domingo, 16 de abril de 2017

Terceirização tucana foi culpada pelos assassinatos da P-36

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Há quase 20 anos, o afundamento da Plataforma P-36, que provocou 11 mortes e um dano inestimável à imagem da Petrobras, foi atribuído à terceirização promovida no governo tucano. A mesma terceirização agora celebrada pelos golpistas

Conteúdo especial do projeto do Brasil Debate e SindipetroNF Diálogo Petroleiro

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Romero Jucá, aquele mesmo que foi convidado para uma tal de suruba, era do PSDB-RR quando relatou no Senado, há quase 20 anos, um projeto que regularizava a terceirização irrestrita.

Se no PMDB em 2016 o senador queria porque queria estancar a sangria da Lava Jato com um Golpe de Estado, em 2002 o político quis ampliar a sangria dos trabalhadores (literalmente, pois é sabido que as mortes aumentam e muito comparando trabalhadores primários e terceiros) e acabou não tendo sucesso, provavelmente graças ao fim de feira que se tornou o final do segundo mandato FHC – que conseguiu quebrar o país três vezes e pagar o preço de ser rejeitado nas urnas quatro vezes seguidas (voltou pela porta dos fundos com um Golpe que, de novo, quebrou o país).

Mas naquela época em que o Brasil tinha a campanha Natal sem Fome, o debate sobre a terceirização também foi acalorada, principalmente depois de um dos maiores acidentes da história da indústria petroleira nacional, o afundamento da P-36 no fatídico 15 de março de 2001. Isto porque, em diversas análises sobre o ocorrido, a terceirização irresponsável que FHC, Parente e cia puseram em prática foi apontada como uma das grandes culpadas pelo sinistro que matou 11 petroleiros.

Ambientalistas daquele tempo, por exemplo, criticaram diretamente as terceirizações promovidas pelo governo tucano, que enxugou o quadro de funcionários sem a devida reposição. Sem falar, também, nos petroleiros, aqueles que vivem efetivamente o dia a dia de trabalho nas instalações da Petrobras, e que fizeram greve de 24 horas contra esse tipo de prática.

O Ministério Público, inclusive, somou-se às vozes contra os males da terceirização e abriu investigações contra a empresa. Já no âmbito parlamentar, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) apontou a terceirização como a principal culpada do acidente e um estudo na Câmara Federal argumentou que “com o aumento progressivo de atividades terceirizadas… a deficiência de realizações de manutenções preventivas e programadas tornou-se significativa na P-36”.

Ficou muito claro, naquele tempo, que a terceirização tucana foi a grande vilã num dos maiores escândalos da Petrobras. Muitas pessoas pensam que os R$6,2 bilhões (U$ 1,68 bilhão), que não representam a realidade, pois são números superestimados, foi o maior escândalo de corrupção do país. Todavia, vale salientar que 2 anos de produção da P-36 – que afundou pela sanha entreguista de FHC – superariam fácil esse valor, sem contar no que a Petrobras perdeu com danos à sua imagem e as 11 mortes que aconteceram na tragédia.

Essa mesma terceirização, que agora volta com o Golpe com ares triunfais, prometendo diminuir o desemprego no país, quando, na verdade, é mais uma agenda imposta pela elite econômica por meio de suas marionetes no Legislativo.

Engenheiro eletricista e mestre em Engenharia Elétrica pelo Cefet-MG, é petroleiro e diretor do departamento de formação do sindipetroNF. É colunista do Brasil Debate

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