[Manifestante no protesto de 12.04.2015, em São Paulo]
Por Mauro Luis Iasi. / http://blogdaboitempo.com.br/
“Atrás da aparente beleza, estão os assassinos em massa, a
abolição da dignidade, os campos de trabalho forçado, a rejeição de toda a noção
de liberdade e fraternidade. (…) [O comunista] é aparentemente inofensivo, será
o seu mais querido amigo, o mais sincero, o mais leal… até o dia em que ele o assassinará pelas
costas.”
(O GORILA, folheto anticomunista distribuído no interior das Forças
Armadas como preparação para o Golpe de 1964)
Há um certo espanto com as recentes manifestações de direita
no Brasil, como se fossem algo fora do lugar e do tempo, resquícios de um tempo
obscuro que se esperava superado. Por outro lado, espantam-se os que crêem que
tal fenômeno é absolutamente novo – daí os epítetos tais como “nova direita”,
“onda conservadora” e outros. Acreditamos que o conservadorismo que se
apresenta na ação política de direita não é algo do passado que se apresenta
anacronicamente no cenário de uma democracia, nem algo novo que brota do nada.
O conservadorismo sempre esteve por aqui, forte e
persistente. O fato é que não foi enfrentado como deveria e nos cabe perguntar:
por que?
CONSERVADORISMO E LUTA DE CLASSES
O conservadorismo não pode ser entendido em si mesmo, ele é
expressão de algo mais profundo que o determina. Estamos convencidos que ele é
uma expressão da luta de classes, isto é, que manifesta em sua aparência a
dinâmica de luta entre interesses antagônicos que formam a sociabilidade
burguesa. Nesta direção é importante que comecemos por delinear o cenário no
qual o conservadorismo se apresenta.
O impacto da ação política de direita espanta aqueles que
julgavam que as classes sociais não eram mais categorias que poderiam explicar
a sociedade contemporânea. De certa forma, prevaleceu uma estratégia política
que orientou de forma determinante a ação política dos trabalhadores que
esperava amenizar ou contornar a luta de classes para que fosse possível um
conjunto de reformas de baixa intensidade no longo prazo.
Esta estratégia, denominada de Democrática e Popular, se
fundamenta na convicção que a crise da autocracia burguesa permitiria superar
uma característica histórica de nossa formação social, isto é, seu caráter
“prussiano”. O Brasil era uma sociedade com um Estado forte e uma sociedade
civil fraca, assim o fortalecimento da “sociedade civil” geraria um cenário no
qual a disputa de hegemonia favoreceria às classes trabalhadoras, diminuindo o
espaço próprio da direta e favorecendo a política de esquerda.
Não foi o que ocorreu. A estratégia burguesa de transição
pelo alto, controlada e segura, venceu. Não porque não se tenha fortalecido a
sociedade civil burguesa e o Brasil não tenha se “ocidentalizado” nos termos
gramscianos, mas justamente pelo fato do fortalecimento da sociedade civil
burguesa ter acabado por criar um quadro no qual a hegemonia burguesa se
consolidou, diminuindo e não ampliando o espaço para a política de esquerda.
Há aqui duas incompreensões graves no que diz respeito ao
conceito de hegemonia e, por conseguinte, da compreensão do caráter do Estado.
Prevaleceu uma visão mecânica que associou a autocracia ao uso da força e a
democracia ao consenso. Desta forma dicotômica, ao optar pela disputa de
hegemonia supostamente favorecida pelo fortalecimento da sociedade civil
burguesa, retira-se da paleta de opções políticas o uso da força – seja da
esquerda, abandonando a perspectiva de ruptura revolucionária, seja pela
direita, com sua tradicional tendência golpista que interrompe os processos institucionais.
A maneira de contornar a luta de classes e tornar possível
as reformas de longo prazo seria o pacto social. Isto é, deixar a burguesia
ganhar seus lucros e criar as condições favoráveis para seus negócios enquanto,
pouco a pouco, gotejam melhorias pontuais para os mais pobres. Assim a
burguesia não teria razão para interromper o processo político e a disputa
seria desviada para o terreno que interessaria aos trabalhadores: a disputa
eleitoral e o reformismo de baixa intensidade gradualista que seria aceito
pelas classes dominantes uma vez que não se trata de nenhuma mudança
socialista, mas de buscar uma maior justiça social.
Neste cenário ideal a direita e suas manifestações mais
gritantes se isolariam, o conservadorismo iria cedendo espaço para uma
consciência social cada vez mais progressista e viveríamos felizes para sempre.
A primeira incompreensão grave é que a hegemonia de uma
classe social não se define, pelo menos como Gramsci pensava a questão, pela
mera disputa das consciências sociais e da legitimidade, mas tem suas raízes
nas relações sociais de produção e de propriedade determinantes numa certa
época histórica. A hegemonia nasce da fábrica, dizia o comunista italiano.
