sexta-feira, 22 de março de 2019

A MORTE DE FIDEL CASTRO - 638 formas para matar a Fidel Castro

Fidel Castro
Fidel Castro durante sua visita a Nova York em 1959 AP

Líder cubano está no livro 'Guinness' por ter sofrido centenas de tentativas de assassinato, que foram de doces envenenados a cigarros explosivos

JACOBO GARCÍA / México

De todas as mortes que esperavam para Fidel Castro, a que o acometeu na noite de 25 de novembro era a menos desejada por seus inimigos. Atiradores de elite, charuto com veneno, uma roupa de mergulho com bactérias, explosivos e um produto químico para que caísse a sua barba foram algumas das exóticas formas planejadas por seus inimigos para acabar com a vida do líder da Revolução Cubana.

Em 2007, a CIA revelou cerca de 700 páginas de documentos relativos ao período compreendido entre 1953 e 1973 com informações sobre tentativas de assassinato do líder cubano. Segundo o The Washington Post, incluíam dados de “ao menos oito tentativas de assassinato de Castro entre 1960 e 1965”. No entanto, as autoridades cubanas falam de números muito maiores: mais de 600 operações, conspirações fracassadas ou tentativas de homicídio abortadas.

O próprio Fidel Castro contribuiu para alimentar o mito sobre ser imbatível. “Realmente não foram 30, nem seis, foram… 300! Porque não se pode contar apenas os planos que a CIA organizava lá: comprar uma bomba, um fuzil para matar um elefante, uma caneta que dispara um dardo e envenena, uma máscara que produz não sei quais toxinas e outras coisas”, disse em um discurso na Assembleia em 1993.

Castro acusou a CIA, os antirrevolucionário e o ex-agente da CIA Luis Posada Carriles por todas essas tentativas de homicídio.

No entanto, o desejo de acabar com sua vida havia começado muito antes, quase desde o dia de sua detenção. “Temo pela vida do meu irmão, tramaram um perigoso plano secreto para assassinar Fidel. Eu proponho que se suspenda esse julgamento”. Raúl, o mais novo dos Castro, defendeu seu irmão ante o tribunal que os julgava em 1953 pela ofensiva ao quartel de Moncada.

Desde esse dia, de Eisenhower a Clinton, passando por Kennedy, Johnson, Nixon, Carter, Reagan e Bush (pai), foram utilizados os métodos mais disparatados para assassiná-lo, dignos dos melhores romances de espionagem.

Canetas explosivas, máscaras de mergulho contaminadas, sorvetes envenenados, bombas colocadas sob o chão, fuzis de longa distância ou charutos intoxicados fazem parte da longa lista de tentativas detalhadas no livro A Guerra Secreta, escrito por seu antigo chefe de inteligência Fabián Escalante.

Um dos atentados mais peculiares foi dirigido contra sua barba, ícone dos revolucionários. Segundo um informe de 1975, os EUA acreditavam que parte do magnetismo de Castro ante seu povo residia em sua barba. A CIA pensou que a queda da barba mostraria aos cubanos um Castro frágil e derrotável, e por isso cogitou colocar sulfato de tálio em seus sapatos ou em um de seus charutos. O produto absorvido ou inalado pelo líder cubano provocaria a queda do pelo. Um plano que, no fim, não foi executado.

Outra das propostas consistia em colocar LSD em uma estação de rádio onde Castro se dirigia aos cubanos, e assim fazer com que ele enlouquecesse. Ou colocar um caracol marinho explosivo brilhante em uma das áreas favoritas de Castro para mergulhar. O molusco explodiria no momento em que o líder cubano tocasse para vê-lo de perto.

Em 1975, o Senado dos EUA confirmou que havia provas concretas “de um plano para derrubar Castro com um traje de neoprene forrado com esporos e bactérias que provocariam uma grave doença na pele (ou talvez até algo pior)”. O plano fracassou quando Castro recebeu de mãos norte-americanas uma roupa de mergulho diferente.

No entanto, a opção favorita dos EUA sempre foi o charuto cubano, fosse com veneno ou com explosivos, devido à fraqueza de Castro pelo tabaco. Uma das primeiras tentativas de homicídio foi no hotel Waldorf-Astoria, durante a histórica viagem de Castro a Nova York em 1961. O comandante deveria acender um charuto em seu quarto que explodiria e faria sua cabeça voar. Um plano que no fim também não foi realizado.

Mas, segundo seu ex-chefe de inteligência, o mais próximo que a CIA esteve de matar Fidel Castro foi em 1963, quando quase conseguiu fazê-lo beber um drinque mortal. A tentativa fracassou quando a pastilha que deveria envenenar o drinque ficou presa na geladeira do Hotel Hilton de Havana, derramando seu conteúdo e com ele a melhor opção para assassiná-lo.

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