Os cínicos ataques ao
Brasil e a postura servil diante do império - típica dos que sofrem do complexo
de vira-latas - confirmam a triste trajetória de FHC.
Altamiro Borges - http://cartamaior.com.br/
Durante o seu triste
reinado, FHC sempre foi um capacho dos Estados Unidos. Adotou a política do
“alinhamento automático” ao império, quase entregou a base militar de Alcântara
(MA) aos militares ianques e defendeu o tratado neocolonial da Área de Livre Comércio
das Américas (Alca). Agora, como ex-presidente rejeitado e detestado pelos
brasileiros, ele segue servil aos interesses dos EUA. Nesta semana, FHC foi a
“estrela” de midiáticos eventos em Nova York. Na terça-feira (12), ele recebeu
o prêmio “Pessoa do Ano”, concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados
Unidos. Na sequência, participou de um convescote promovido pelo grupo Lide, do
empresário-trambiqueiro João Doria Jr.
Em suas “palestras” e
entrevistas, FHC fez questão de criticar a atual situação econômica do Brasil –
logo ele que deixou o país de joelhos diante do Fundo Monetário Internacional
(FMI) e que quase levou a nação à falência. Para ele, o Brasil está
“paulatinamente voltando à expansão sem freios do setor estatal, ao descaso com
as contas públicas, aos projetos megalômanos que já haviam inviabilizado o
êxito de alguns governos do passado”. Segundo relato do jornal Estadão, que
adora bajular o “príncipe da Sorbonne”, o ex-presidente agradou os ricaços
presentes ao jantar oferecido no hotel Waldorf-Astoria, em Nova York, pela
Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos:
“O discurso caiu bem em
uma plateia de tucanos, como os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e
o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além de simpatizantes do partido. O
único político presente de fora do PSDB era o ex-senador José Sarney (PMDB). Do
setor financeiro, estavam os presidentes do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; do
Itaú, Roberto Setúbal; e do BTG Pactual, André Esteves, além de José Olympio,
do Credit Suisse... Os empresários Rubens Ometto e José Luís Cutrale também
foram convidados para o jantar, que teve wrap de salmão defumado e cherne com
camarões e aspargos e ingressos a partir de US$ 1 mil. Quando o homenageado
subiu ao palco, ouviu-se um grito: “Volta presidente”. O publicitário Nizan
Guanaes foi na mesma linha em seu discurso. ‘Temos saudades de você, presidente’,
disse, sob aplausos”.
Já para agradar a
plateia de empresários estadunidenses, FHC voltou a destilar seu veneno contra
a política externa soberana adotada pelo Brasil a partir do governo Lula. Neste
trecho, o vaidoso fez questão de discursar em inglês. Ainda de acordo com o
colonizado Estadão, “o ex-presidente criticou a omissão do governo brasileiro
diante das violações de ‘práticas democráticas’ na Venezuela e atacou o que
considera uma tímida repulsa ao terrorismo. ‘Não há sequer como pensar em
negociar com quem exibe cabeças cortadas dos ‘infiéis’, declarou, em referência
indireta ao discurso de Dilma na Assembleia-Geral da ONU do ano passado, no
qual ela defendeu o diálogo para solução da crise gerada pela emergência do
Estado Islâmico”.
Os cínicos ataques ao
Brasil e a postura servil diante do império – típica dos que sofrem do complexo
de vira-latas – confirmam a triste trajetória de FHC. Mais do que isto, indicam
que os que tucanos voltam a pedir benção aos EUA. Não é para menos que o evento
em Nova York foi “prestigiado” pelo cambaleante Aécio Neves e pelo governador
paulista Geraldo Alckmin, dois presidenciáveis do PSDB para 2018. A homenagem
mereceu amplo destaque da mídia oposicionista, com manchetes e reportagens de
pura bajulação. Um dos poucos veículos a criticar a postura do ex-presidente
foi o Jornal do Brasil, que atualmente tem adotado uma linha mais crítica. Vale
conferir o seu petardo:
*****
Em evento nos EUA, FHC
critica economia do Brasil e diz que teme por retrocesso
Causa perplexidade que
um ex-presidente fale mal de seu próprio país no exterior
Durante a entrega do
prêmio Person of the Year, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados
Unidos e realizado na noite de terça-feira (12), no The Waldorf Astoria, em
Nova York, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso teceu críticas ao
Brasil em seu discurso, afirmando que teme que os avanços conquistados a partir
da Constituição de 1988 possam “desfazer-se no ar”.
