sábado, 9 de março de 2019

A sorte de Lula não ter sido um acadêmico

Ricardo Stuckert / Instituto Lula


Nós temos uma vocação imensa para sermos explorados. É muito difícil se libertar disso. É atávico.

Por exemplo: o segmento mais democrático diz que as mulheres deveriam ter o salários iguais aos dos homens. Parece muito justo, não?

Não. Elas deveriam ganhar muito mais. Porque é preciso fazer uma reparação histórica depois de séculos de exploração, violência e exclusão.

Exigir o que nos é devido enquanto sociedade não é trivial. Na maioria das vezes, nós achamos que estamos gritando por nossos direitos, mas estamos apenas reproduzindo o direito 'deles', das elites escravocratas, violentas e burras.

Nós fazemos o serviço para 'eles', até porque, 'eles' não têm capacidade intelectual para se perpetuarem na posição de pisotear trabalhadoras e trabalhadores. São fracos cognitivamente, apenas detém os meios de produção material de riqueza.

Quando aparece alguém para avisar sobre esse protocolo de reprodução dos meios de exclusão e violência, mascarados pelo discurso da institucionalidade, esse alguém é imediatamente eliminado (ou preso, ou proscrito, ou silenciado).

É muito perigoso avisar sobre a verdade que nos constitui enquanto sujeitos históricos.

Nós estamos querendo muito pouco. O mundo tem riqueza demais para produzir essa miséria que se perpetua e que aumenta.

Aliás, é essa miséria que cria as condições para que a manutenção do poder se dê em termos "explicáveis" e "aceitáveis".

Gustavo Conde

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