasil. Desejou mostrar serviço à Mídia Grande e vassalagem aos norte-americanos e se deu mal. Alguém ainda lembra quem sentenciou Gandhi, quem condenou Mandela? Não. Esses seres abjetos foram direto e sem salas para a lata de lixo da História.

A pigmeu Carmen Lúcia foi execrada, mal-falada, ridicularizada de norte a sul do país por sua perversa personalização no STF sobre o debate da prisão em segunda instância. Com suas manobras, atendendo não ao que dita nossa Constituição Federal e sim aos reclames do plim-plim - conglomerado Globo de comunicação - ao reacionarismo da Mídia Grande (sucedânea que é da Casa Grande do período escravocrático brasileiro): terminou sendo homenageada largamente pelo folclórico bordel Bahamas, no centro de São Paulo. E se um dia conseguir limpar sua biografia do papel asqueroso e infame que vem desempenhando à frente do STF, ainda assim saberá que falhou duplamente, como juíza e como democrata. Resta-lhe reunir sobriedade para engolir os vitupérios que Gilmar Mendes lhe lançou além-mar: “A culpa é do próprio Lula que fez péssimas indicações para o Supremo, pessoas despreparadas, incapazes, sem relevo algum no campo do Direito!”

Os pigmeus do TRF4: desembargadores-algozes, mero chance,adores das diatribes com verniz jurídico saídos das controversas decisões do juiz paranaense Sérgio Moro. Os desembargadores do Tribunal fizeram jus à má fama que tem o Rio Grande do Sul, de celeiro de reacionarismos, terra com maior número de neonazistas e simpatizantes do Nazismo em todo o país, vide as editoras neonazistas de Porto Alegre. A sanha vingativa do TRF4 nublou por completo qualquer senso de Justiça nas decisões que tiveram Lula como réu. Uma vergonha maior que a largura e o comprimento do Guaíba.

Os pigmeus da Globo: odiando o baile dado por Lula para cumprir a sentença ilegal e injusta de sua prisão. Revezam-se em diminuir a avalanche de gente e de solidariedade que Lula tem recebido desde o meio-dia da última quinta-feira. Agindo assim não demora a se firmar no imaginário popular a dura: porém realista, imagem de que a Globo conspira contra o povo brasileira, trama pelo fracasso do país, flerta com a completa subordinação do Brasil aos interesses s imperialistas dos EUA. Entrou numa luta que não terá como vencer. Porque lhe falta à verdade histórica, lhe falta a altivez para se desvencilhar dos epítetos que ainda nos anos 1980 o líder Leonel Brizola lhe lançou: “A Globo é inimiga do Brasil. Para se saber que lado tomar, basta se posicionar do lado contrário defendido pelos Marinho. Isso em qualquer situação, em qualquer questão!”

O pigmeu Geraldo Alckmin acenando com reforço do choque da PM paulista para capturar Lula em São Bernardo do Campo, amargando um quarto lugar em pesquisas da corrida presidencial e ainda não refeito da prisão do notório operador da corrupção nos governos tucanos de SP, o chamado Paulo “Preto” Vieira, voltou a ser o que nunca deixou de ser - um picolé de xuxu temperado com amargor e insignificância política. Deve ter se deprimido ao ver por quase 20 horas seguidas o mar de gente que foi devotar amor e lealdade ao condenado Lula. Lula que “deixou de ser humano para ser uma poderosa ideia”

O pigmeu Ciro Gomes sempre oportunista, sempre representante de si mesmo, sem quadros políticos, amparado apenas na comedida oligarquia Gomes, de Sobral, destilando seu produto preferido - inveja, ciúme e raiva do que representa Lula no imaginário popular. Reclama sempre de Lula quando seu desejo seria ser o de dendê o líder operário. Morde e sopra dia e noite e noite e dia, mas nunca inspira confiança. Lealdade, está provado, amais será o seu forte. Continuará pigmeu de si mesmo, gerando breves turbulências aqui e acolá e depois se aquietando de vez. Seu. Destino é refugar sempre.