Querer reverter a direção moral de uma sociedade mantendo as relações sociais
de produção e formas de propriedade inalterada é uma tarefa impossível.
Da mesma forma é impossível separar os dois elementos
constitutivos do Estado, isto é, a coerção e a busca do consenso. Dizia
Gramsci:
“O exercício “normal” da hegemonia, no terreno tornado
clássico do regime parlamentar, caracteriza-se pela combinação da força e do
consenso, que se equilibram de modo variado, sem que a força suplante muito o
consenso, mas ao contrário, tentando fazer com que a força pareça apoiada no consenso
da maioria”
(Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere, v. III, 2007, p. 95)
Vejam que combinados os elementos do par dialético
força/consentimento, o Estado burguês precisa apresentar sua dominação de
classe como expressão de um interesse geral, e não de seus egoístas interesses
particulares.
Esta é a função da ideologia, mas como isso é possível?
Como já diziam Marx e Engels na Ideologia alemã, as ideias dominantes em uma sociedade são as
ideias das classes dominantes, mas estas só são dominantes porque expressam no
campo das ideias as relações que fazem de uma classe a classe dominante. Tal
aproximação teórica é essencial à compreensão do nosso tema.
O conservadorismo não é um desvio cognitivo ou moral, não é
fruto de uma educação mal feita ou de preconceitos vazios de significado. O
conservadorismo é uma das expressões da consciência reificada, nos termos de
Lukács, ou do chamado senso comum, nas palavras de Gramsci, isto é, é uma
expresso da consciência imediata que prevalece em uma certa sociedade e que
manifesta, ainda que de forma desordenada e bizarra, os valores determinantes
que tem por fundamento as relações sociais determinantes.
Neste sentido, o conservadorismo não veio de lugar nenhum,
sempre esteve ali nas relações que constituem o cotidiano e na consciência
imediata. As características desta consciência imediata já foram delineadas por
Lukács e se centram nos seguintes aspectos:
a) imediaticidade, o que significa que é uma consciência que
se forma nas relações imediatas do ser social com as coisas e pessoas próximas,
nos contextos presenciais e que tem por horizonte de ação o tempo presente;
b) heterogeneidade, o que implica que as diferentes esferas
de ação da pessoa no trabalho, na vida afetiva, nos vínculos com o sagrado (o
que inclui o futebol, além da religião), na adesão à valores morais, ganham
autonomia e coexistem lado a lado sem a exigência de coerência entre os
elementos que conformam um determinado modo de vida e uma correspondente
concepção ideal de mundo;
c) superficialidade extensiva, ou ultrageneralização,
mecanismo pelo qual a experiência imediata é estendida e universalizada de
contextos particulares para generalizações carentes de mediações, o que leva ao
preconceito como forma imediata do pensamento no cotidiano.
Esta consciência imediata forma uma senso comum, bizarro e
ocasional, isto é, formado por elementos dispares e heterogêneos relativos aos
diferentes grupos ou segmentos sociais que o indivíduo entra em contato em sua
vida, na família, nos diversos grupos, no trabalho, na vida pública e outras
esferas.
Ainda que todo senso comum expresse as relações sociais
determinantes e portanto valores da ordem burguesa, nem todo senso comum é
conservador. Faz parte do senso comum, até pela característica da
imediaticidade, a reação a uma situação vivida como injusta ou intolerável, a
necessidade da solidariedade entre os que vivem as mesmas situações, o que
constitui um núcleo saudável do senso comum ou o bom senso. Entretanto, tais
características também são cruzadas pela luta de classes, isto é, podem ser
elementos basilares da constituição de uma consciência de classe dos
trabalhadores ou de formação de uma ação política conservadora.
Neste ponto as duas dimensões da análise se encontram. A
estratégia gradualista e o governo de pacto social que dela deriva, desarmam a
consciência de classe forjada nas décadas anteriores e criam uma situação na
qual a consciência dos trabalhadores reverte-se novamente em alienação, em
serialidade, fortalecendo o senso comum. A consciência de classe dos
trabalhadores pressupõe uma clara definição do inimigo, como dizia Marx, para
que os trabalhadores se vejam como uma classe que pode representar uma
alternativa universal para o sociedade, outra classe tem que se expressar como
um empecilho universal, um entrave que precisa ser superado; ou como dizia
Freud, só é possível manter alguns em união quando se dirige o ódio para
outros.
O pacto social e a política da pequena burguesia procura
diluir as diferenciações de classe, em outras coisas, com a enganosa ideia de
nação. Ocorre que a consciência de classe não é uma naturalidade sociológica,
de forma que cada classe tem a consciência que lhe corresponde, mas ela se
forma na ação política desta classe e, em grande medida, pala forma política
que assume sua vanguarda. Uma ação política classista gera um forte sentimento
de pertencimento e identidade de classe, uma política diluída de cidadãos,
consumidores, parceiros, e outras gera indiferenciação, permitindo que se
imponha a inércia da visão de mundo própria da sociedade dos indivíduos em
livre concorrência.
