De Arnaldo Jabor a Waack, a lista dos jornalistas golpistas do Brasil. Por Pedro Zambarda por : Pedro Zambarda de Araujo // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
Míriam Leitão
O impeachment, você sabe, foi aprovado no Senado Federal por 61 votos favoráveis e 20 contrários. O golpe foi consumado por muitos parlamentares que possuem acusações graves de crimes corrupção.
Mas nada, nada disso seria possível sem a mídia.
A grande imprensa prestou inestimáveis serviços para manter o governo Dilma sob pressão, não interessando se existia fidelidade aos fatos. Comprometidos com a agenda de seus donos, jornalistas entraram num vale-tudo contra o PT, a esquerda, o “bolivarianismo”, o boitatá, Dilma, Lula e tudo o que lhes mandassem fazes.
Eis alguns dos nomes que brilharam no time do golpe. Em ordem alfabética.
1. Arnaldo Jabor
Conhecido pelos discursos inflamados contra o lulopetismo, é uma espécie de decano da turma. Tece comentários na CBN e na TV Globo sobre tudo, até economia doméstica, sem nem chegar perto de algo parecido com informação.
Quando não solta suas opiniões ressentidas na televisão, castiga em suas colunas no Estadão e no Globo. Fatura um bom dinheiro com palestras em que fala mal do Brasil.
2. Augusto Nunes
“Loucademia do Impeachment” e frases de efeito dão a tônica do blog de Nunes no site da revista Veja.
Como apresentador do programa Roda Viva da TV Cultura, foi responsável por tirar entrevistados interessantes e trocá-los por antipetistas assumidos.
Num dos raros momentos de sensatez, conteve os ânimos de José Nêumanne Pinto na entrevista com o ministro Marco Aurélio Mello, que estava indignado com o foro privilegiado de políticos no STF. Passou rapidamente e ele logo voltou a ser o fascista querido da família sem noção brasileira.
3. Carioca
Cismado com o prefeito Fernando Haddad, Márvio Lúcio dos Santos Lourenço, o Carioca, encasquetou com as ciclovias e as ciclofaixas. Faz questão de comentar “com propriedade” quando encontra buracos no Morumbi.
O jornalista e humorista, no entanto, não deixa de tratar com o máximo de respeito o governador Geraldo Alckmin no programa Pânico na rádio Jovem Pan, a mais jabazeira do Brasil.
Segundo a Piauí, gente da Pan ganhou dinheiro de Alckmin para ignorar a crise hídrica.
4. Carlos Alberto Sardenberg
Sardenberg chegou a dizer que a crise econômica na Grécia era culpa de Lula e dos governos do PT. Adora falar sobre o peso das contas públicas, o excesso de gastos do Estado, mas não dá projeções realistas sobre a economia. Faz uma dupla perfeita com William Waack no jornal depressivo no final de noite da Globo.
5. Diego Escosteguy
Considerado o “Kim Kataguiri” do jornalismo brasileiro, ele arruma encrencas no Twitter e exalta as operações da Polícia Federal e de seu herói Sério Moro. O editor-chefe tem um caso sério consigo mesmo que explicita nas redes sociais, especialmente com seus vídeos na plataforma Periscope.
6. Diogo Mainardi
Depois de ter dado à luz Reinaldo Azevedo e de perder o posto de idiota da ladeia para ele na Veja, Mainardi ressurgiu de seu “exílio” em Veneza para mostrar que sempre se pode afundar mais. No seu blog Antagonista, ele chegou a dizer que Dilma Rousseff “se aproveitou do câncer” no discurso de defesa no Senado Federal. Criou o título de artigo mais bizarro de todos os tempos: “LULA PRESO PRA SEMPRE”.
Continua o mesmo reacionário bocó que ajudou a destruir a reputação da Veja, mas agora tem mais cabelos brancos.
7. Eliane Cantanhêde
A principal colunista de política do jornal O Estado de S.Paulo, elogiou a “civilidade” do PT ao não botar “fogo nas ruas”, mas não perde uma oportunidade de colocar Dilma na fogueira. O fato de ser esposa de um marketeiro tucano não tem nada a ver com isso, obviamente.
8. Felipe Moura Brasil
Pupilo do astrólogo de extrema direita Olavo de Carvalho, seu Blog do Pim adora acusar Dilma de “vitimismo” e “terrorismo eleitoral”. Chama os senadores Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Vanessa Grazziotin de “bancada da chupeta”.
Tem tesão pelo deputado Jair Bolsonaro e não perdoa seus adversários, especialmente o deputado Jean Wyllys. Ninguém sabe até hoje o que significa o PIM.
