Da Coluna Valdemar Menezes, no O POVO deste domingo (4):
A semana não foi boa para o pessoal da Lava Jato, em vista da pressão da defesa de Lula para que o advogado Tacla Duran seja ouvido. Trata-se de um ex-assessor importante da Odebrecht, que se refugiara na Espanha depois de denunciar um suposto esquema fraudulento envolvendo operadores da própria Lava Jato. Há tempos, o pedido de extradição feito pela Justiça de Curitiba foi negado pela Espanha, pelo fato de o investigado ter cidadania espanhola.
A defesa do ex-presidente Lula tentara por várias vezes ouvir o advogado sobre suas denúncias de que os sistemas de arquivos Drousys e Mywebday, da Odebrecht, tinham sido fraudados pela empresa antes de entregá-los às autoridades (agora comprovado por perícia da Polícia Federal).
No arquivo Mywebday haveria dados que não só poderiam inocentar Lula, mas, revelariam manipulações para se conseguir condenações seletivas. Impedida de ter acesso aos sistemas (a alegação do pessoal de Curitiba foi a de que a chave do código havia sido perdida) a defesa de Lula pediu quatro vezes ao juiz Sérgio Moro para Tacla Duran ser ouvido, mas o magistrado alegou não ter o endereço do acusado.
Tacla provou que a Lava Jato sabia de seu endereço. Descobriu-se, recentemente, que procuradores da operação haviam marcado, sigilosamente, com as autoridades espanhola uma audiência para ouvi-lo. O acusado compareceu, na data marcada, mas os representantes brasileiros lá não apareceram.
No dia 12 de dezembro passado a defesa de Lula conseguiu realizar uma videoconferência com Tacla Duran, durante à qual ele reiterou essa versão. E se manifestou disposto a ser testemunha em processo no qual o ex-presidente Lula é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht.
O motivo de tanta resistência a seu depoimento seria supostamente o temor de que suas revelações possam implodir a Lava Jato e anular toda a operação.
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