Por audiência em queda ou por
"irregularidades" em contratos, perda do milionário patrocínio é mais
um acidente no percurso ladeira abaixo da antes todo-poderosa emissora dos
Marinho
por Helena Sthephanowitz, para a RBA // http://www.redebrasilatual.com.br/
A nova diretoria da Petrobras, sem gente como Paulo
Roberto Costa e Pedro Barusco, ex-diretores pegos pela Operação Lava Jato em
milionários esquemas de corrupção, cancelou o patrocínio às transmissões da
Fórmula 1 pela Rede Globo a partir de 2016.
Pode ter sido uma decisão técnica devido à
audiência da antes todo-poderosa emissora ter despencado. Mas ainda há de se
esclarecer se alguma auditoria nos contratos da estatal com a Globo, no âmbito
da própria Lava Jato, encontrou algo escuso e que a boa prática administrativa
desaconselha, pra dizer o mínimo.
O direito sobre as transmissões da temporada 2016
da principal categoria do automobilismo mundial só foram garantidas à Globo
faltando dois meses para o fim do ano, o que indica que as negociações foram
difíceis e faz imaginar um provável rebaixamento no valor da cota de
patrocínio, ainda não divulgado.
A Rede Globo vende seis cotas de patrocínio para o
"produto" Fórmula 1. Para a temporada que vem, continuaram a cerveja
Itaipava, a Renault, o banco Santander e a TIM. Na cota que foi da Petrobras
entra a Unilever. Estas empresas cortaram verbas publicitárias para o veículo
Televisão no primeiro semestre deste ano, conforme noticiamos aqui na Rede
Brasil Atual. Com a Fórmula-1 não deve ser diferente.
A sexta cota foi preenchida em 2015 pela Zap
Imóveis, empresa relativamente pequena do próprio Grupo Globo. A empresa foi
incorporada pelo grupo em 2013, ano em que faturou R$ 60 milhões, com o
objetivo de faturar R$ 100 milhões até o fim deste ano. Com esse porte, porém,
a Zap não teria cacife para ser uma das patrocinadoras da Fórmula-1, caso
tivesse que pagar de fato. Para se ter uma comparação, a empresa fabricante da
Itaipava iniciou 2015 com estimativa de faturamento na casa dos R$ 12 bilhões.
Ou seja, sem conseguir mais um patrocinador de
peso, os irmãos Marinho irão patrocinar eles mesmos. A Globo cobre a falta de
um sexto patrocinador do peso de uma Petrobras com um subproduto do próprio
Grupo Globo, sem receber nada de fato. Ainda que seja rubricado como
investimento e contando com o retorno que pode resultar da publicidade, é certo
que a operação é na verdade (mais um) rombo no caixa da Globo.
Mas os problemas da Globo não estão apenas na
programação esportiva, o que inclui o futebol brasileiro. Já há um crescente
movimento de consumidores e torcedores, descontentes com a imposição pela
emissora de jogos às 22h das quartas-feiras e a relação da Globo com a CBF,
recheada de denúncias de corrupção e propinas sobre a venda de direitos de transmissão
das partidas, já causa impactos na audiência.
Mas a emissora amarga o fato de que, pela segunda
vez em sua história, uma de suas novelas perde para uma emissora concorrente a
audiência no chamado horário nobre e, pior, com um produto na qual a Globo
sempre foi referência, a novela. Segundo o Ibope, "Os Dez
Mandamentos", a novela bíblica da Record, tem batido diariamente os dois
principais produtos da Globo: o Jornal Nacional e a novela das 21h, A Regra do
Jogo. Nunca uma novela de outra emissora venceu o principal produto do
jornalismo da Globo e a principal novela da "excelência" em novelas
do país.
Na briga pela audiência, a Globo chegou a espichar
a edição do último dia 14 do "Jornal Nacional" em 14 minutos, que
teve 58 minutos no total, só para a sua novela não começar já apanhando da
rival. Mesmo assim perdeu a briga no Ibope.
Para a outrora 'vênus platinada' o ano de 2016
promete. Com a audiência despencando, o faturamento com anúncios e patrocínios
também rolam ladeira abaixo. A ver.
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