segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Investigado por lavagem de dinheiro do PCC revela voos com malas de dinheiro a Brasília

Dalton Baptista Neman, dono do Banco Neman, nega relação com facção e decide revelar tudo o que sabe – ou quase tudo

Por Alice Maciel

Na manhã de 3 de maio de 2021, o empresário Dalton Baptista Neman, seu filho e sua esposa foram presos pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Um inquérito da PF concluiu que o negócio da família, o Banco Neman, lavava dinheiro para o tráfico. Dois anos depois, a ação penal foi extinta por “nulidade dos elementos de prova”, mas em agosto de 2024 os Neman foram novamente associados a uma das maiores organizações criminosas do Brasil, numa operação da Polícia Civil de São Paulo, que agora os acusa de lavar capitais para traficantes que atuam na Cracolândia.

Além de ter sido apontado como “banco do PCC”, investigações policiais nos últimos anos também levantaram suspeitas de que o Banco Neman teria servido de lavanderia de dinheiro de propina.

Em entrevista exclusiva à Agência Pública, Dalton Neman negou todas as acusações de forma veemente, disse que não deve nada à Justiça, mas admitiu, em mais de seis horas de entrevista, que foi ele quem indicou o doleiro Wilson Decaria Júnior para trabalhar com o PCC e que ele próprio transportava dinheiro para poderosos em Brasília. “Tudo dentro da lei, com nota fiscal e declarado no meu Imposto de Renda e no IR da empresa”, defendeu-se.

“Meus clientes tinham CND [Certidão Negativa de Débitos] para trabalhar para o governo. Se me pedem para eu sacar 1 milhão, porque eu tenho know-how, e levei o dinheiro com nota fiscal, o que fazem com o dinheiro é problema deles. Vão atrás deles e prendam eles”, ressaltou Neman. “Nunca teve R$ 1 de droga na nossa conta, mas eles insistem em falar que nós somos do partido”, acrescentou, referindo-se ao PCC.

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