segunda-feira, 11 de julho de 2016

A Euro 16 mostrou o que os brasileiros têm a aprender com os europeus: nada. Por Scott Moore

     por : Scott Moore // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
O Almighty ganhava deste time

Ladies & Gentlemen:

Vocês brasileiros tiveram a oportunidade de ver, na Euro 2016, o que têm a aprender conosco em futebol: nada.

A final entre Portugal e França foi um dos piores jogos dos últimos anos. Falta de criatividade, falta de talento, falta de surpresas e improvisações.

E foi este o tom de todo o campeonato que reuniu o melhor do futebol europeu.
Boss me conta que um escritor brasileiro dizia que vocês têm complexo de viralatas. É verdade. Ganharam mais títulos mundiais que qualquer outra seleção, encantaram o planeta com um futebol maravilhoso — e de repente passaram a achar que a resposta estava na Europa.

Ladies & Gentlemen: é uma estupidez.

O que nós temos é dinheiro. Com ele, construímos estádios lindos e os enchemos de torcedores. Isso constroi o espetáculo. Mas está longe de garantir um grande futebol.

Mas vocês se deixam embevecer.

Mesmo os mais anticorintianos, aqueles que equivocadamente me acusam de torcer pelo Almighty, hão de aceitar: o Corinthians dificilmente perderia de Portugal.

A Espanha naufragou. A Holanda naufragou. A Inglaterra naufragou. A Alemanha naufragou.

A França apanhou de Portugal, mesmo com Cristiano Ronaldo de fora logo no começo do jogo.

Que grande partida houve? O maior destaque da Eurocopa foi a Islândia, a modesta Islândia. Não pelo futebol, mas pela torcida.

Nenhum jogador se destacou. Um símbolo disso disso foi a equipe inglesa. O jornal britânico Times deu nota zero a todos os jogadores na partida em que o time foi eliminado pela Islândia.

Mesmo Cristiano Ronaldo não fez nada de extraordinário. O time foi campeão sem ele.

Ladies & Gentlemen: despertem. Em futebol, vocês não têm nada a aprender conosco.

Temos canela dura e nenhuma ginga. Vocês podem ser sensacionais se forem fieis a si mesmos.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura
Sobre o Autor

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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