Por Kiko Nogueira
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Quando o deputado Carlos Giannazi oficiou ao Ministério Público Federal para que o ‘caso Alckmin’ fosse enviado para a primeira instância da Lava Jato e o braço paulista da operação saiu em disparada pedir acesso ao inquérito – uma vez que o ex-governador está sem foro privilegiado -, o vice-procurador-geral, Luciano Mariz Maia afirmou não haver provas e encaminhou o processo para a Justiça Eleitoral.
Maia afirmou o seguinte: “Quem quer que tenha prova, pode fazer a investigação que quiser. Eu não tinha prova.”
Muito bem. Sem provas, nada feito? Estranho, pois ‘convicção’ tem recebido um peso maior do que provas ultimamente.
Hoje ficamos sabendo também que Alckmin depôs ao Superior Tribunal de Justiça por escrito antes de ter seu inquérito encaminhado à Justiça Eleitoral e que tudo permanece no mais absoluto sigilo desde novembro do ano passado.
Por escrito não dá para confirmar nem se foi o próprio acusado que redigiu ou se foram seus advogados, não existe a pressão psicológica do depoimento presencial, não há câmeras a registrar se o réu hesitou antes de alguma resposta.
Mamão com açúcar, hein, Geraldo?
Ao menos dois delatores de Alckmin (Carlos Armando Paschoal e Benedicto Junior) foram ouvidos novamente há poucos dias.
Fossem delações que envolvessem pessoas alheias ao PSDB, seus conteúdos já teriam ‘vazado’ e estaríamos ouvindo falar delas 24 horas por dia nas TVs.
“Vergonha. Estou indignado, como o país todo está indignado. Mesmo sem foro privilegiado ele escapa da Lava Jato. Há uma equipe aqui em SP com onze procuradores, mas resolvem diminuir a importância do caso e classificam como algo corriqueiro de caixa dois. Há uma blindagem”, disse Giannazi, um histórico defensor do ensino público e, portanto, adversário de Alckmin que não fez outra coisa que não degradar as escolas.
Desde o começo da operação, pelo menos três executivos da Odebrecht afirmam que Geraldo Alckmin recebeu R$ 10,7 milhões e deram nomes aos bois.
Os intermediadores eram Adhemar César Riberio, cunhado de Alkmin, e Marcos Monteiro, Secretário de Planejamento na época.
O ‘Santo’ das planilhas de propinas da Odebrecht foi mencionado no âmbito da Lava Jato. Por que não será dada continuidade por ali?
Os procuradores alegam que o inquérito de Alckmin foi remetido à Justiça Eleitoral e não à Justiça comum pois há precedente para tal.
Citaram o caso de Paulo Skaf que também foi delatado na Lava Jato, cujos advogados recorreram e a Primeira Turma do STF acolheu e enviou para Justiça Eleitoral. Está surpreso que o mentor do Pato Amarelo também tenha ‘escapado’, leitor?
Convenhamos, é difícil pegar tucano.
Alckmin, Aécio Neves, José Serra, Aloysio Nunes… essa turma tem telhado de vidro. Na verdade, de cristal. Vão ficar intocados até quando? Aécio já era para estar na cadeia, não fosse Carmen Lúcia a lhe reconduzir ao posto blindado.
Geraldo Alckmin está no governo há 20 anos. Escapou de escândalos como o de roubo de merendas, conseguiu que os casos de propina no Metrô tenham recaído exclusivamente na responsabilidade das empresas envolvidas…
De fato, como já anda circulando por aí, esse tucano têm ‘moro privilegiado’.
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