Desarmada a classe trabalhadora de sua consciência de
classe, a luta de classes que se esperava contornar e que é impossível de
evitar, se manifesta. É fácil identificar os setores de direita que operam no
jogo político, mas não é tão simples entender por que meios logram a adesão de
segmentos sociais diversos.
A iniciativa política e o trabalho ideológico da direita é
facilitado por um mecanismo que Althusser identificava como “reconhecimento”,
isto é, a ideologia só pode ser efetiva se o valor ideológico encontrar na
consciência imediata algo que produza um reconhecimento e assujeite a pessoa a
determinadas práticas. Neste ponto, o funcionamento da ideologia é preciso. As relações
sociais interiorizadas na forma de valores que constituem uma determinada visão
de mundo são apresentada à estes valores agora na forma do discurso ideológico.
Ocorre que o discurso não é uma mera reapresentação do
conteúdo mais substantivo das relações sociais internalizadas, ele o conforma
de uma determinada maneira e com certa intencionalidade, produzindo um efeito
político extremamente útil à dominação. Certas palavras chaves, “significantes
mestres” nos termos de Lacan, ordenam a serie de palavras que são veículos de
valores dando consistência a uma determinada visão de mundo orientada
ideologicamente.
Isto significa, em última instância, algo muito simples. A
disputa de hegemonia, que implica também, mas não somente, na disputa das
consciências, é uma luta de classes e não um debate sobre valores. Só se afirma
uma visão de mundo, numa sociedade de classes, contra outra visão de mundo.
Neste sentido a meta do consenso nos quadros do Estado burguês é ela mesma
ideológica.
No inevitável acirramento da luta de classes, os governistas
do pacto social ficam à deriva porque não esperavam ter que enfrentar a direita
neste cenário na qual ela, ao contrario dos gradualistas, consegue dialogar com
a consciência imediata das massas. E o fazem operando eficientemente os
elementos do conservadorismo deixado inalterado.
CONSERVADORISMO E FASCISMO
Há um certo exagero conceitual na tentativa de identificar
este conservadorismo como fascista. Mas, nos seria útil identificar nesta
ideologia elementos que correspondem ao discurso conservador no intuito de
compreender sob que significantes o conservadorismo abre o dialogo com a
consciência imediata.
Leandro Konder em seu livro Introdução ao fascismo (São
Paulo, Expressão Popular, 2009) nos dá um bom caminho nesta direção. Primeiro
ressaltemos que o fascismo, tal como Togliatti e outros definiram, é uma
expressão política da pequena burguesia que serve aos interesses do grande
capital monopolista/financeiro e que logra uma apoio de massas nas classes
trabalhadoras. Ideologicamente ele opera necessariamente apagando suas pegadas
relativas ao seu pertencimento de classe, e para tanto é essencial a ideia de
Nação, de onde deriva a primeira característica do pensamento conservador: ele
é extremadamente nacionalista.
A esquerda sempre flertou com a ideia de nação, mas ela é
uma patrimônio da direita e uma propriedade intelectual da pequena burguesia,
que por ser uma classe de transição (não é trabalhadora nem burguesa) se crê
acima dos interesses de classe, sendo a legitima detentora do interesse
nacional. Não cabe aqui avançar na discussão se este valor pode ou não servir a
propósitos de esquerda – já serviram. Sempre achei temerário e as consequências
não costumam ser boas. O que nos interessa diretamente aqui nesta reflexão é
que a direita, de novo, manipula com eficiência esta ideia vaga que a nação
precisa ser defendida contra seus adversários e sai às ruas com as cores da
CBF.
Outro aspecto importante a ser destacado na ideologia
fascista, que aqui nos serve apenas de parâmetro de análise, é o pragmatismo
imediatista. Derivado de um quadro de referencia imediato, de problemas ou
contradições que lhe afetam de forma direta, o fascista assim como todo
conservador quer uma solução. Não há história, assim como inexistem
determinações fora do campo do visível. Desta forma o pensamento conservador
não se preocupa se antes falava uma coisa e agora fala outra, pois não conexão
entre estas dimensões, só existe o agora, o presentismo exacerbado. Dane-se o
passado e não me interessa as consequências disso para o futuro, me interessa o
gozo presente, o êxtase.
Tal característica remete a outras duas próprias do
pensamento conservador: a preponderância das paixões e o irracionalismo. Como
não existem determinações mais profundas além da aparência dos fenômenos, assim
como não existe história que articule formas passadas às presentes, tudo se
resume a reação instintiva e animal, as paixões. Daí que o conservador é por
natureza violento e irracional.
