Qual tem sido o papel dos grupos religiosos na promoção da candidatura de Jair Bolsonaro no Brasil? Para Frei Betto, famoso teólogo brasileiro entrevistado pela Sputnik, tem sido muito grande; "toda a campanha de Bolsonaro foi montada por setores evangélicos dos EUA; há um grupo de extrema-direita de origem americana, o Instituto Millenium, representada pelo economista Paulo Guedes, que opera no Brasil para organizar e treinar uma geração de jovens de direita muito beligerante"
Sputnik Brasil - Qual tem sido o papel dos grupos religiosos na promoção da candidatura de Jair Bolsonaro no Brasil? Famoso teólogo brasileiro entrevistado pela Sputnik acredita que tem sido muito grande.
Em uma conversa com a Sputnik Mundo, o teólogo Frei Betto assegurou que um possível governo de Jair Bolsonaro terá um alinhamento estreito com Washington. Além disso, ele apontou para a atuação de grupos evangélicos estadunidenses e os do Instituto Millenium, um think tank ligado ao economista neoliberal Paulo Guedes e chefe da agenda econômica do capitão, na campanha do candidato do PSL, que aspira a tomar o poder no Brasil.
"Há um interesse elevado de Trump para que Bolsonaro seja eleito. Porque, possivelmente, Jair Bolsonaro iria romper as relações com Cuba e Venezuela e mudaria a sede da embaixada brasileira de Israel para Jerusalém", disse Frei Betto, um dos maiores representantes da corrente Teologia da Libertação, em relação ao hipotético governo do candidato de direita.
Aliás, Frei Betto sublinhou que os Estados Unidos apostam fortemente em uma vitória de Bolsonaro no segundo turno, e na verdade já colaboraram com o candidato através de canais não oficiais.
"Toda a campanha de Bolsonaro foi montada por setores evangélicos dos EUA. Há um grupo de extrema-direita de origem americana, o Instituto Millenium, representada pelo economista Paulo Guedes, que opera no Brasil para organizar e treinar uma geração de jovens de direita muito beligerante", opinou.
O autor do famoso livro "Fidel e a Religião: Conversas com Frei Betto" referiu-se às consequências que um eventual governo de Bolsonaro, famoso defensor da última ditadura militar no Brasil, poderia acarretar.
"Esta onda fascista no Brasil se produz por não ter sido feito aquilo que fizeram na Argentina, no Chile e no Uruguai: condenar os militares responsáveis pela ditadura.
Teremos o retorno das mesmas pessoas da ditadura, com a mesma ideia se segurança nacional. Isso vai ter um reflexo claro na política continental e internacional. Todas essas pessoas [apoiantes da ditadura] estão apoiando Bolsonaro", advertiu Frei Betto
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