segunda-feira, 4 de abril de 2016

“Se calarem a voz dos profetas as pedras falarão”

A Igreja Povo de Deus em Movimento, coletivo de paróquias, comunidades, leigos e leigas, religiosos e religiosas e padres, subscreve esta carta na dolorosa situação política que assola o país. Unidos ao espírito profético das notas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), do Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI), da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IECLB) e da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) viemos a público manifestar à todo o povo brasileiro em especial a todas as comunidades de fé a importância da defesa da democracia.

Para isso, conclamamos o povo:

1- A repudiar a qualquer ato de intolerância e ódio que está se espalhando sobre nossas cidades contra pessoas de Movimentos Sociais e da Esquerda, por insuflar uma convulsão social e a barbárie. Não podemos vacilar: A via da igualdade é outra.


2- A termos consciência de que a mídia do nosso país enriqueceu-se no período “obscuro da nossa história” chamado Ditadura civil-militar. De que a mídia serve a interesses econômicos daqueles que não são gente humilde e trabalhadora. Não podemos vacilar: A via da informação é outra.

3- A termos serenidade de que nossos juízes precisam ser firmes no Estado de Direito na luta contra a corrupção no país e que isso passa pelo não vazamento seletivo de informações como vem sido feito. Não podemos vacilar: a via da justiça é outra.

4- A termos esperança que a democracia é o melhor caminho para vencermos a corrupção e, portanto, devemos lutar para que a Operação Lava Jato tenha um caráter republicano (punindo quem tem provas de ilegalidade) e não pirotécnico visando auto promoção de um ou outro “herói da nação”. Não podemos vacilar: A via da democracia é outra.

5- A termos paixão pela coisa pública pedindo aumento do investimento público ao contrário de toda e qualquer privatização que visa o lucro dos mais ricos. Não podemos vacilar: a via do povo é outra.

6-      A termos políticas sociais com programas de garantia da subsistência dos mais pobres, vencendo o ódio contra pobre. Não podemos vacilar: a via dos direitos sociais é outra.

7-   A termos sororidade e fraternidade com mulheres, negros, jovens e pobres que sofrem violência por parte do Estado, das instituições e da própria sociedade. A lutar pela consolidação dos Direitos Humanos ainda sem lugar no debate público. Não podemos vacilar: A via da humanização é outra.

8-   A termos organização popular para perceber que os movimentos que convocam o povo às ruas pelo impeachment são patrocinados por políticos de conhecida conduta de perseguição aos Direitos Humanos como se comprovou em suas falas na  Paulista no domingo, 20 de março pp. Não podemos vacilar: A via para lutar contra os ataques aos trabalhadores é outra.

Cremos “em novo céu e nova terra” a partir de outra via. Indicamos o fortalecimento nas ruas das Frentes Nacionais de mobilização do povo conhecidas como Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, bem como 25ª Caravana dos Movimentos Sociais da Zona Leste para Brasília. É por aí que lutaremos pela igualdade de mulheres, negros, indígenas e pobres por efetivação da educação, saúde, emprego e investimentos em avanços socioeconômicos que respeitem a terra, as brasileiras e os brasileiros.

Proclamamos, como a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, a firmeza do profeta Amós “quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24). A via do Direito a da Justiça, a partir da voz do nosso povo, não nos afastará em construir uma sociedade nova.

Igreja Povo de Deus em Movimento.
Zona Leste de São Paulo, 17 de março de 2016.

Links das notas de movimentos religiosos a favor da democracia:


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