9. Joice Hasselmann
Foi demitida da Veja por 65 plágios de matérias, escreveu um livro sobre o juiz Sérgio Moro e hoje aparece em eventos de todos os movimentos antipetistas como musa. Seria ela uma jornalista, uma militante no YouTube ou, simplesmente, uma besta sem freios? Fica a dúvida.
10. Jorge Bastos Moreno
Divulgou em primeira mão a carta de queixas de Michel Temer quando Dilma Rousseff ainda era presidente da República. Puxava o saco de Dilma e hoje puxa o saco do governo golpista. Sempre dando bolas foras, com no caso do “sumiço” de presentes no Palácio da Alvorada, o gordo Moreno não é levado a sério nem por seus colegas de grupo. Foi chamado de fofoqueiro por Merval Pereira.
11. José Nêumanne Pinto
Editorialista do Estadão e comentarista da TV Gazeta, Nêumanne tem obsessão doentia com Lula e o PT. Imita a fala do ex-presidente forçando o sotaque — mesmo sendo paraibano e nordestino, um caso patológico de auto imolação. Num passado recente, chegou a tirar foto com Luiz Inácio Lula da Silva em frente a uma bandeira vermelha, mas isso foi antes de ele ganhar melhor para falar o contrário.
12. Kim Kataguiri
Não é jornalista – ou não deveria ser. Mas foi contratado pela Folha de S.Paulo como colunista depois de mandar fotos de bundas para outros repórteres e liderar uma marcha de meia dúzia de pessoas de São Paulo até Brasília.
13. Marco Antonio Villa
Um dos demitidos da revista Veja neste ano, continua militando na Jovem Pan e na TV Cultura. Historiador especializado no antipetismo, Villa também diz que o game Pokémon GO é sinal de “decadência cultural”. Ele pede que os jovens leiam mais livros, mas pelo menos não recomenda o próprios.
14. Merval Pereira
Porta voz dos Marinhos, ficou mundialmente conhecido ao torcer deslavadamente pela derrota do PT quando na contagem dos votos na eleição de 2014. Hoje vive de explicar por que o golpe não é golpe.
15. Míriam Leitão
A colunista de economia da Globo fez de tudo para ressaltar apenas os dados negativos do governo Dilma Rousseff. O que Míriam Leitão poderia ocultar foi ocultado. Deu embasamento para a narrativa da crise que alimentou o impeachment. Chegou a dar um esculacho em Geraldo Alckmin porque ele ousou chamar Dilma de presidenta.
16. Rachel Sheherazade
Ela abandonou os comentários estúpidos no SBT depois que Silvio Santos mandou. Por ordem do patrão, hoje está reduzida, na TV, à função de cabeça falante. Mas isso não reduz o papel de Sheherazade no golpe desde 2014, quando detonou uma onda de ódio defendendo o linchamento de um jovem carioca em rede nacional.
17. Reinaldo Azevedo
Reinaldo Azevedo é o papa do ódio no Brasil. Transformou a Veja numa extensão de si mesmo. Hoje faz o serviço sujo de defender o novo presidente para tentar garantir a publicidade oficial numa editora que cada vez vende menos e, graças a gente como ele, tem menos credibilidade.
Recentemente defendeu a tese maluca de que o PT recorreria à “revolta armada” depois do impeachment. Reinaldo perdeu, há bastante tempo, contato com a realidade. Foi contratado para repetir sua ladainha na Folha e na Jovem Pan.
18. Ricardo Noblat
Noblat é um veterano fanfarrão movido a boatos e maledicências. Durante a votação do impeachment, postou um meme com a frase “já é impeachment na Austrália”, horas antes da derrubada de Dilma Rousseff.
Publicou a fofoca de WhatsApp segundo a qual Dilma atirou um cabide em sua camareira, “provando” que a ex-presidente era uma maluca descontrolada. Também foi um dos maiores propagadores da história do rompimento de Dilma e Lula.
Os delírios golpistas de Noblat ajudaram a criar cães que não respeitaram seu próprio filho, Guga Noblat, foi atacado por antipetistas na rua por se vestir de vermelho.
19. Vera Magalhães
Foi colunista do Radar da Veja no lugar de Lauro Jardim, cortada na mudança de direção da revista. Não ficou nem um ano no cargo.
Depois de um silêncio, voltou à Jovem Pan e ao Estadão para comentários opinativos contra o PT. Afirmou, com todas as letras, que o discurso de Dilma Rousseff no Senado foi fraco. Nem o Cunha disse isso.
