Prezado Professor Sérgio Cabelera, Iraci, Bahia
Aconteceu o primeiro turno das eleições municipais com sabor de uma agenda equivoca nacional. O desenho político já aparece desde as últimas horas de domingo.
Dois personagens de direita emergem juntos, com grandes significados simbólicos: um das urnas e o outro auxiliar indutor do que delas saiu. Isso equivale dizer que ambos são dos ricos, dos poderosos, do mercado, da casa grande, dos interesses internacionais, do pisoteamento dos direitos e da liberdade, que despontam no cenário nacional como chefes do desastre que começou bem antes.
Um é o aventureiro e ante povo João Dória, eleito no primeiro turno como prefeito da maior capital do Brasil, são Paulo.
Este senhor é um dos homens mais ricos do Brasil. Pior, enriqueceu com muito dinheiro do Estado que odeia e quer destruir.
O outro é igualmente rico e funcionário do Estado que o primeiro abomina. Trata-se de Sérgio Moro, o juiz dos ricos e ídolo do fascismo.
Dória e Moro amam-se como amigos animados pelo mesmo neoliberalismo de direita e pró fascista que inspirou o cinismo do combate à corrupção e as eleições deste 2 de outubro de 2016.
Dória, além de mistificador, fingido e mentiroso ao afirmar que não é político é a cara do terror de Estado animado por Moro e suas delações premiadas, intensas de dedudorismos dos traidores e aproveitadores de ocasião.
Ao saber do resultado das abstenções que lhe deram a vitória, o futuro aventureiro prefeito de São Paulo disse o que Moro gosta de ouvir e que é o seu alvo preferido a serviço do imperialismo: que visitará Lula em Curitiba.
Moro trabalha empenhadamente às sombras do Estado para destruí-lo. Já Dória foi eleito em pleito viciado e doente para ocupar um posto no Estado para auxiliar Moro na fragilização do poder que minimamente iniciou a defesa do povo.
Triste e contraditório, mas Dória e Moro, como fungos poderosos conforme definição da defesa de Presidenta Dilma Rousseff, atuam dentro do Estado para roubar-lhe a vida em favor do mercado e do golpe que nos mata a pancadas.
O prefeito eleito de São Paulo passou pelas urnas conquistadas com muita luta tingida de sangue das torturas e com o luto das mortes dos heróis que se entregaram à conquista de um Estado democrático e condutor da defesa dos direitos sociais. O eleito com as ferramentas do Estado democrático projeta-se contra a democracia para servir à ditadura do pensamento único neoliberal.
Desde a republiqueta de Curitiba Moro, às sombras com suas seguidas e misteriosas viagens aos Estados Unidos, amicíssimo de Dória, o aventureiro e milionário refinado, organiza as peças do jogo do golpe que se aprofunda e que deu resultado nestas eleições a prefeito e a vereadores.
Com seu trabalho e com suas viagens aos Estados Unidos Moro, elogiado e premiado pela Rede Globo, prepara os caminhos para avacalhar todos os direitos sociais e para fazer escombros as imagens das lideranças que se consagraram no altar do povo e do Brasil. Dória apenas cumpre a cartilha do horror.
O João que não é de Deus, muito pelo contrário, reforça a imagem de Geraldo Alckmin e da elitização dos poderosos de São Paulo em desprezo aos pobres e aos trabalhadores.
Das urnas eletrônicas emergiu o choque que eletrocutará o povo brasileiro a partir de São Paulo, alastrando-se pelo País. Prova disso é o discurso do governador amigo de Carlinhos Cachoeira aqui em Goiás, Marconi Perillo, que afirmou que o PSDB se fortaleceu muito nestas eleições e que Alckmin se cacifa como candidato à presidente em 2018.
Moro atua nos bastidores do judiciário com o objetivo de detonar a democracia, dando motivos de festas para os golpistas aliados do que há de pior no mundo. Um dos resultados de sua lava jato é Dória, o fanfarrão resultante das urnas de um povo perdido, manipulado e de uma burguesia rancorosa e injusta.
