domingo, 13 de abril de 2014

Por que o silêncio cúmplice em relação à promotora-espiã?

Fernando Brito - Tijolaço 

Num dos vergonhosamente raros sinais de indignação neste país contra a monstruosidade, Janio de Freitas dedica sua coluna de hoje na Folha à monstruosidade da burla, até agora totalmente impune, de uma integrante do Ministério Público ao tentar que o Supremo Tribunal Federal lhe facultasse, sem motivo qualquer, espionar as comunicações telefônicas da própria sede do governo brasileiro.

Um ardil escandaloso que, em qualquer parte do mundo, estaria gerando agora uma onda de respostas da opinião pública e das instituições.

Não é um exagero: imagine que se descobrisse que um promotor distrital de Washington tivesse solicitado à Suprema Corte a quebra do sigilo telefônico da Casa Branca, sem dizer isso em seu pedido, apenas com a determinação das coordenadas geográficas?
Desnecessário falar que isso criaria uma grave crise e a imediata responsabilização do responsável por isso.

Mas, aqui, qual a razão do silêncio?

Janio abre uma hipótese pavorosa: a de que isso tenha sido não um ardil, mas um duplo ardil, porque teria o conhecimento prévio das instâncias judiciais a quem se dirigiu o pedido, especialmente do Supremo Tribunal Federal.

Teremos esta segunda-feira para verificar se haverá reação e providências, uma vez que a sexta-feira costuma encontrar suas Excelências distantes do Tribunal.

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