Seu marido, Otávio Cabral, escreveu uma biografia repleta de erros sobre José Dirceu e foi assessor de imprensa de Aécio Neves na campanha presidencial de 2014.
20. William Bonner e Renata Vasconcellos
Bonner foi protagonista de um jogral ridículo dos grampos ilegais vazados por Sérgio Moro de um diálogo entre o ex-presidente Lula e Dilma.
A apresentadora Renata Vasconcellos deu uma gorda contribuição ao golpe ao ajudar no teatro. O casal do JN é a sinfonia da derrubada ilegítima de Dilma Rousseff.
21. William Waack
Se William Bonner tem alguma aparência de imparcialidade, Waack foi responsável pelo jornalismo mais militante da televisão brasileira. Não escondia o sorrisinho no rosto toda vez que tinha alguma notícia negativa a dar sobre o governo derrubado de Dilma Rousseff. Na Olimpíada, foi humilhado pela cantora Anitta e pela colega Cristiane Dias. Com sua beleza agreste e a simpatia subsaariana, Waack é o irmão perdido de José Serra.
22. Editorialistas do Estadão
São 10 homens que são responsáveis pelos textos que refletem a opinião da publicação centenária: Antonio Carlos Pereira, Nicolau Cavalcanti, Marco Antonio Rocha, Lourenço Dantas Motta, José Eduardo Faria, Antonio Ferreira Paim, Jorge Okubaro, Marco Zuckerman, Rolf Kuntz e o próprio José Nêumanne.
De todos eles, Pereira foi responsável pela pérola que chamou o jornalista Glenn Greenwald de “militante petista”.
23. Time da GloboNews
Renata LoPrete, Cristiana Lôbo, Gerson Camarotti, Leilane Neubarth, Andreia Sadi, Jorge Pontual e mais alguns fizeram campanha ativa no canal de notícias do Grupo Globo, sobretudo no Jornal das 10. Falsamente neutros, vivem de repisar os mesmos truques. Camarotti chegou a classificar a fala de Dilma pós impeachment “declaração de guerra”.
É um time articulado numa emissora de 24 horas de conteúdo supostamente noticioso. Quase o crime perfeito.
Sobre o Autor
Escritor, jornalista e blogueiro. Autor do projeto Geração Gamer, que cobre jogos digitais feitos no Brasil. Teve passagem pelo site da revista EXAME e pelo site TechTudo.
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http://www.jb.com.br/
27/10/2011
Wikileaks: William Waack, da Globo, é citado três vezes como informante dos EUA
Jorge Lourenço
O jornalista William Waack, da Rede Globo, se tornou um dos assuntos mais discutidos no Twitter nesta quinta-feira graças a supostos documentos da Wikileaks que o apontariam como informante do governo americano. Apesar de vagas e desencontradas, algumas informações são verdadeiras. O Informe JB entrou em contato com a jornalista Natalia Viana, responsável pela Wikileaks no Brasil, que confirmou a história. Waack é citado não apenas uma, mas três vezes em reuniões com funcionários da Embaixada Americana. Dois dos documentos que o citam são considerados "confidenciais".
Consulta sobre as eleições
Um dos arquivos é sobre a visita de um porta-aviões dos Estados Unidos em maio de 2008. Na ocasião, a Embaixada Americana classificou como positiva a repercussão na mídia do evento, citando William Waack diretamente por ter ajudado a mostrar o lado positivo das relações do Brasil com os Estados Unidos em reportagens para o jornal "O Globo". Os outros dois documentos são sobre informações repassadas por Waack a representantes americanos sobre as eleições presidenciais do ano passado.
Dilma incoerente
Em um encontro informal, o jornalista da Rede Globo reportou aos americanos em fevereiro de 2010 que um fórum econômico em São Paulo deixou as seguintes impressões sobre os possíveis candidatos à presidência: Ciro Gomes era o mais preparado, Serra era "claramente competente" e Dilma era... incoerente.
Bola fora
Em agosto de 2009, novamente Waack manteve contatos com funcionários americanos, mas passou uma informação errada. Ele apontou que Serra e Aécio Neves já haviam selado a paz para uma candidatura a presidente e vice, respectivamente, no ano seguinte. A profecia, como todos sabem, não se confirmou. Aécio tentou encabeçar a candidatura tucana à presidência, mas acabou tentando o Senado por Minas Gerais.
A Ação foi movida pelo Ministério Público Federal do DF, e acusa fraude em contratos com agências de publicidade feitos pelo Ministério da Reforma Agrária, comandado por Jungmann no governo FHC, envolvendo a empresa da mulher de Noblat, RNN Comunicação.