O evento, que contava
com uma plateia de 1.200 pessoas, entre empresários, diplomatas e a alta cúpula
do PSDB, e cujos ingressos variavam entre US$ 10 mil a US$ 18 mil dólares (na
mesa), e US$ 1.000 (assento individual).
Ao ser premiado, FHC
fez uma alusão ao bordão usado pelo ex-presidente Lula e disse que essa
“construção” de décadas foi feita por gerações e não permite que se diga “nunca
neste País antes de mim fez-se tal e tal coisa”; “Um país não se constrói senão
pondo tijolo sobre tijolo, obra de gerações.”
Acompanhado por uma
comitiva que incluiu os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além do ex-senador José Sarney
(PMDB), FHC também fez críticas à política econômica adotada após a crise
mundial de 2008.
“O governo interpretou
o que era política de conjuntura como um sinal para fazer marcha à ré”,
observou. “Paulatinamente fomos voltando à expansão sem freios do setor
estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos megalômanos que já
haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns governos do passado.”
Causa perplexidade que
um ex-presidente fale mal de seu país no exterior
O evento promovido pela
Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos acontece desde os anos 1970. Neste
período, foram homenageados os brasileiros Rubens Ometto Silveira Mello,
Luciano Coutinho, André Esteves, Fábio C. Barbosa, Henrique Meirelles, José
Sérgio Gabrielli, Yolanda Vidal Queiroz, Manoel Felix Cintra Neto, Roger
Agnelli, Jorge Gerdau Johannpeter, Luiz Fernando Furlan, Maurilio Biagi Filho,
Pedro Moreira Salles, Luiz Felipe Lampreia, Mauricio Novis Botelho, Ivo
Pitanguy, Paulo Tarso Flecha de Lima, Leo Kryss, José Ermirio de Moraes Filho,
João Havelange, Erling S. Lorentzen, Carlos Guilherme Fischer, Roberto Civita,
Sérgio Coimbra, Paulo Fontainha Geyer, José Luis Cutrale, Ozires Silva, Luis
Eulálio de Bueno Vidigal Filho, Angelo Calmon de Sá, Mário Garnero, Ernane
Galvêas, Luiz Eduardo Campello, Leonídio Ribeiro Filho, Roberto Marinho, Paulo
D. Villares, Hélio Beltrão, Jorge Wolney Atalla, José Papa, Jr., João Paulo dos
Reis Velloso, Augusto Trajano de Azevedo Antunes, Caio de Alcântara Machado,
Horário Sabino Coimbra, Mário Gibson A. Barbosa, Antonio Delfim Netto.
Em todos estes anos, os
discursos feitos pelos homenageados brasileiros destacavam a importância do
país, enfatizavam suas conquistas e avanços. Este foi a primeira vez em que se
faz uma homenagem a um homem da oposição, que em seu discurso critica seu país,
e que o faz cercado por banqueiros e de políticos que supostamente fazem
campanha pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. É de causar
perplexidade que um ex-presidente da República fale mal do país fora do Brasil.
Tudo isso deixa claro
que aquele palco pode ser considerado como a sede da conspiração contra o
Brasil. Estes senhores passaram um recibo escancarado.
É triste para a
história de um país ver um ex-presidente fazer parte de um grupo que joga
contra os interesses do Brasil, e que seu discurso atinja a economia - que é a
verdadeira veia que irriga o desenvolvimento - mostrando ao mundo que não se
deve investir no Brasil.
E a reunião foi tão
desprezível que o americano homenageado - Bill Clinton -, talvez por não querer
se envolver e não querer se transformar num Lincoln Gordon do momento, chegou
faltando cinco minutos para acabar.
Créditos da foto:
Marcos Oliveira/Agência Senado
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