sábado, 5 de abril de 2025

Trump cometeu dois erros fatais


Bordo da manhã
guancha.cn/

Os erros de Trump são numerosos, mas dois são fatais:

1. Não compreender o princípio de ação e reação

2. Não entender a razão pela qual a tática não pode ser usada como estratégia

Nessa rodada de imposição de tarifas ao mundo inteiro, ele parece pensar apenas que os Estados Unidos podem impor tarifas e o mundo não reagirá. Ou ele acredita que o mercado americano é de suma importância e que o mundo não ousa revidar e só pode ir a Washington implorar por misericórdia. Ou seja, enquanto ele pede vários preços, ele também pode desfrutar do prazer de ter todas as nações vindo prestar-lhe homenagem. MAGA é antes de tudo MTFG (Make Trump Feel Great).

Os EUA estão desmantelando seu império para construir um novo




“Não acredito no que vejo! Os EUA impuseram sanções contra si mesmos?!» Esta é uma reação muito, muito comum à declaração de Trump de uma "guerra tarifária". Os EUA agora têm uma taxa de inadimplência de 10% em bens importados de qualquer país, até 49% para o pobre Camboja. Outros países particularmente afetados: Laos, Madagascar, Vietnã, Sri Lanka (48-44%). A partir do início da próxima semana, os bens da UE estarão sujeitos a uma taxa de 20%, e da China – 34% (+20% de tarifa especial anti-chinesa, total de 54%). Os comentaristas temem que a Grande Depressão também tenha começado com guerras tarifárias. E eles perguntam: Trump enlouqueceu?

Como funciona a cabeça de um entreguista?

Imagem: Geancarlo Peruzzolo


JEAN PIERRE CHAUVIN*

A reeleição de Donald Trump voltou a atiçar sem-corações e dementes entreguistas. Certamente haverá quem defenda o “tarifaço” trumpista, como se confirmasse a virtude de um estadista

Dentre as aberrações pseudopolíticas que se popularizaram justamente por soar e agir de modo bruto – de red pills a senadores, sem esquecer o enxame de marombeiros – está a figura peculiar do patriota-entreguista.

Cuidado com os americanos que oferecem proteção

© Foto: Domínio público


Os Estados Unidos, com toda a sua bem-intencionada intenção missionária, estão tornando o mundo menos seguro por meio de intervenções equivocadas e mal pensadas.

Donald Trump quer pilhar a riqueza mineral da Ucrânia, aumentar os gastos com defesa na Europa enquanto remove toda a segurança e entra na Groenlândia. Talvez o mundo precise de um policial global diferente.

Família Bolsonaro festeja tarifaço de Trump com show de incoerência e submissão


João Filho

Criticar as medidas protecionistas brasileiras e, ao mesmo tempo, ovacionar o protecionismo dos EUA ultrapassa as fronteiras da sanidade. O fetiche de lamber as botas do Tio Sam é maior que tudo.

Donald Trump ainda nem anunciou qual tarifa colocaria sobre os produtos brasileiros, mas Jair Bolsonaro já estava fazendo festinha e balançando o rabinho. O ex-presidente não negou seu espírito de vira-latas complexado e foi às redes para aplaudir a insana guerra comercial que Trump declarou contra o Brasil.

Além do Signalgate: Compreendendo o verdadeiro escândalo no Iêmen

EUA atacando posições Houthi no Iêmen. Fonte da imagem: Força Aérea dos EUA – Domínio Público

Em 24 de março, o país soube que um grupo de altos funcionários do governo Trump (incluindo o vice-presidente, o secretário de Defesa e o diretor de inteligência nacional, entre outros) acidentalmente enviaram detalhes confidenciais de ataques militares contra o Iêmen para Jeffrey Goldberg, editor do The Atlantic . Desde que Goldberg divulgou a história, houve um fluxo constante de comentários sobre o "Signalgate", a maioria acrescentando pouco além de som e fúria. O discurso público sobre o Signalgate revela algo importante sobre a política americana — muito mais importante do que a incompetência no centro do escândalo. O que raramente foi mencionado durante a conversa nacional é o elefante na sala: os ataques dos Estados Unidos ao Iêmen violam o direito internacional e contribuem para uma das crises humanitárias mais significativas do mundo.

O fogo desta vez

Fotografia de Nathaniel St. Clair

Vivemos em tempos perigosos. As paixões mobilizadoras do fascismo não são mais um eco distante da história — elas estão aqui, surgindo pelos Estados Unidos como uma corrente elétrica. Estamos em um período de limpeza social, ideológica e racial.

Primeiro, a noção de governo como um bem público democratizante e instituição de responsabilidade social — que antes responsabilizava o poder, protegia os vulneráveis ​​e alimentava os ideais de justiça e responsabilidade coletiva — está sendo metodicamente destruída. O bem comum, antes visto como a essência da vida democrática, tornou-se o inimigo do estado fascista neoliberal. Ele não está sendo meramente negligenciado — está sendo atacado, despojado e deixado para apodrecer nas sombras da privatização, ganância e brutalidade — as principais características do capitalismo gangster. As instituições públicas estão esvaziadas, os tribunais estão sitiados, os órgãos reguladores estão politizados e destituídos de poder, e os mecanismos de governança agora atendem apenas às formas mais implacáveis ​​de poder financeiro e político concentrado.

Folha de S.Paulo, o jornal da ditadura pós-64

Foto: Unifesp/Arquivo

Não foi apenas apoio editorial. Livro recém-lançado descreve, pela primeira vez, a amplitude de uma relação promíscua. Jornal emprestou sua estrutura ao aparato repressor. Em contrapartida, recebeu dos militares favores múltiplos e incessantes

MAIS:
> O trecho que se segue à nossa apresentação é um capítulo de A Serviço da Repressão, de Amanda Romanelli, Ana Paula Goulart Ribeiro, André Bonsanto, Flora Daemon, Joëlle Rouchou e Lucas Pedretti, publicado pela Editora Mórula, parceira de Outras Palavras. O sumário completo da obra pode ser consultado aqui.

> Uma das autoras, Flora Daemon, foi entrevistada por Outra Manhã, nosso programa diário de entrevistas em vídeo. O programa pode ser assistido aqui:

“Hoje, eu não tenho dúvidas. Nenhum outro jornal recebeu da ditadura militar tantas benesses, nem colaborou tanto com ela (…)”. Ouvida pelo programa Outra Manhã em 1º/4a jornalista e pesquisadora (PPCULT/UFF) Flora Daemon não hesitou ao lançar a frase que, por colocar em segundo plano outra organização jornalística, contraria a visão convencional sobre o tema. A segurança da entrevistada apoia-se num feito notável. Dias antes, ela e outros quatro coautores haviam lançado, em São Paulo, o livro A serviço da repressão. Construída após ampla pesquisa documental e dezenas de entrevistas, a obra traça um panorama vasto da colaboração entre o jornal que cunhou o termo “ditabranda” e o regime pós-64 – inclusive os seus porões.