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Foto Lula Marques
Os coleguinhas fotógrafos não querem ser chamados de golpistas
São golpistas sim e agora aguentem as consequências!
Quando começou todo o processo do impeachment, eu era a única voz entre os fotógrafos que cobrem o Palácio do Planalto que dizia que era um golpe.
Chegava todos os dias para trabalhar e, em alto e bom som, soltava um “bom dia mídia golpista!”. No começo, os coleguinhas levavam na brincadeira, mas o tempo foi passando e o golpe se consolidando.
Quando o processo passou na Câmara, eu virei alvo de piadinhas nos corredores, coberturas jornalísticas e nos bares. Fui chamado de louco, disseram que eu precisava tomar remédio.
Ouvi muita piadinha dentro do Planalto e no Congresso dos fotógrafos machões, homofóbicos, preconceituosos, arrogantes e misóginos.
São analfabetos políticos. E, ainda se acham melhores do que qualquer trabalhador por ter uma credencial para entrar nos Palácios.
Nos anos do PT, ouvi frases como: “Como o ar esta fedido hoje aqui”, referindo-se aos integrantes de movimentos sociais que participavam de cerimônias. Que nojo! Para esse tipo de gente, pobre não tem direito a frequenter aeroporto.
Isso sem falar dos comentários misóginos sobre a presidenta Dilma. É de dar asco!
O que esperar de um fotógrafo que fala que o maior problema do casamento são as mulheres?! A misoginia ajudou a derrubar a primeira mulher eleita desse País. Se fosse um homem no lugar dela, não teria passado pelo que Dilma passou. Para esse tipo de gente, as suas mulheres devem ser lindas, recatadas e do lar.
Ouvi também dos coleguinhas jornalistas que eu estava remando contra a maré. Era maluco de ser uma voz solitária no meio daquele massacre midiático. Olhares de reprovação.
É como se falassem: o que esse petista está fazendo aqui? O jornalismo que idealizamos morreu e um novo jornalismo alternativo está surgindo e expondo as “grandes”redações, que transformaram fotógrafos em meros apertadores de botão. Recebem uma pauta e sequer sabem o que está por trás dela. Há uma grande diferença entre petista e jornalista e espero que procurem no dicionário a resposta.
Agora não querem ser chamdos de golpistas?
SÃO GOLPISTAS e a nossa imprensa está na lata de lixo da história, ao contrário da mídia internacional, que enxergou o golpe. Quando estavam batendo na presidenta Dilma não queriam saber o que viria depois, agora aguentem as consequências de ter que ir para as ruas e serem escrachados durante as coberturas das manifestações contra o governo golpista, contra a mídia golpista e contra os corruptos que vocês ajudaram a colocar no poder.
Aguentem e paguem pelas mentiras ditas, mentiras fotografadas e por ter ajudado a derrubar uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos. Não é por acaso que a credibilidade da imprensa vai ladeira abaixo.
Os leitores/eleitores estão cobrando. Fizeram agora paguem. Não venham com a desculpa de que são trabalhadores e a culpa é dos donos dos jornais.
Vocês são os jornalistas que estiveram na linha de frente na hora buscar as informações e sabiam muito bem o que seus editores queriam e fizeram direitinho para manter seus empregos. Ligaram o foda-se para o País e a democracia.
Não tentem arrumar um culpado pelo seus erros, vão ser chamados de golpista sim. Seus chefes golpistas, que ajudaram o golpe, vão continuar nas suas salas com ar condicionado e vocês vão ter que ir para ruas e as ruas os esperam.
Estou na profissão há 35 anos, cobri a redemocratização, reforma constitucional, impeachment do Collor, anões do orçamento e fiz tantas outras matérias maravilhosas.
Nos últimos anos, no entanto, a parcialidade virou rotina, omissão, manipulação… dois pesos e duas medidas.
O objetivo era tirar o PT do poder. Não vi nada parecido com outros partidos. E hoje, a mídia altenativa, como os jornalistas livres, mídia ninja e tantos outros surgiram com o compromisso com a verdade e a democracia.
Ontem fui acusado de viver para ter likes. Nós, verdadeiros jornalistas queremos divulgar a verdade e os likes são resultado do nosso trabalho sério e honesto.
Mostramos a verdade, sem manipulação, ao contrário dos veículos tradicionais.
Não concordo com a violência e me solidarizo com meus colegas, Lula da Record e Kleiton do UOL, profissionais que respeito.
Venceram na profissão e foram atacados por radicais de esquerda.
Sigo na luta para acabar com a corrupção e desigualdade social. Minha escola de jornalismo sempre foi a liberdade e democracia.
Não faço e nunca vou fazer parte de grupinhos que se comunicam e trocam mensagens pelo WhatsApp para não perderem uma foto e serem demitidos.
Meu compromisso é com o leitor. Não tentem arrumar o culpado de tudo que vocês provocaram. Um dia espero que a consciência mostre o quando foram pequenos.
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