Para construir uma nação soberana e desenvolvida são necessários predicativos que nunca foram os do Brasil, ao longo da sua existência. Infelizmente, a nossa elite foi formada com os olhos deslumbrados de um sabujo alter ego voltados para o velho continente. Açoitou por 400 anos os trabalhadores que produziram as riquezas que abasteceram a Corôa. Sabuja, ao invés de investir nas potencialidades energéticas e humanas do Brasil, demonstra todo o seu desprezo pelo trabalho e o ódio ao trabalhador, mantendo-o como país periférico entre as economias mundiais.
A sua inserção no Estado, desde as capitanias hereditárias, a faz desconhecer os limites entre público e privado. Seu interesse nas riquezas nacionais, quando muito, busca não mais que migalhas milionárias auferidas com a entrega de algum patrimônio nacional, como a Vale do Rio Doce, por exemplo. Vendida por R$ 3 bilhões, quando valia R$ 93. Outras nações estão se beneficiando com a energia extraída de um patrimônio brasileiro, que diz respeito à soberania nacional, submetendo o nosso desenvolvimento, ou não, aos interesses do desenvolvimento dessas nações.
Foi graças ao Estado, pelas mãos de Getúlio Vargas, que esta nação passou a ter um plano de desenvolvimento com a industrialização dos seus recursos energéticos, por meio da utilização da mão de obra nacional, especializando-a. A Petrobras e a Eletrobras estão entre as maiores do mundo, em suas áreas de atuação. Além delas, temos os Correios, que não é um simples serviço de entrega de correspondências, mas uma muito bem estruturada empresa de logística, outrora reconhecida internacionalmente pela sua eficiência. Com Temer no Planalto a soberania dos brasileiros de determinar seu desenvolvimento estará nas mãos de outros países.
Os sistema financeiro brasileiro é internacionalmente competitivo. O Banco do Brasil é o principal agente financeiro, tanto da safra agrícola, recorrentemente recordista de produção, quanto da agricultura familiar, além de atuar em mais de 20 países. A Caixa Econômica Federal, totalmente pública, financiou 70% do programa que mais combateu do déficit de moradia, o Minha Casa Minha Vida, com a construção de quase quatro milhões de casas e está entre os cinco maiores agentes financeiros da América Latina. Essa é mais uma ferramenta de indução do desenvolvimento que está na mira dos entreguistas que deram o golpe, em 2016, "com o Supremo, com tudo".
A redução do papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma vergonha para qualquer país com discurso desenvolvimentista. A substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), 8%, pela Taxa de Longo Prazo (TLP), superior a 10%, é um duro golpe numa instituição que poucos são os países com o privilégio de ter. Entre 2003 e 2013 ele financiou cerca de R$ 200 bilhões, quase oito vezes mais que no período FHC. O Porto de Mariel, em Cuba, foi um desses investimentos, com US$ 682 milhões, dos US$ 957 milhões do custo total. Mais de US$ 800 milhões foram investidos na produção brasileira, com a criação de 156 mil empregos diretos.
A Embraer, empresa até então brasileira, é a segunda maior fabricante mundial de aviões comerciais. Na sua privatização ficam patentes a brejeirice, a covardia da elite brasileira e o seu desprezo por esta terra. Em uma canetada, como se propriedade sua fosse, um governo ilegítimo, nascido de um golpe de Estado, condena o Brasil a interromper o seu desenvolvimento tecnológico e o impede, deliberadamente, de se projetar internacionalmente. Trai a nação ao entregar um inestimável acúmulo de capital científico e tecnológico e expõe a segurança aérea do País aos interesses de uma empresa privada estrangeira. Isso tem nome e se chama crime de lesa-pátria.
Não mais do que 1% dos 207,7 milhões de brasileiros detém 30% das riquezas do Brasil. É essa a única parcela da sociedade que vai lucrar com a privatização dos recursos energéticos e das nossas empresas estratégicas que, em países com EUA, Alemanha e Japão, foram fundamentais para induzir e estruturar os desenvolvimentos econômico, político e social.
Quem construiu as redes ferroviárias e telegráficas dos EUA foi o governo de George Washington. A agricultura americana é subsidiada da preparação do solo até o embarque no porto. Durante a unificação alemã, criou-se todo tipo de barreiras de Investimento Estrangeiro Direto, da mesma forma como se deu no Japão, até o fim da Era Meiji, período em que foram investidos recursos para formar os seus próprios parques industriais, com o desenvolvimento de tecnologia própria.
Essas ferramentas são fundamentais para o Estado cumprir o seu papel de indutor do desenvolvimento. Foi com o uso dessas e de outras ferramentas que o PT passou o Brasil da 16ª para 6ª economia do mundo; que dezenas de milhões de brasileiros passaram a fazer três ou mais refeições diárias; que tirou o País do Mapa da Fome; que transpôs água para o semiárido; que construiu acelerador de partículas e que baixou o índice de desemprego para 4,5%. Nesse sentido, é fundamental a união e a mobilização de toda a classe trabalhadora, de todos os segmentos e setores, para impedir que se consuma esse crime contra o presente e o futuro da nação.
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