quarta-feira, 2 de abril de 2025

Reflexões filosóficas de um analfabeto filosófico

Fontes: Rebelião [Imagem: Demóstenes antes da ekklesía em 346 a.C. C. Créditos: ilustração de Louis Loeb, feita em 1898]

Jair de Souza
rebelion.org/

Neste artigo, o autor reflete sobre as crenças religiosas dos evangélicos — o esteio da extrema direita americana — e daqueles que, baseados em princípios materialistas, sustentam que seu "caminho para a eternidade" é a luta por um mundo sem desigualdade ou opressão.

A decisão de escrever algumas linhas sobre esse tema foi tomada após uma conversa amigável que tive com alguns amigos evangélicos. Como todos podem perceber pela leitura do texto, este é um tema profundamente relacionado a questões filosóficas.

Indústria e progresso

Imagem: jiawei cui

LUIZ GONZAGA BELLUZZO*

A evolução da indústria e seu impacto nas economias contemporâneas

Paul Krugman disparou um post no Substack a respeito das políticas de Donald Trump. “Este post é sobre como as políticas de Donald Trump não poderiam ‘nos tornar uma nação manufatureira novamente’, mesmo que conseguissem reduzir muito os déficits comerciais… As pessoas devem entender que seremos uma economia de serviços, não importa o que aconteça, a fixação na manufatura como a única fonte de bons empregos está desatualizada”. Esta consideração de Paul Krugman está ancorada na concepção que privilegia as relações entre três setores: agricultura, indústria (manufatura) e serviços. Primário, secundário e terciário.

Contra o rearmamento europeu

Fontes: Sem permissão


A entrada da Ucrânia na OTAN depois de forçar a Rússia a retornar às suas fronteiras anteriores a 2014 tem sido o único objetivo estratégico que os líderes da UE se permitiram contemplar desde a invasão russa há três anos. Infelizmente, muito antes da reeleição do presidente dos EUA, Donald Trump, essa meta caiu no reino da inviabilidade. E isso era óbvio há muito tempo.

Primeiro, a economia de guerra do presidente russo Vladimir Putin provou ser uma dádiva para seu regime . Em segundo lugar, até mesmo o antecessor de Trump, Joe Biden, não estava disposto a pressionar seriamente pela adesão da Ucrânia à OTAN, levando o país à clandestinidade com promessas vagas. E terceiro, houve forte oposição bipartidária nos Estados Unidos à ideia de tropas da OTAN lutando ao lado dos ucranianos.

terça-feira, 1 de abril de 2025

O dia em que o discernimento venceu a obliquidade moral e o cinismo político


Omar dos Santos*

       Amigo leitor, no dia 08 de janeiro de 2023, que daqui por diante reduzo para 08 de janeiro, o Brasil e os brasileiros estivemos à beira de um precipício político. Fenômeno esse que guardadas as devidas proporções, poderia muito bem trazer consequências tão trágicas para o país e seu povo comparáveis às da “Guerra de Secessão” americana. Baseio minha afirmação por considerar que o Brasil, mesmo tendo uma história política vincada pelo golpismo militar e civil, sempre temperado pelo autoritarismo; primeiro no tempo da colônia, depois no império e por último na própria república, república esta que é filha de um golpe militar, aprendeu, sobretudo com os dois últimos golpes, o de 1964 e o de 2016, a defender a democracia e a nossa Constituição.

Síndrome de Perturbação de Trump: uma falácia ou uma besta de duas cabeças?

© Foto: Redes sociais

Kayla Carman
strategic-culture.su/

Qualquer pessoa preocupada com a agenda globalista de criar um mundo de feudalismo tecnocrático deve estar igualmente preocupada com a nova direita intelectual e seus argumentos para essencialmente criar uma sociedade nacionalista de feudalismo tecnocrático.

Com os legisladores do Partido Republicano de Minnesota propondo um projeto de lei reconhecendo a Síndrome de Perturbação de Trump (TDS) como uma doença mental oficial, o que isso realmente significa? Quais são suas implicações e por que seu verdadeiro significado — como tudo o mais — é tão frequentemente ignorado nessa pompa política cada vez mais distópica, tribalizada e de fim de império?

De Sana’a a Saada — o Iêmen em tempos de guerra

Pepe Escobar discursa para multidão no Iêmen (Foto: Reprodução/Vídeo/TVAlmasirah)

"A Fé é iemenita, a Lei é iemenita e a sabedoria é iemenita”, cita Pepe Escobar

Pepe Escobar

São duas horas da tarde de quarta-feira, 26 de março, e estou em um bulevar deserto de Saada durante o Ramadã, em silêncio, cercado por montanhas e vendo uma placa de estrada que me diz que a fronteira saudita está a apenas duas horas de carro.

Chegamos no noroeste do Iêmen – o local de nascimento do movimento Ansarallah – em um comboio de SUVs Toyota brancos que não era realmente um comboio, e sim um disfarce, porque os carros nunca rodavam juntos na rodovia cenicamente espetacular em razão de sérias questões de segurança.

Groenlândia

Imagem: Lara Jameson

FLÁVIO AGUIAR

As ameaças de Donald Trump provocaram reações negativas tanto por parte de Copenhague quanto por parte dos groenlandeses, ciosos de sua autonomia

1.

“Yankees go home”, dizia a faixa em frente ao consulado dos Estados Unidos. Erguida por um grupo de manifestantes, ela definia o espírito político do evento. O grupo não era muito grande, mas também não era pequeno. E estavam visivelmente irados.

De um golpe a outro


LUIS FELIPE MIGUEL*

É preciso educar os militares para o respeito ao poder civil e à democracia, o que exige disposição para enfrentamentos que não podem mais ser adiados

1.

O presidente Lula determinou, mais uma vez, que o governo silencie sobre o aniversário do golpe de 1964. Segundo a imprensa, o objetivo é apaziguar os militares, que, em troca, também seriam discretos nas tradicionais comemorações em exaltação à ditadura que eles comandaram.

Seria uma barganha quase justa, se não estivessem em jogo algumas questões fundamentais: o respeito à democracia, a primazia do poder civil.