sábado, 11 de agosto de 2018

O “cascatão” da Justiça, um poder sem pudor



Na esteira do reajuste “chapado” do Judiciário autoconcedido anteontem, ontem foi a vez do Ministério Publico doar-se um reajuste nos vencimentos.

Calma, porque não vai parar aí: vem uma chusma de ‘gravatinhas’ atrás: parlamentares, procuradores, auditores, toda aquela gente que se proclama guardiã da moralidade pública. Ah, sim, virão também os delegados e toda a corja que se arroga em campeã da honestidade.

No Rio de janeiro, quebrado,

Não, não estou pregando “sacerdócio” aos meritocratas e muito menos a redução do servidor público à pobreza franciscana.

Apenas reflito sobre a capacidade de que essa gente possa trabalhar, efetivamente, para a redução das injustiças, quando passa a aceitar que a satisfação de seus interesses pessoais , que consideram legítimos, nada tenha a ver com a penúria coletiva.

Todos alegam que vão cortar o correspondente a seus aumentos de benefícios em outras despesas, mas despesas que têm a ver com a sua própria capacidade de exercerem a função pela qual são regiamente pagos.

Porque cortar naquelas que fossem supérfluas seria, antes, um dever de quem prega a austeridade no uso dos recursos públicos.

As carreiras de Estado são, obviamente, presas à natureza do Estado. Se o queremos igualitário, equilibrado socialmente, assim também elas devem ser.

Do contrário, estaremos admitindo que, dentro do Estado, formem-se subdivindades, com o poder da verdade, às quais o povo tenha de prestar tributo, em sua miséria.

Todos os governantes que se opuseram a isso enfrentaram o ódio desta casta.

No seu governo no Rio de Janeiro, mesmo um mecanismo suave e progressivo de equalização de vencimentos proposto por Leonel Brizola aceitaram. Derrubaram na Justiça – ora, ora, poderia ser diferente?” – a figura do “redutor remuneratório”, uma espécie de gatilho que podava em 20% o valor dos reajustes para as categorias mais bem pagas em relação ao concedido à generalidade do funcionalismo. Por exemplo, se o reajuste geral fosse de 10%, para estas categorias seria de 8%. Nada draconiano, portanto.

Agora, a situação é pior, muito pior.

Não é preciso dizer que delegados, promotores e juízes se tornaram donos da vida política do país, decidindo, como césares, com seu polegar quem deve viver e quem deve “morrer”, sepultado pelo noticiário dos jornais.

Se nos deprime e revolta, o episódio a uma coisa ao menos serve: evidencia a falta de sensibilidade e de espírito público desta casta.

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