A pigmeu Marina Silva, embevecida de uma trajetória que sabe ser especialmente feita sob medida para ela, faria o par perfeito com o Ciro Gomes: ariscos, sem estofo. Dados a rompantes. Tudo o que foi na vida pública deve ao Lula, mas ambição desmedida a levou-a ser a ingratidão em forma de gente, sempre cuspindo no prato em que comeu e se saciou anos a fio, sempre alfinetando com requintes de dissimulação as agruras por que passa Lula ao se defender da perseguição judicial de que é vítima, sempre encampando os editoriais de O Globo, as vozes da Rede Globo, os interesses do Banco Itaú e por onde passa semeando o fel da desagregação e da discórdia. Uma vez pigmeu, sempre pigmeu.

O pigmeu Aécio Neves, maior exemplo de canalhice e desfaçatez de que se tem notícia neste Brasil do século 21. Tramou contra o Brasil, tramou contra um governo legitimamente eleito, corrompeu e foi corrompido por empresas, achacou pessoas, ameaçou matar ao menos um primo que “desse com a língua nos dentes”, perdeu e recuperou o mandato em tenebrosas negociações com ministros do STF, sendo salvo por voto/decisão de sua conterrânea Carmen Lúcia, se envolveu com contas em Liechtenstein, complicou a vida da mãe e da única irmã em transações nada republicanas, manteve a imprensa mineira sob rédea curda em seu mandarinato nas Minas Geraes. Agora será suplantado pela força de tsunami que será a campanha de Dilma Rousseff ao Senado, exatamente para ocupar seu lugar na Casa Alta do parlamento brasileiro. Nem a deputado estadual terá coragem de se candidatar. Quanto mais a deputado federal. Merecido ocaso de quem traiu todos os mandatos que ocupou, sempre escorado na memória altiva de seu nobre avô Tancredo Neves.

O pigmeu Temer, o menor dos pigmeus. A voz de “manequim de funerária”, na correta metáfora do velho cacique baiano ACM, sempre exalando o mau odor de cadáver politico insepulto, às voltas com todo tipo de meliante, assecla e comparsa em seu entorno, com montanhas de evidências de seus crimes aguardando apenas a meia-noite de 31 de dezembro de 2018 para vir à luz do dia, à luz dos autos, às sentenças condenatórias. Pusilânime, oportunista, desleal, foi ao microfone brindar a iminente prisão de Lula. Coisa que não fez quando seus primeiros-tenentes foram sendo alcançados um a um pelas garras da prisão: Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Rocha Loures, Sérgio Cabral e vendo a fila crescer dos que logo verão a luz surgir quadrada tão logo o manto protetor da impunidade, isso que chamamos de foro privilegiado, for desativado.

O pigmeu Deltan Dallangnol é tão insignificante que nem merece duas linhas aqui. Até o pigmeu Japonês da Federal tem mais estatura para constar de uma simples resenha política como está aqui. O mesmo para José Serra, João Doria, Aloísio Nunes. O Japa da Federal é bem mais interessante e criativo, mesmo que o seja para rápido descarte a fim de que a História possa avançar.

Lula representou à perfeição o papel de Davi bíblico em sua luta audaciosa é bem sucedida contra o Golias representado pela união de fraquezas de tantos pigmeus. A estes pigmeus nem o rodapé da história que está sendo escrita. Alguns continuarão ainda algum tempo com declinante brilho e outros, nem isso. Apagam-se por si sós, como nulidades que são. Agora o discurso de Lula após a missa em favor de Marisa Letícia, o quedou aquilo? O homem parecia preenchido ele todo de fúria mitológica, essas fúrias próprias de um Luther King, um Che Guevara... Impressionante e para nunca ser esquecido. Meninos, nós vimos. E vimos pela TV do Trabalhador e pelos textos e imagens do Brasil 247. Anotem.


Daniel Quoist

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