segunda-feira, 18 de maio de 2015

Futebol sem política? - A seleção canarinho joga e os abutres rodeiam

Como puxaram o tapete da seleção Brasileira e o amontoado de politicagem envolvida em destruir um patrimônio do povo brasileiro
 Acreditar na seleção e se conscientizar do lixo que tentam jogar em cima do povo brasileiro
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Em matéria publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, intitulada “Documentos mostram como a CBF 'vendeu' a seleção brasileira”, uma parte importante do que até então permanecia na obscuridade foi trazido à luz sobre o futebol brasileiro.
A seleção, “leiloada”, como diz o artigo, revela que a CBF entregou milhões de dólares em comissões a agentes, cartolas, testas-de-ferro e empresas em paraísos fiscais, longe do controle da Receita Federal brasileira. 
Tudo era estabelecido na forma de valor de mercado. Um jogador reserva quando entrasse em jogo, deveria atender ao mesmo “valor de marketing” do jogador substituído, em comum acordo da CBF e empresários.

Documentos demonstram com total transparência o acordo da CBF com a International Sports Event (ISE) hospedada nas Ilhas Cayman e como concedia à essa última o poder de “organizar, hospedar, realizar, administrar, comercializar e produzir (grifo nosso) as partidas que serão disputadas em qualquer país ao redor do mundo inclusive no Brasil (idem).
Os documentos apontam detalhes impressionantes, como, por exemplo, o pagamento de 50% da comissão à ISE se a seleção que entrasse em campo não fosse 100% igual à indicada 15 dias antes da partida em questão. 

E o que é a ISE? E quem veio depois?

A ISE é uma empresa fantasma que mantém contrato com a CBF desde 2006 e que não tem escritórios nem funcionários. É uma subsidiária do grupo Dallah Al Baraka, um dos maiores conglomerados do Oriente médio com 38 mil funcionários pelo mundo. 
Ricardo Teixeira renovou o contrato em 2011 por mais dez anos, e a ISE sublicenciou a operação para a Kentaro, para que comandasse o combinado. Após 2012 a operação passou para a Pitch International. Isso transformou absolutamente tudo relacionado à seleção brasileira em formas de explorar a “marca” em todos os seus limites, sendo em convocações, independentemente de resultados ou o que significaria uma partida para a preparação do time.
A ISE teria ainda direitos de exploração do contrato sobre a seleção para as copas de 2018 e 2022 (quando o contrato, renovado em 2012, terminaria seus 10 anos de vigência). Diz o acordo:
“ Todos os termos e condições deste acordo serão tratados pela partes como informações confidenciais e nenhuma das partes os divulgará”.
Após a saída de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero (atual presidente da CBF, recomeçaram a negociação. Entra na negociação a família Figer e principalmente Phillip Grothe, CEO da Kentaro (Chief Executive Officer, o executivo-chefe da empresa) intervieram e fecharam um acordo direto com o presidente para retirar a ISE da jogada. Mas Teixeira não estava morto. Devolveu o contrato à ISE e manteve sua força, mesmo “fora”da CBF.
Reações
O meia Alex, (ex-Palmeiras, ex-Cruzeiro e ex-Seleção Brasileira) se declarou:
“O futebol é patrimônio do povo brasileiro e não pode ser usurpado como está sendo, a tanto tempo por uma sociedade privada como é a CBF”. E acrescentou: “Já não jogo mais, mas essa notícia é como um soco enorme no estômago. Que sejam apurados todos os fatos para que saibamos realmente tudo o que acontece no comando do nosso futebol”.
“Irmãos Cara de Pau”
A CBF repudiou as denúncias e disse que a importância sempre foi técnica. Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira relataram que a seleção dava prejuízo e por conta dos contratos agora é lucrativa.
“Eu não chego a dizer que esse contrato é tão ruim... porque quando a gente jogava aqui no Brasil não chegava a tirar 1 milhão de dólares... Hoje quanto é isso? 3 milhões de reais é pouco? Se analisar, hoje o contrato é bom”. 
O que dizer desse irmão Cara de Pau?
Conspiração e ataque à seleção e ao povo 
Essas informações vem corroborar com o que muitos há muito tempo já suspeitavam.
A direita nacional bombardeou a Seleção com sua retórica desmoralizante. Atacou os direitos da população pobre e trabalhadora participar e comemorar o seu esporte mais amado. 
A esquerda pequeno-burguesa festejou a derrota e a tristeza do povo e da seleção, entrando no mesmo coro da Direita Nacional e Internacional. 
Mais uma vez, todo o peso da ignorância por parte da esquerda pequeno-burguesa e da raiva e presunção da direita vêm de forma a minar todo e qualquer direito e prazer da classe operária. Para que fique claro, a classe trabalhadora precisa se unir para se defender de tais golpes e avançar contra essas tramoias geradas pela grande imprensa que é ardilosa e serve aos interesses que nada tem a ver com a população.
No artigo "Eles" conseguiram... e agora?, publicado no Diário Causa Operária Online em 8 de julho de 2014, já apontávamos a frustração e o embuste, o ardil, a mentira deslavada que foi colocar toda a culpa na seleção brasileira durante toda a Copa do Mundo e no jogo contra a Alemanha.
Os fatos (pelo menos uma parte deles) vieram à tona. É a vez dos proclamadores da “verdade”, os paladinos da Justiça, darem as voltas que julgarem necessário para justificar as mentiras e a tentativa deliberada de ocultar a realidade.
Enquanto o povo chorava a derrota vergonhosa, eles riam… Precisamos rir por último.

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