sábado, 10 de junho de 2017

O TSE (Tribunal Sem Eleitores) assinou seu atestado de óbito?, por Fábio de Oliveira Ribeiro


O TSE (Tribunal Sem Eleitores) assinou seu atestado de óbito?

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Quando Dilma Rousseff foi deposta mediante fraude a Rede Globo comemorou. A vitória de Michel Temer no TSE, contudo, não foi comemorada pelo clã Marinho. Entre a tragédia (a destruição da soberania popular como fundamento do poder) e a farsa (a proteção judiciária concedida a um usurpador que se limite a praticar artimanhas para ficar impune e para garantir a impunidade dos mafiosos que o apoiam), um país inteiro agoniza.

A economia afunda. A política deixou de ser uma fonte de esperança. A justiça gasta o pouco que lhe resta de credibilidade. A repressão se torna mais feroz e ostensiva nas ruas. A internet é vigiada pela PF, que rapidamente se transformou no antigo DOPS. A violência contra sem terra e índios se torna mais legal. A imprensa nacional afunda na irrelevância e a internacional desencoraja os investidores a colocar dinheiro novo no Brasil. As reservas cambiais são devoradas por uma política econômica errática e inconsistente. Os preconceitos raciais, sexuais, ideológicos, regionais e religiosos afloram e começam a ocupar o vácuo deixado pelos partidos políticos.

O usurpador foi salvo pelo TSE. O preço da salvação dele será pago por país continental que, como disse Bresser Pereira num de seus Twitters, está perdendo a idéia de nação. O perigo de uma ditadura não existe mais, pois é evidente que Michel Temer não está em condições de governar nem mesmo o próprio intestino.

A imprensa conseguiu o que queria (derrubar Dilma Rousseff), mas ganhou em troca algo que acreditava poder evitar (um país que está se desmanchando política e economicamente). Isto explica a tristeza dos “canetas” do clã Marinho ao anunciar o previsível resultado do TSE?

Aliás, neste momento há uma pergunta mais pertinente que pode ser feita. Agora que o Brasil afunda por causa do golpe fomentado pelas redes de TV, jornais e revistas, qual é a relevância do que dos sentimentos reais ou fajutos expressados pelos jornalistas da Rede Globo?

Durante o Mensalão, a mídia claramente substituiu o STF. Ao final do julgamento o Tribunal se limitou a, por maioria de votos, homologar a condenação dos petistas que já havia sido sacramentada nas páginas dos jornais. Gilmar Mendes foi, então, um “foca” da imprensa no plenário do STF. Ele se recusou a desempenhar o mesmo papel no TSE. Quem mudou? A imprensa ou seu “foca” togado? Esta pergunta retórica também é irrelevante.

A verdadeira pergunta a ser feita agora é outra. O judiciário sempre esteve e está no centro do golpe de 2016. Para atender a imprensa golpista, aos “canetas” do mercado, ele funcionou como uma arma de destruição em massa da soberania popular e do regime constitucional erigido em 1988. Os morosos, caríssimos e duvidosos juízes brasileiros, contudo, empenharam sua imagem para construir um regime que não governa enquanto o país naufraga para salvar um mafioso.

Este judiciário que decidiu morrer abraçado ao criminoso Michel Temer distribui pouco menos do que um simulacro de justiça. Alguém realmente ficará triste quando os juízes foram enterrados junto com o usurpador e com os jornalistas que eles resolveram servir? Esta meus caros é a verdadeira pergunta.

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