terça-feira, 2 de junho de 2015

Fifa: Saiba por que o silêncio de Ronaldo e Pelé está ligado a J.Hawilla e aos EUA

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Via Brasil Post / http://limpinhoecheiroso.com/

No país do futebol, não são poucos os brasileiros que se questionam sobre o silêncio de grandes ídolos da bola, como os ex-jogadores Ronaldo Fenômeno e Pelé acerca do escândalo de corrupção na Fifa. Uma rápida busca nas redes sociais permite ver que a demanda por uma palavra deles existe. Porém, a expectativa não deve ser atendida por pelo menos dois motivos: José Hawilla e os Estados Unidos.

Citado pela Justiça norte-americana como um delator no processo que investiga o pagamento de propinas a cartolas nos últimos 24 anos, o empresário brasileiro J.Hawilla possui conexões com os principais dirigentes do futebol nacional há décadas. Ele intermediou negócios da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no auge da era Ricardo Teixeira. A empresa fundada por ele, a Traffic, comandou diversas negociações, de direitos de transmissão a jogadores.
A ligação com Hawilla fez do empresário Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, o primeiro alvo de buscas por parte da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), na quarta-feira, dia 27/5, no Rio de Janeiro. As autoridades brasileiras participam do esforço concentrado que, além dos EUA, ainda possui um braço investigatório na Suíça – este apurando mais precisamente os processos das escolhas das Copas do Mundo de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar).
Tanto Ronaldo quanto Pelé possuem conexões antigas com Hawilla. O primeiro projeto do Fenômeno na área de comunicação, em 2002 – a compra dos direitos de transmissão do Campeonato Espanhol pela Rede Bandeirantes –, aconteceu em uma parceria com a Traffic. Na época, Kleber Leite (então vice-presidente da empresa de Hawilla) disse ao jornal Folha de S.Paulo que a “intenção é fazer com que o brasileiro possa assistir ao maior jogador da atualidade todos os domingos”. Ronaldo integrava o time galáctico do Real Madrid na ocasião.
Posteriormente, a Traffic chegou a ter algumas disputas de mercado com a 9ine, empresa que o Fenômeno abriu para atuar no mercado do marketing esportivo – uma delas no Flamengo, como noticiou o Lance! em 2011. Apenas um ano antes, em uma festa que comemorou os 30 anos de atuação da Traffic no mercado, Hawilla reuniu a nata do futebol nacional – incluindo Ronaldo, Pelé e Ricardo Teixeira –, mostrando ao mundo por que era tido como “dono do futebol brasileiro”.
Hawilla se afastou dos negócios e se mudou para os EUA em 2013. Lá, passou a ser figura importante na NASL, sendo dono inclusive de alguns times da liga que é uma espécie de segunda divisão do futebol norte-americano. Em dezembro de 2014, Ronaldo adquiriu uma participação no Fort Lauderdale Strikers, time adquirido quatro meses antes por um grupo de empresários brasileiros da Traffic – que ainda detém o Carolina RailHawks.
A sociedade indireta entre Ronaldo e Hawilla no futebol dos EUA também atinge, em menor grau, o Rei Pelé. Enquanto explodia o escândalo da Fifa, com prisões em um hotel de luxo de Zurique – incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin –, Pelé estava em Nova Iorque. Lá o maior jogador de futebol de todos os tempos fez história com o New York Cosmos, clube com o qual mantém relações (emocionais e econômicas) até hoje. Pelé inclusive irá com a delegação da equipe para Cuba, onde um jogo amistoso entre o Cosmos e a seleção cubana será realizado no dia 2 de junho.
Os dados disponíveis até o momento em torno das investigações nos EUA não implicam o nome de Ronaldo ou de Pelé em irregularidades. Possivelmente isso nem venha a ocorrer. O mesmo não pode ser dito da Traffic e da própria NASL. O executivo Aaron Davidson, ex-presidente dos Strikers, atual presidente dos RailHawks e da Traffic nos EUA, é um dos executivos da Fifa denunciados pelas autoridades norte-americanas. Para tentar conter a crise, a NASL e seus executivos suspenderam Davidson e também os negócios com a firma de Hawilla.

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