De repente, não mais que de repente, nos jornais desapareceu a guerra entre a Câmara dos Deputados e Jair Bolsonaro, que ontem estava a ponto de xingarem as respectivas mães.
O dólar cai, a Bolsa dispara – nem tanto, certo, mas pelo menos ao dia inaugural da crise – sai um relator para a CCJ, ainda que inexpressivo e sem poder de arrastar outros partidos e se anuncia a volta do clima de “agora a coisa vai”.
Como não há notícia de que Jesus tenha subido n’alguma goiabeira da Praça dos Três Poderes, nem que o presidente tenha resolvido dar o que eles querem, de uma hora para outra e em grandes quantidades, alguém puxou os cordéis dos bonecos desta cena ou a cena é, simplesmente, falsa.
Volto aqui à velha citação da 1ª Lei de Newton, a que dis que os corpos tendem a permanecer parados ou em movimento salvo se uma força aja sobre eles.
Como não creio que esta força tenha vindo, assim, rápido, da “mão invisível do mercado”, prefiro a hipótese da pantomima.
Do que, aliás, tem cheiro, desde que começou como uma “briga com a namorada” e evoluiu até o escracho da “velha política”.
O problema, como já disse aqui bem antes, é que na política, como é agora também na Física, é que as coisas não são como parecem mas, em certa medida, a existência dos fenômenos depende de serem observados, isto é, parecerem.
Bolsonaro, que nem tanto quer além de fingir interesse por uma reforma rápida e pesada, segue em sua linha de empurrar o impasse para o parlamento.
Maia, que a quer perfilhar para consolidar-se como o “homem do mercado” e um neoestadista – valha-nos Deus por sermos um país onde isso é um estadista – não pode a fazer andar tão depressa que a reforma seja de Bolsonaro, nem tão devagar que ele próprio lhe seja o padrasto.
O rechonchudo Presidente da Câmara deveria ouvir mais seu pai, César, o criador daquilo que encontrou em Bolsonaro a sua mais perfeita tradução: os factóides.
Ele fez a guerra pública como fez a paz publicada.
Que continua dependendo de uma tuitada para ser rompida.
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