O rombo nos cofres públicos foi de R$ 33 milhões em dinheiro da época, segundo o MPF.
O MPF-DF cobra a devolução dos R$ 33 milhões aos cofres públicos, neste processo.
Houve outro inquérito criminal por peculato e corrupção ativa e passiva sobre esses mesmos fatos, com os mesmos réus, mas como não eram petistas, acabou sendo arquivado a pedido do Ministério Público, alegando prescrição. Mas esse outro fato quase tão esquesito quanto o engavetamento da Operação Vegas em 2009, já é assunto para outra nota.
Vídeo de Noblat contra Toffoli
De LN
Desabilitei os comentários para restringir o tema ao que foi publicado, com base em documentos.
por :Paulo Nogueira // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
O grave transtorno psiquiátrico de Reinaldo Azevedo se revelou no caso do cartaz de Aquarius que usou uma frase negativa sua para promover o filme.
Um homem equilibrado e sensato teria fingido não ter visto. Sabe quando você é criança e percebe que tentam colocar em você um apelido que você detesta?
Finja que não liga.
Azevedo fez o contrário. Saiu berrando não uma, mas duas vezes. Primeiro contra o diretor do filme, e depois contra um repórter da Ilustrada que escreveu sobre o episódio.
A resposta contra o diretor do filme é o retrato perfeito das perturbações mentais de Azevedo.
Ele é extraordinariamente inseguro, frágil. Precisa de auto-reafirmações ininterruptamente.
Às 55 000 pessoas que já teriam visto o filme ele contrapõe o número de leitores que frequentam seu blog, como se houvesse qualquer lógica na comparação.
Primeiro, e acima de tudo, você paga por um bilhete de cinema. E acessa o blog de Azevedo, e qualquer outro, de graça.
Para ir ao cinema, você tem que se deslocar. Enfrentar trânsito e outros inconvenientes da vida urbana moderna. Em comparação, você pode ler a coluna de Azevedo, ou qualquer outra, pela manhã no banheiro, se quiser.
É uma relação descabida, portanto, fruto de uma mente tumultuada. O que ele queria era um pretexto para dizer: “Vejam como sou lido, vejam como sou lido!” Isso pela milésima vez, sem jamais apresentar uma única prova disso.
O site da Veja é um conhecido fracasso. A Veja jamais conseguiu fazer a travessia do mundo impresso para o digital, e esta é uma das razões pelas quais a Abril enfrenta colossais dificuldades de sobrevivência.
Por que, dentro deste mar morto que é o site da Veja, Azevedo seria diferente? Se fosse mesmo, ele seria um fator para que o site da Veja não fosse o que é.
Essencialmente, são os mesmos leitores — os clássicos midiotas — que entram várias vezes no blog de Azevedo para ver suas constantes atualizações e palpitar com sua pobreza desumana de espírito. “Na cascuda, Reinaldo!”
É a chamada audiência de mentirinha. O que realmente num site são os leitores únicos. Você entra dez, vinte vezes por dia no blog de Azevedo? Conta uma só vez.
O DCM, a quem interessar possa, tem 2 milhões de leitores únicos mensais, e 10 milhões de acessos por mês, o que nos faz um dos maiores sites de notícias do Brasil.
Outro traço da profunda falta de segurança psicológica de Azevedo, na polêmica do Aquarius, apareceu no constante uso da palavra petralhas.
Ele não perde uma chance de dizer que criou petralha, e que o vocábulo foi dicionarizado.
Tolstoi repudiava o personagem Ana Karenina. E jamais se gabou de haver escrito uma das maiores obras da literatura mundial.
Balzac nunca disse: “Criei 3 000 personagens na Comédia Humana. Vejam como sou bom!”
Mas Azevedo parece acreditar que deva fazer jus ao Nobel da Literatura com petralha. (Fora tudo, é uma palavra que vai passar para a história como símbolo de um tempo em que os brasileiros odiavam uns aos outros.)
De concreto, Azevedo é o decano dos jornalistas fâmulos. Dedicou os últimos dez anos a escrever tudo que a plutocracia quer que seja escrito.
Praticou e pratica a famulagem, e não o jornalismo. Era um jornalista de segunda linha, sem nenhuma posição de destaque nas redações pelas quais passou. (Somos da mesma geração, e eu conhecia todos os jornalistas de destaque dos meus dias em redações, até porque era chefe e recrutava talentos. Jamais ouvi falar de Azevedo.) Falta-lhe curiosidade, sagacidade jornalística. Em seus seus vários ataques contra mim jamais se deu ao trabalho, por exemplo, de pedir informações sobre mim a seu colega de Veja JR Guzzo, que me conhece muito bem e poderia ajudá-lo a entender melhor o objeto de suas agressões.