Dória e Moro são queridinhos da Globo e da mídia alto-falante do atraso e do ante patriotismo democrático.
Certamente a prefeitura de São Paulo será fonte poderosa de abastecimento dos cofres da Globo, dos jornalões e das revistas decadentes, graças ao seu porta voz no poder.
Moro e a mídia são responsáveis pela molecagem das eleições de 02 de outubro. Ambos criminalizaram a militância política, os partidos e os movimentos sociais. Tanto que o ricaço eleito afirmou que não é político, mas administrador e gestor.
O recado é claro: Dória pretende fazer da prefeitura de São Paulo uma porta de entrada para o mercado. Para ele o poder público é uma empresa regrada pelas "desleis" do mercado. Tudo virará anarquia e desumanidade, como o são o mercado.
Que barbaridade! O preço que a democracia e a sociedade pagarão será imensurável! Quem viver verá.
As análises continuarão e se aprofundarão. Mas é possível perceber que os erros do campo progressista e social são enormes e cabem numa chave: abandono do povo na formação da cidadania participativa crescente.
O povo foi entregue à boca feroz da mídia e do capitalismo rentista e aviltante da soberania nacional. Ambos são mentirosos, manipuladores, concentradores de renda, de riquezas, fundamentalistas e profundamente desumanos.
Por isso Dória é a cara eleitoral de Moro, da Globo e exemplo para Crivella no Rio, Marchezan e Melo no segundo turno de Porto Alegre, de Goiânia, de Belo Horizonte etc e de ACM Neto de Salvador, uma das faces mais cruéis e corruptas da direita ruralista, que também levou no primeiro turno.
Das urnas em São Paulo emerge o reforço à polícia violenta que fura olhos de estudantes, que criminaliza as lutas por democracia e pelos direitos sociais, que mata jovens negros nas periferias e serve de bando armado com os recursos do Estado para invadir as ocupações e humilhar os pobres na retomada de terras para os poderosos empreendimentos imobiliários.
Dória é a cara do neofascismo aprovado pelas urnas e pela omissão dos que não votaram em ninguém.
Dória é âncora do judiciário seletivo, dos promotores shows e dos juízes que perseguem somente um seguimento da sociedade em nome de suas filiações partidárias de coração, com ações de direita e mola do fascismo.
Outra lição é de que esse sistema eleitoral com sua máquina de propaganda estilo marketing de papel higiênico não serve à democracia nem ao povo. Esgotou-se.
É mentira a história de financiamento empresarial de campanha como é ilusório que não há caixa 2. Essas eleições são pura farsa. Não têm nenhuma relação com os sonhos e com os direitos básicos do povo.
Eleições sob mídia golpista, suja, amparo de ditaduras e de setores poderosos do empresariado, todos aliados a desordeiros do judiciário, não servem à democracia e ao Brasil. São puro antro de corrupção e de massacre social e nacional.
Logo nosso povo se sentirá traído porque enganado. Perceberá que milionários no poder não se interessam porque não se emocionam com as injustiças e humilhações dos pobres e dos trabalhadores.
Em lugar nenhum do mundo nem em tempo algum os milionários foram justos e humanitários no uso do poder. Logo ouviremos os ruídos e veremos a marcha da tragédia em São Paulo e nos outros municípios onde essa escória se elegeu.
Cabe a nós fazermos autocrítica profunda na prática. Esta deve nos remeter à unidade no essencial, pois somos a maioria e mais humanos do que os ricaços que tomam o poder com a ajuda das mentiras e das manipulações. Cabe-nos revestirmo-nos do espírito das reformas profundas e nos afastarmos das ilusões das alianças com os traidores. Isso não dá certo! Cabe-nos promovermos formação cidadã e política do nosso povo, libertando-o do analfabetismo político, econômico e social. Cabe-nos incentivar a multiplicação de lideranças que são potencias no povo e que se revelam na luta, libertando-nos dos mitos e dos heróis passageiros.
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