quinta-feira, 5 de abril de 2018

CLACSO diz que Brasil "atropela a democracia" e alerta para risco à América Latina

O Conselho emitiu dura nota repudiando a manobra do STF, a impunidade da Globo e a declaração fascista do general do Exército. 



Jornal GGN - "Repudiamos a manobra inconstitucional da Suprema Corte que negou o direito de Lula não ser preso até que fosse condenado em última instância", publicou o Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), em dura nota, nesta quinta-feira (05).

O Conselho, com sede na Argentina, divulgou nota pública nas redes sociais criticando o resultado do julgamento do Habeas Corpus que permitirá a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e repudiando diversos pontos vislumbrados na sessão de ontem e no contexto de crise política brasileira.

"Repudiamos a intervenção golpista e fascista do comandante do Exército brasileiro, que ameaçou 'restabelecer a ordem' caso Lula não fosse preso. Repudiamos a prepotência e a impunidade da Rede Globo e dos meios de comunicação, que sempre distorceram a realidade para alcançar seus interesses econômicos e políticos", completou.

"Repudiamos Michel Temer e todos os políticos golpistas, reacionários e corruptos que conduzem o Brasil para o irreversível caminho da tirania. Repudiamos a grupos evangélicos e pentecostais que, escoltados no uso depreciável da fé, roubam, enganam e humilham os mais pobres, manipulando-os", seguiu.

O Conselho, formado por renomados especialistas, acadêmicos, pesquisadores das Ciências Sociais de toda a América Latina, disse estar "convencido" que "por trás do golpe à democracia no Brasil se encontram, além dos grupos de poder e das elites brasileiras, o governo dos Estados Unidos e os interesses econômicos de multinacionais que retiraram e continuarão a retrirar os bens e riquezas que pertencem ao povo brasileiro".

Por fim, o CLACSO afirmou que "se não nos mobilizamos para impedir a lição de tirania que hoje o Brasil revela, ela se propagará por toda a América Latina. Já vivemos momentos semelhantes. Voltaremos a viver se não impedirmos este brutal atropelo à democracia".

"O Conselho estará aonde sempre esteve em seus 50 anos de história: ao lado dos pobres, dos e das que se mobilizaram em defesa da democracia, ao lado da luta pela defesa dos direitos humanos, da Justiça social e da igualdade. Ao lado do futuro, contra esta vanguarda do atraso que nos conduz à barbarie e à opressão. Não ao golpe no Brasil", conclui. 

Leia a nota oficial:

Brasil no caminho da tirania
• Recusamos a manobra inconstitucional da suprema corte que nega o direito que Lula tem de não ser preso até que seja condenado em última instância.
• Recusamos a intervenção golpista e fascista do comandante do exército brasileiro que ameaçou com "Restabelecer a ordem" no caso de Lula não ser preso.
• Rejeitamos a prepotência e a impunidade da rede globo e dos meios de comunicação que sempre têm a realidade para alcançar os seus interesses económicos e políticos.
• Recusamos o Michel Temer e a todos os políticos golpistas, reaccionários e corruptos que conduzem o Brasil pelo irreversível caminho da tirania.
• Rejeitamos os grupos evangélicos e pentecostais que, blindado em um uso desprezível da fé, roubam, enganam e humilham os mais pobres, tratada.
• Estamos convencidos que por trás do golpe para a democracia no Brasil se encontram, além dos grupos de poder e das elites brasileiras, o governo dos Estados Unidos e os interesses económicos de multinacionais que saquearam e continuarão saqueando os bens e as riquezas. Que pertencem ao povo brasileiro.
• Estamos convencidos de que, se não nos mobilizamos para o impedir, a lição de tirania que hoje ministra o Brasil se espalhará por toda a América Latina. Já passámos por momentos semelhantes. Voltaremos a viver, se não impedirmos este brutal atropelo à democracia.

Clacso estará onde sempre esteve nos seus 50 anos de história: do lado dos pobres, dos e das que se mobilizam em defesa da democracia, do lado da luta pela defesa dos direitos humanos, a justiça social. E a igualdade. Do lado do futuro, contra esta vanguarda do atraso que nos conduz à barbárie e à opressão.
Não à fraude no Brasil.

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