quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Corporativismo predatório e captura do fundo público

Imagem: Brett Sayles

Por JOSÉ CELSO CARDOSO JR.; ALEXANDRE GOMIDE & RAFAEL RODRIGUES VIEGAS*

Para reforçar o caráter público da atuação estatal e combater a captura do Estado pelas corporações, diversas estratégias podem ser empregadas

O corporativismo é comumente definido como um sistema de representação, tramitação e implantação de interesses coletivos específicos junto ao poder público instituído. Não cabe aqui discorrer sobre suas variantes histórico-institucionais, isto é, se corporativismo estatal (organizado e tutelado pelo Estado), se corporativismo societal (animado e sustentado pelo pluralismo de interesses presentes na sociedade), bem como as combinações e derivações observadas empiricamente de ambos os modelos principais ao longo do tempo.[i]

A loucura da repetição: o retorno de Israel ao atoleiro libanês

(Crédito da foto: The Cradle)

A mais recente incursão de Israel no sul do Líbano repete os mesmos erros táticos do passado, mergulhando o exército de ocupação em um atoleiro familiar e levantando uma questão urgente: por quanto tempo o ciclo de fracassos pode continuar antes que as lições sejam finalmente aprendidas?

Anis Raiss
thecradle.co/

Mais uma vez, a história reverbera pelas montanhas e vales do sul do Líbano.

Em 2 de outubro, Israel lançou sua "incursão terrestre limitada" – uma tentativa renovada de forçar o Hezbollah para além do Rio Litani.

Mas o que começou com arrogância familiar rapidamente se desfez em desastre. Três tanques Merkava foram deixados ardendo na terra, e oito soldados da unidade Egoz foram eliminados. No entanto, quando o sol nasceu em 13 de outubro, o padrão sombrio persistiu.

O lobby sionista vence, mas os EUA perdem

© Foto: Domínio público

strategic-culture.su/

O envio de tropas americanas para o conflito regional do Oriente Médio mostra como o lobby pró-Israel influencia profundamente a política externa americana.

Os EUA aparentemente tomaram a decisão de intervir diretamente no conflito de larga escala que está ocorrendo atualmente no Oriente Médio. De acordo com relatórios recentes, unidades militares americanas, incluindo grupos auxiliares e forças especiais, estão sendo enviadas a Israel para dar suporte mais efetivo às forças de Tel Aviv em suas operações terra-ar.

A tragédia sem farsa

Imagem: Liliane Paula

Por BARUC CARVALHO MARTINS*

Breves comentários sobre a derrota da esquerda na eleição municipal

No dia 5 de outubro, tomamos um duro golpe contra os valores mais básicos que as tradições iluminista e socialista nos legaram. Temos enfrentado, sem sucesso, o crescimento da extrema direita no país e, como resultado, estamos perdendo, a passos largos, território na disputa hegemônica de nossa sociedade.

Nardes, ex-ARENA, usa TCU para blindar Bolsonaro e atacar Lula e o PT

Augusto Nardes (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)


"Ele é um agente orgânico da extrema-direita, vem do porão da ditadura; conserva vínculos históricos com a repressão, o militarismo e o extremismo", diz Miola

Jeferson Miola
brasil247.com/

João Augusto Nardes usa o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União/TCU para blindar e proteger Bolsonaro e, ao mesmo tempo, para atacar Lula e o PT.

Ele não desperdiçou a oportunidade surgida agora como ministro-relator do processo sobre a empresa Enel Brasil, e mais uma vez agiu de modo faccional para atingir o governo Lula.

O mito do desenvolvimento econômico


Por LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA*

Considerações sobre o livro de Celso Furtado.

Em 1974, quando Celso Furtado publicou O mito do desenvolvimento econômico, ele estava preocupado com o problema dos recursos naturais não-renováveis que estabeleciam um limite para o crescimento da renda e do consumo no mundo – preocupação que se apoiava no livro recém-publicado, The limits of growth, preparado por um grupo interdisciplinar do M.I.T. para o Clube de Roma.[i]

As necessidades concretas da classe trabalhadora

Imagem: Jeffry Surianto

Por JORGE LUIZ SOUTO MAIOR*

É inconcebível que as Centrais tenham se unido para defender as instituições, sobretudo o STF, que tem se oferecido ao mercado para ser o protagonista da destruição da Constituição Federal

Em dois dias (13 e 14 de outubro), algumas centrais sindicais, não exatamente as mesmas, lançaram duas notas: uma, em defesa de um Ministro do STF (veja aqui), contra os ataques que este vem sofrendo de “milícias digitais”, como diz a nota; e outra (veja aqui), em defesa do próprio STF (veja aqui), contra as iniciativas que tramitam na Câmara dos Deputados para: (a) anistiar os golpistas de 08 de janeiro de 2023; (b) limitar decisões monocráticas dos Ministros do Supremo; (c) permitir a sustação de decisões do STF pelo Congresso Nacional; e (d) facilitar o impeachment dos Ministros do STF.

Governos empresariais na América Latina

Fontes: Rebelião


Desde a crise da dívida externa que começou em 1982, a América Latina experimentou não só o avanço induzido da ideologia neoliberal, mas também a ascensão dos interesses diretos dos empresários mais poderosos e ricos da região. Era normal que estes interesses fossem representados por políticos e partidos de direita; Mas com o passar das décadas, um novo fenômeno apareceu: vários empresários e até milionários optaram por se candidatar a cargos eletivos e alguns se tornaram empresários-presidentes. Existem vários estudos sobre o tema, como o oferecido pela revista Nueva Sociedad em 2010 (https://shorturl.at/azCU7), o livro editado por Inés Nercesian e outros acadêmicos (Presidentes empresariais e estados capturados: América Latina no século XXI, 2020) e até alguns artigos que publiquei antes ( https://t.ly/h0xqB; https://t.ly/HbQZA). Vale a pena atualizar as referências sobre o Equador, pois desde 2017 existiram três governos empresariais: Lenín Moreno (2017-2021) e os milionários Guillermo Lasso (2021-2023) e Daniel Noboa (2023-2025).