Um governo de militares | Foto: Reprodução
Em entrevista exclusiva a COTV, o ativista Marcelo Santa Cruz releva detalhes sobre a Comissão Nacional da Verdade e como os militares estão no jogo para destruí-la
Na segunda-feira (31), o programa COTV Entrevista recebeu o companheiro e advogado Marcelo Santa Cruz, ex-vereador de Olinda pelo PT e atual militante dos Direitos Humanos, para dizer a respeito do desmonte da Comissão Nacional da Verdade, comissão responsável para tornar público os crimes da ditadura militar. Marcelo é irmão de Fernando Santa Cruz, militante torturado e assassinado durante a ditadura militar. Seu sobrinho, Felipe Santa Cruz, filho de Fernando, é presidente da OAB e foi atacado por Bolsonaro recentemente, que o provocou ofendendo a memória de seu pai.
O companheiro começou a entrevista elucidando o papel do governo Bolsonaro e do avanço do golpismo sobre as instituições criadas no regime que, em tese, deveriam representar os oprimidos. Como, por exemplo, a Fundação Zumbi dos Palmares que é controlada por um bolsonarista que está ali para esmagar o povo negro. Citou a Comissão de Direitos humanos, que contém a Comissão para mortos e desaparecidos, comissão essa que iniciou os trabalhos de busca das vítimas da ditadura, lembrando-se da luta contra FHC para modificar a causa da morte na certidão de óbitos das pessoas assassinadas pela ditadura.
Relembrou que durante esse período, do insulto de Bolsonaro ao seu pai, dizendo que ele foi morto por seus próprios companheiros e “quem busca osso é cachorro”. Já no governo, ele denuncia a nomeação de um fascista que preside a CNV e propagandeia que não houve nunca ditadura e quer destituir todo trabalho da Comissão, e só ainda não o fez por problemas institucionais. Mas, continuando a denúncia, colocando abertamente que a Comissão está institucionalmente desmantelada, ela ainda não deixou de existir, mas na prática está totalmente barrada e sobre as ordens de Damares Alves, a nazista do Ministério da Mulher, dos Direitos Humanos e da Família.
Ao ser perguntado sobre o golpe de 2016, o Santa Cruz responde prontamente: “O golpe contra Dilma se reproduz todos os golpes que se reproduziram no país, inclusive o golpe de 1964”. E denuncia que o que une esses golpes é o interesse do imperialismo, para subjugar o País. Aproveitando o ponto, o companheiro faz um breve resumo da Comissão Nacional da Verdade, de como foi uma militância de familiares e amigos das vítimas da ditadura que pressionaram para que houvesse o máximo de esclarecimento sobre as mortes e desaparecimento das pessoas assassinadas pelo regime militar. Reitera, inclusive, que o governo Bolsonaro simplesmente cancelou esse processo.
Um dos pontos centrais da entrevista é o debate sobre a ineficiência da anistia brasileira em responsabilizar os perseguidores da ditadura; em que a anistia apresentou um duro golpe contra a população, anistiando os perseguidos e deixando livres os torturadores, responsáveis e assassinos que fizeram uma guerra conta o povo. Marcelo aponta que os militares fizeram uma manobra para inocentar os maiores criminosos da ditadura. A consequência foi o golpe e a completa destruição da Comissão Nacional da Verdade.
Isso e muito mais, você pode conferir na entrevista exclusiva na COTV.
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