Foto: David G Silvers/Cancillería del Ecuador
Jornal GGN - O Ministério Público sueco decidiu suspender, nesta sexta-feira (19), a investigação de estupro contra Julian Assange, fundador do Wikileaks. A promotora Marianne Ny apresentou pedido ao Tribunal Distrital de Estocolmo para revogar o mandado de prisão que valia para toda a União Europeia. Entretanto, o caso pode ser reaberto se Assange voltar para a Súecia antes de 2020, quando ocorre a prescrição do prazo para conclusão do inquérito. “Um promotor é obrigado a descontinuar a investigação se todas as possibilidades forem esgotadas. Para que o caso siga, Julian Assange precisa ser notificado formalmente sobre as suspeitas criminais que o envolvem. Não esperamos colaboração do Equador nessa questão", disseram os promotores suecos.
Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde 2012, para evitar a extradição para a Suécia. Porém, mesmo com a suspensão do inquérito da polícia britânica disse que ele poderá ser preso se sair da embaixada, já que ainda há uma ordem de prisão emitida por tribunais do Reino Unido, para responder uma acusação menor de não ter comparecido a uma audiência, há cinco anos.
Para os advogados do fundador do Wikileaks, a suspensão das investigações foi uma “vitória total”. "Precisamos de uma intervenção política para fazer esta situação acabar. Ele é o único preso político na Europa Ocidental", afirmou o advogado Juan Branco, que agora procura apoio internacional para que Assange possa deixar a embaixada do Equador.
“Detido por sete anos sem acusação enquanto meus filhos cresceram e meu nome foi caluniado. Eu não perdoo nem esqueço", afirmou Assange em seu perfil no Twitter.
O ciberativista também teme que as autoridades britânicas façam sua extradição para os Estados Unidos, em razão do vazamento de documentos secretos do governo dos EUA através do Wikileaks.
Assange é acusado de estuprar e abusar sexualmente de duas mulheres durante visita à Suécia em de 2010, sendo que ele foi detido preventivamente em Londres em dezembro do mesmo ano, a pedido das autoridades suecas.
O australiano nega as acusações e afirma que elas são um pretexto para que ele seja extraditado para os EUA, onde poderá responder pelo vazamento dos documentos confidenciais.
Através de sua advogada, uma das mulheres que acusa Assange se disse chocada com a decisão da promotoria da Suécia. "É um escândalo que um suposto estuprador possa escapar da justiça e evitar assim os tribunais", disse a advogada Elizabeth Fritz. “Nenhuma decisão de arquivar o caso pode mudar o fato de que Assange a violentou”.
Chelsea Manning
O Wikileaks publicou milhares de documentos do Departamento de Estado e das Forças Armadas dos Estados Unidos que falavam sobre violações cometidas no Iraque e no Afeganistão, além de revelar a realização de espionagem em grandes escala contra cidadãos e autoridades de diversos país.
Uma parte do material vazado pelo Wikileaks foi repassada pela fuzileira naval Chelsea Manning, que acabou sendo condenada a 35 anos de prisão, em 2013. Nesta quarta-feira (17), ela deixou a prisão depois que sua pena foi reduzida por ordem do então presidente Barack Obama.
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