domingo, 4 de fevereiro de 2018

O auxílio-moradia e a aristocracia pornográfica



Enquanto suas excelências, juízes e juízas federais embolsarão neste ano cerca de R$ 400 milhões a título do privilégio pornográfico chamado "auxílio-moradia", o orçamento do programa Minha Casa Minha Vida [mcmv] para 2018 sofreu um corte, ainda mais pornográfico, de R$ 1,5 bilhão.

Os 2 justiceiros mais destacados da Lava Jato, Sérgio Moro e Marcelo Bretas, possuem luxuosos residências nas cidades de Curitiba e Rio, onde trabalham e residem. Apesar disso, eles recebem auxílio-moradia, para espanto geral da cínica classe média, ainda crédula no discurso moralista típico de canalhas.

Bretas tem um agravante moral: é casado com uma juíza; ela também beneficiária do auxílio-moradia.

As justificativas dessas duas excelências são de tal sorte estapafúrdias que não vale reproduzi-las, porque ofendem a mais rasteira inteligência humana.

É estranho, de outro lado, o silêncio de Deltan Dalagnoll, o pregador fanático do power point e moralista de plantão na caçada à corrupção – a corrupção dos outros, nunca daqueles da sua malta.

Afinal, ele é um investidor/especulador do Minha Casa Minha Vida no Condomínio Le Village Pitangui, na cidade paranaense de Paranaguá, onde comprou 2 apartamentos em 2013.

Aliás, é de se conferir se também essa excelência, proprietária de 2 apartamentos do mcmv, recebe o obsceno privilégio.

É impossível, diante de tão escandalosa desigualdade, não se ouvir a palavra de ordem das pessoas deserdadas de um teto: "Quando morar é um privilégio, Ocupar é um Direito".

Jeferson Miola

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