Sobreviveu, num certo momento já de ostracismo, do dinheiro público outorgado por Alckmin para uma revista fundada por um líder tucano, Luís Carlos Mendonça de Barros, e que defendia o ideário conservador tucano.
Nem o dinheiro público salvou a revista.
As coisas mudaram para ele quando os barões da mídia começar a buscar não gente brilhante, capaz de fazer peças jornalísticas incríveis — mas fâmulos cuja missão é atacar todos os dias Lula, Dilma e o PT.
Azevedo é exatamente um fâmulo.
Não é algo que faça você se sentir exatamente um mestre do jornalismo. Servir cegamente aos patrões, e à plutocracia, não é sequer jornalismo.
É dentro deste quadro que se deve entender a louca reação de Reinaldo Azevedo ao cartaz de Aquarius.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Eu tenho a impressão que deve haver algum tipo de premiação interna, nas Organizações Globo, uma viagem a Miami com Ali Kamel, talvez, para o funcionário que se superar na bajulação.
Só uma coisa dessas pode justificar a coragem, a desfaçatez, a ausência absoluta de senso de ridículo para culpar Dilma Rousseff pela monumental vaia dada ao golpista Michel Temer, no Maracanã, durante a abertura da Paraolimpíada.
Seja lá qual for esse prêmio (uma noite no jazigo de Roberto Marinho?), uma coisa é certa: depois dessa, Míriam Leitão merece até uma estátua no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
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por : Kiko Nogueira // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/ “Culpa da Dilma”
Miriam Leitão tem duas explicações para os problemas do Brasil, eventualmente os do mundo: culpa dos governos Lula e Dilma ou culpa dos governos Lula e Dilma.
Em comentário na CBN na quinta, dia 8, ela atribuiu os apupos estrepitosos a Michel Temer na abertura da Paraolimpíada à ex-chefe dele.
Não tinha nada a ver com o fato de o sujeito ali apresentado não ter a mais remota legitimidade e de ser francamente desprezado por milhares de cidadãos que estavam no Maracanã.
Segundo Miriam, as “críticas ao presidente são por insatisfação com decisões tomadas antes de sua posse”. A população “ainda vive com inflação e desemprego, o que são os motivos das vaias. Medidas que serão tomadas pelo novo governo terão solução em longo prazo”. Ah, bom.
Avisa: “Nada se dá de forma milagrosa. O Fora Temer é coisa de movimentos do PT. Quem herda o governo, paga o preço.”
Em sua coluna no Globo, ela escreveu que “os petistas estão na confortável situação de jogar pedras contra as vidraças nas quais eles estavam até recentemente e criticar a crise que eles mesmos criaram.”
A sentença se adequa muito mais ao trabalho da própria Miriam. Se a gestão Temer apontasse algum sinal de recuperação, seria apesar do lulopetismodilmismo. Como não sai do buraco — a promessa era essa —, é por causa do lulopetismodilmismo. Miriam se ajeita em todos os cenários.
Essa explicação vagabunda — narrativa, se preferir — é exatamente a de Michel Temer e seus capangas. Batendo tudo num liquidificador, acrescentadas doses de desonestidade e oportunismo, sai o clichê “herança maldita”.
Miriam está em absoluta sintonia com essa ideia governista e, espremendo seus textos, sai isso. Em junho, quando deu posse a presidentes de estatais, Michel Temer falou que evitaria mencionar a “herança” que encontrou. Mentiu.
“O país – não vamos ignorar – se encontra mergulhado numa das grandes crises da sua história, numa conjugação de vários problemas ocasionados por erros dos mais variados ao longo do tempo que comprometem a governabilidade e a qualidade de vida da nossa gente”, discursou.
“Não falarei em herança de espécie nenhuma, apenas revelo a verdade dos fatos para que oportunistas não venham a debitar os erros dessa herança em nosso governo”.
Em fevereiro, a propaganda do PMDB na TV mostrava a nação na draga, com desemprego e recessão galopantes. Uma trilha sonora de filme de terror acompanhava o depoimento de vários parlamentares, que listavam as tragédias causadas pelo governo Dilma – como se nunca tivessem feito parte dele.
“A verdade é que o brasileiro empobreceu, entristeceu, e o país precisa reagir já”, narrava a apresentadora. Não, não era Miriam Leitão, apesar do timbre parecido. Apenas, como a colega da Globo, era alguém fazendo comercial de um partido, paga para contar uma história com o mesmo enredo e os mesmos vilões.
Sobre o AutorDiretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
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