sexta-feira, 2 de março de 2018

VÍDEO – “Pode haver um ou dois vazamentos, mas não sou responsável”: o show de cinismo de Moro em Nova York.

Por Kiko Nogueira
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     Moro na feira da AS/COA com o mediador Brian Winter
Foi necessário que Sergio Moro viajasse a Nova York para ser interpelado sobre por que a Lava Jato vaza tanto para a mídia.
Em sua palestra na AS/COA, Moro foi questionado por uma jornalista da CNBC sobre as reclamações de advogados sobre as ilegalidades e a “metodologia” lavajatista.
Ela menciona os depoimentos passados para a imprensa “em questão horas”. “Seu departamento faz isso?”, pergunta. “É proposital?”

[no vídeo abaixo, a partir do minuto 38]
A resposta de Moro é um show de cinismo.
“Algumas vezes se faz uma confusão entre vazamentos e julgamentos públicos”, começa ele.
“Pode haver, durante a investigação, um ou dois vazamentos, mas posso garantir que não sou responsável por nenhum. E é muito difícil fazer uma investigação sobre vazamentos.”
Visivelmente desconfortável, ele olha para o mediador Brian Winter, da revista Americas Quarterly, editada pelos donos do evento, lembrando o caso Watergate. “Quanto tempo para descobrir o responsável?”
Pobre Deep Throat, que não tem absolutamente nada a ver o que é feito no Brasil pelo MP.
Na defensiva, desafinando, ele alega que acha “errado ter essa atenção sobre os vazamentos” diante da “corrupção”.
“Uau. O problema são eles ou o comportamento criminoso dessas pessoas? Mas, de novo, sou contra os vazamentos. Como juiz, eu tenho que obedecer a lei estritamente, mas não vejo os vazamentos como o maior problema nesse caso”.
A divulgação de informações sigilosas, que por lei deveriam ser mantidas em segredo, ocorre desde o início da operação. É sistemático.
Para citar apenas dois exemplos, a divulgação da delação de Delcídio do Amaral na Istoé foi instrumental para a deterioração da situação política do governo Dilma. A de Leo Pinheiro, da OAS, envolvendo o ministro Dias Toffoli, do STF, saiu na Veja.
Apesar do que disse nos EUA, Moro liberou para o Jornal Nacional o grampo da conversa entre Lula e Dilma em 2016, quando o e ex-presidente acabava de ser nomeado para o cargo de ministro da Casa Civil.
“Não me arrependo de forma nenhuma, embora tenha ficado consternado com a celeuma que a divulgação causou”, disse em entrevista num convescote da Veja.
“As pessoas têm ilusões sobre alguns ídolos, mas é hora de verem a verdade”, afirmou à plateia americana.
A verdade está lá fora, já gosta o pessoal do Arquivo X.

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