terça-feira, 23 de outubro de 2018

Sem medo, somos muitos mais



Temos ainda um trunfo nestes últimos dias, mesmo quando uma imprensa vil e uma Justiça acovardada fazem tudo parecer perdido.

Explico os adjetivos, antes de falar do trunfo.

Imprensa vil, sim, porque premia com o cancelamento do último debate entre os candidatos aquele que quer se esconder, fugir, alegando inconveniências médicas que não existem quando vai visitar quartéis e delegacias, numa afronta à lei eleitoral e ao apartidarismo necessários a órgãos públicos como estes.

Justiça acovardada porque, diante das bofetadas desferidas pelo “garoto” de 1,8 milhões de votos gagueja defesas formais e inefetivas.

Mas nossos trunfos reside, justamente, em sermos diferentes desta gente.

O que nos anima não são cargos, não é dinheiro, muito menos é a morte, a violência, o sofrimento de quem quer que seja.

A ideia de banir brasileiros deste país é, para nós, tão sórdida que nem para os que ameaçam ser estes algozes a queremos.

Nós temos os olhos no futuro, eles os têm num passado que – pior ainda – nunca existiu.

Nós queremos unir, convencer, reconhecemos erros – embora todos os críticos calem sobre os acertos – e colocamos os interesses da coletividade acima dos nossos.

Eles carregam o egoísmo como marca.

Nós reclamamos da Justiça, até nos termos mais duros, mas respeitamos a lei

O líder fascista não respeita a lei, como diz muito bem o jornalista José Roberto de Toledo: “ele é a lei”. “Quem diverge do líder fascista não é, portanto, opositor, mas criminoso. Como criminoso, não tem direitos, mas três destinos: cadeia, banimento ou coisa pior”.

É por isso que você pode falar àquelas pessoas que ainda não estão mortalmente contaminadas pelo ódio.

Fale, converse, apele se necessário. Invoque o direito de todos a viverem com liberdade, a viverem no Brasil e, até mesmo, a viverem sem serem massacrados por bordunas ou balas.

Pergunte aos seu interlocutor se ele acha que, depois de entrarem nos palácios, fuzis e baionetas vão se retirar calmamente ao final de seu turno.

Indague se ele se sentirá seguro com uma polícia com licença para matar quando quiser.

Questione se pode defender a vida e a família aquele que faz apologia da morte, da tortura, do estupro, de sandices do tipo “matar 30 mil”.

Use a razão. Pergunte o que é melhor, correr o risco de errar e poder consertar ou errar e nunca mais ter o direito de discordar.

Nós podemos falar, eles só podem rosnar, como o próprio Bolsonaro está fazendo e, nas poucas vezes em que é confrontado, foge e silencia.

Peça um voto pela vida, deixe que eles o peçam pela morte.

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