Um fato ilustra bem isso. Um fotógrafo mineiro foi agredido
na manifestação da direita porque se parecia com Lula. Vejam, um ser racional
não agrediria alguém por querer participar de ato público, mas um ser
irracional não se permite perguntar algo ainda mais elementar: o que estaria
fazendo o ex-presidente da República disfarçado de repórter num ato da direita?
Tentar buscar algum tipo de racionalidade na direita
conservadora (uma redundância, não é?) é tarefa inútil. Assim como a Globo
tentando derivar dos atos uma pauta, quando se via claramente um exercício
sistemático de ódio; ou ainda a presidente Dilma e seus perdidos ministros
reafirmando questão abertas ao dialogo com a malta que pede sua cabeça.
Há um aspecto que deriva, tanto do nacionalismo, como do
imediatismo e do irracionalismo apaixonado: o preconceito. Todo fascista e a
maioria dos conservadores tem que desembocar, mais cedo ou mais tarde, em algum
tipo de supremacia que justifique sua ação. Aqui ganha uma densidade visível a
operação do princípio freudiano segundo o qual o que permite a solidificação da
identidade grupal é a transferência do ódio para algo ou alguém fora do grupo.
É preciso criar um estigma, um preconceito, para que a paixão violenta se
expresse.
Não basta a oposição a um governo, um debate sobre
alternativas de sociedade. Isto tudo é racional demais. É preciso colar algo
mais atávico, afetivo, que mobilize paixões irracionais. Daí a funcionalidade
dos estigmas, e entre eles do anticomunismo, ainda que o alvo da raiva não
seja, nem de longe, algo parecido com um alternativa comunista. Desta maneira
eu posso atacar, pedir o impedimento, xingar, desejar matar e acusar sem
entender o porquê. Simplesmente porque é comunista (ou judeu, ou negro, ou
homossexual, etc…).
Em função da grande carga afetiva mobilizada na opção
conservadora, ela exige e pressupõe a repressão da sexualidade, como já
analisou brilhantemente Willian Reich. Por isso o fascista e o conservador é um
moralista. O moralismo e suas manifestações associadas, como a intransigente
defesa da família, por exemplo, são um elemento constante no discurso
conservador, mas aqui também é necessário a alteridade, um outro que ameace a
ordem e a harmonia do padrão moral, daí que não nos espanta que o discurso
conservador associe o nacionalismo, a irracionalidade, o moralismo com a
homofobia.
Por fim, o fascismo sempre foi um crítico da democracia e do
regime parlamentar e defendeu a solução autoritária. O conservadorismo é sempre
elitista. A noção de supremacia, seja racial ou outra qualquer, age aqui como a
convicção que o governo deve ser entregue a uma elite capaz, forte e moralmente
firme, para conduzir a sociedade na direção correta. No fundo o autoritarismo é
uma consequência de tudo o que foi dito, pois aquele que clama contra o desvio
moral, o risco da corrupção, na verdade está clamando por controle, inclusive
contra seus próprios impulsos. Todo conservador é um sádico.
O que nos salta aos olhos é que estes elementos do discurso
ideológico conservador produz a função do reconhecimento com os elementos da
consciência imediata reificada, com o senso comum. Por ouro lado, a consciência
de classe se constitui num tortuoso processo de rompimento com o senso comum, ainda
que sempre partindo dele.
A única maneira de enfrentar o discurso e a prática política
da direita é revelando sua particularidade e a natureza de seus interesses de
classe. No entanto esta não é uma mera operação racional, em grande medida a
luta de classes exige que a transição da alienação para a consciência de classe
também opere com mecanismos subjetivos, de identidade de classe, de formação de
uma nova subjetividade, de transformação cultural. O fascismo só tem espaço
para crescer na derrota da esquerda.
Contra esta ofensiva da direita, que era inevitável, seria
necessário agora uma classe trabalhadora que constituída enquanto classe e
portadora de valores e uma visão de mundo revolucionária, que visse na ameaça
fascista a necessidade de sua maior unidade. Na ausência desta consciência de
classe, na desarticulação da visão de mundo de esquerda que poderia ordenar o
senso comum numa direção diferente, os membros das classes trabalhadoras são
devolvidos à serialidade e viram presas do discurso conservador.
Enganam-se os que querem restringir o pensamento conservador
a uma categoria de eleitores, ou apenas aos segmentos médios. O grande risco é
que a base de massas para alternativas conservadoras (não creio que no momento
possam ser identificadas como fascistas) não pode ser somente as chamadas
“classes médias”, ainda que sejam estas a caixa de ressonância por natureza da
proposta conservadora. O alvo é outro. São os trabalhadores. Por isso o
abandono das demandas próprias de nossa classe pelo governo de pacto social é o
caminho mais rápido para dotar a alternativa de direita da base social que ela
precisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12