sábado, 16 de março de 2024

Ventos suaves para a economia brasileira

Fontes: Rebelião

A notícia tem sido mais do que encorajadora para o maior país da América Latina, já que o Brasil entrou em 2024 como a nona maior economia do mundo, atingindo US$ 2,2 trilhões em Produto Interno Bruto (PIB).


O gigante latino-americano fechou 2023 com um crescimento de 2,9% do seu PIB, um valor três vezes superior ao previsto no início do ano, o que lhe permitiu regressar ao grupo das 10 maiores economias mundiais ao desbancar o Canadá, que ocupava o décimo lugar.

Os bons números se devem ao enorme crescimento do setor agrícola de 15,1%, o maior desde 1995 com os dois produtos fundamentais: soja e milho. Em seguida veio o setor de serviços com 2,4% e o setor industrial, com destaque para a extração de petróleo e minério de ferro.

Este país é o quarto maior produtor agrícola do mundo, o primeiro produtor de café, cana-de-açúcar e frutas cítricas e o segundo maior produtor de soja, carne bovina e aves.

O Presidente Luis Inácio Lula da Silva, que, como dizem muitos dos seus habitantes, anda com os pés no chão, propôs que o Estado volte a ser um protagonista central da política econômica depois de seis anos em que um governo centrista de direita (com Michel Temer 2016-2018) e outro de extrema direita (Cadeia Bolsonaro 2019-2022) optaram por políticas neoliberais e pelo enfraquecimento do poder público.

Em mensagens recentes nas redes sociais, apontam que as pessoas estão mais felizes, porque o Brasil cresce, os salários aumentam, o desemprego diminui. “É uma situação agradável, tendo em conta que encontramos um país destruído pelo regime anterior.”

O governo procura promover o crescimento distributivo que acelera a criação de empregos para aliviar a pobreza.

Durante entrevista recente, o presidente comemorou o bom desempenho do Brasil ao considerar que “A economia voltou a crescer, o emprego voltou a crescer (...) Estamos colhendo os frutos de uma política muito promissora”.

Neste contexto, detalhou a abertura de novos mercados para os produtos do país e a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores.

A taxa de desemprego manteve-se estável no trimestre Novembro-Janeiro relativamente ao trimestre anterior, em 7,6%. O número é o mais baixo para um trimestre encerrado em janeiro desde 2015.

O salário médio dos trabalhadores subiu 3,8% em um ano, para 3.078 reais por mês (616 dólares).

A imprensa indica que no primeiro ano do novo mandato de Lula da Silva o número de pessoas que passam fome no país caiu para menos da metade, mas que ainda não será possível o Brasil voltar a ser retirado do “Mapa da Fome”, ”da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Días, afirmou que há condições para reduzir novamente a fome no país a níveis mínimos em 2026, último ano do mandato do líder progressista.

Salientou ainda que nos 14 meses desde 1 de Janeiro de 2023 (data da tomada de posse do Governo) conseguiram garantir a segurança alimentar a cerca de 20 milhões de pessoas que estavam entre os 33 milhões que passaram fome no país em 2022.

Certamente, os programas de combate à pobreza e à fome implementados por Lula em seus mandatos anteriores (2003-2010) permitiram à FAO retirar o Brasil do chamado Mapa da Fome em 2014, quando se estimava que apenas 0,7% da população sofria de doenças crônicas, provocadas pela desnutrição.

Devido à má gestão social dos governos de Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022), a FAO colocou o Brasil de volta no seu Mapa em 2022 após verificar que quase 10,1 milhões de pessoas passavam fome no país, ou 4,7% da população.

Para sair da lista negativa, o Brasil precisa reduzir o número de famintos para menos de 5,5 milhões (2,5% da população) por três anos consecutivos, o que só seria possível até 2026 ou 2027.

Com os programas sociais implementados, cerca de 700 mil famílias conseguiram escapar da pobreza em 2023 e 71% dos 1,5 milhão de novos empregos formais gerados pelo país no ano passado foram obtidos por pessoas consideradas pobres.

No final de Janeiro deste ano, o Governo apresentou um plano decenal para reindustrializar o país que inclui 60 mil milhões de euros em empréstimos bonificados, subsídios e subvenções para reativar a economia.

Além de facilitar empréstimos em condições favoráveis ​​por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), o projeto contempla subsídios, subsídios ou priorização de bens produzidos nacionalmente em compras governamentais além de promover instrumentos financeiros sustentáveis ​​e créditos para inovação. Para Lula, é muito importante voltar a ter uma política industrial inovadora e digitalizada para o progresso superior do país.

Inquestionavelmente, Lula conseguiu colocar a economia do país na vanguarda do mundo e esperamos que continue nesse caminho, apesar dos obstáculos colocados pelas forças de direita alinhadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro.


Hedelberto López Blanch, jornalista, escritor e pesquisador cubano.

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