sexta-feira, 17 de março de 2017

Editorialistas do Globo estão com grave defeito de visão: não viram 1 milhão nas ruas

Organizadores da manifestação na Avenida Paulista estimam que reuniram 200 mil pessoas - Créditos: Ricardo Stuckert
Organizadores da manifestação na Avenida Paulista estimam que reuniram 200 mil pessoas / Ricardo Stuckert

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Dois dias depois das importantes manifestações realizadas em todos os Estados brasileiros e que reuniram, segundo as ultimas estimativas, cerca de um milhão de pessoas, o mais vendido jornal do país publica um editorial que de alguma forma confirma o sucesso das manifestações e revela também preocupação dos defensores de propostas indecorosas, como as pseudo reformas da Previdência, trabalhista e outras.

O editorialista repetiu o que os defensores das pseudo reformas, que o povo começa a entender e rejeitar, ou seja, de que “não se viu nas ruas o povo”. Parece que a patota de O Globo começa a apresentar grave defeito de visão, porque colocar em todo o Brasil um milhão de manifestantes nas ruas tem um significado que irrita os editorialistas da mídia comercial conservadora e demais defensores dos projetos das pseudo reformas da Previdência e trabalhista proposta pelo verme golpista Michel Temer. Esse político e sua patota estão fazendo o possível e o impossível para que os congressistas aprovem as medidas prejudiciais à maioria do povo brasileiro. O verme inclusive tem a coragem de afirmar que as suas propostas não vão retirar conquistas dos trabalhadores. A quem o golpista pensa que engana?

É por isso que O Globo e demais órgãos da mídia comercial conservadora seguem na defesa intransigente das reformas indecorosas que estão sendo propostas. O Globo com o seu editorial de alguma forma retrata a preocupação desta gente com o fato de estarem começando a perder a batalha da opinião pública.

Guarda Municipal atuou na repressão no Rio

Ainda sobre as manifestações no Rio de Janeiro vale mencionar o comportamento truculento da Guarda Municipal, comandada por um agente da repressão da ditadura empresarial militar de 1964, de nome Paulo César Amêndola, que cometeu arbitrariedades, tendo um de seus integrantes agredido de forma violenta e covarde uma professora que filmava os acontecimentos. O guarda municipal agressor obedece, claro, a voz de comando, no caso de uma figura que no passado era responsável também por truculências cometidas na noite escura que se abateu sobre o Brasil a partir de 1 de abril de 1964.

Mas o Prefeito Marcelo Crivella nem se preocupou com o fato e o convocou para o posto atual. Não é à toa, portanto, que a Guarda Municipal exorbita em suas funções agindo de forma truculenta.

É preciso chamar a atenção de Crivella que é também responsável por ter convocado Amêndola para dirigir a Guarda Municipal. Ele e até o Secretário de Educação César Benjamin, ex-preso político que esteve nas mãos do então torturador, já o absolveram, afirmando que tudo é “coisa do passado”. Mas quando o passado volta com toda força, o que terá a dizer Benjamin e o próprio Crivella? O Prefeito vai mantê-lo no cargo e Benjamin não pedirá exoneração pela volta ao passado de truculência? Se ficar em silêncio de alguma forma absolve mais uma vez a figura truculenta que nunca abandonou os métodos do passado.

Em suma, para perdoar alguém que permanece impune pelo que fez no passado em matéria de truculência é um erro com consequências danosas para o presente. Como dificilmente o Prefeito Crivela vai se manifestar sobre a ação truculenta da Guarda Municipal é necessário pelo menos que a opinião pública seja informada como age uma corporação comandada por este Amêndola.

Será que algum repórter exercerá de fato a sua função de jornalista e perguntará a Crivella sobre os fatos em que a Guarda Municipal entrou em ação, sobretudo a agressão contra uma professora ocorrida na última quarta-feira? E de forma, vale lembrar que agentes de segurança infiltrados estimularam pseudo manifestantes a agirem depredando até pontos de ônibus com o claro objetivo das câmaras de televisão mostrarem em seus telejornalões, como se os manifestantes fossem responsáveis.

Em tempo, a quadrilha que domina a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) já se mobiliza para evitar que a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as Isenções Fiscais tenha êxito. A bancada do PMDB, ou seja a base do Governador Pezão está tentando boicotar a CPI. Procuram de todas as formas impedir que o autor da criação da CPI, o Deputado Marcelo Freixo, indique parlamentares de confiança para a Comissão. Como não conseguiram evitar a criação, estão fazendo o possível para garantir que desde já a CPI resulte numa pizza, o que seria mais um escândalo para a coleção do PMDB, que tem o controle de Picciani, Pezão e outros, todos eles navegantes do esquema do meliante ex-governador Sérgio Cabral, atualmente preso em Bangu.

* Mário Augusto Jakobskind é jornalista, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, escritor e autor, entre outros livros, de Parla - As entrevistas que ainda não foram feitas; Cuba, apesar do Bloqueio; Líbia - Barrados na Fronteira e Iugoslávia - Laboratório de uma nova ordem mundial.

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