O fato de Jair Bolsonaro ter ascendido à presidência da República tendo como núcleo de seu apoio político falanges agressivas, fanáticas, e que acham que a política é destruir, dizer que prendam ou morram quem lhes ousar contestar, mesmo que ponderadamente, traz uma facilidade para quem analisa as opções deste governo, infelizmente.
É que, numa rápida ronda pela internet, fica fácil ver como eles reagem diferentemente às direções políticas que lhes dão o capitão e os seus articuladores políticos.
Flávio Bolsonaro e Joice Hasselman, na redes sociais, e Ônyx Lorenzoni, fora delas, entraram hoje de bombeiros na fogueira que arde na Câmara.
O resultado, nelas e naquele site que chamo de O Bolsonarista foi uma enxurrada de impropérios e ameaças ao presidente da Câmara.
Fora delas, um almoço de Ônyx com o presidente da CCJ e o líder do PSL, que engoliram a promessa de que, na segunda-feira, começam a sair as nomeações que, claro, não saíram em 80 dias de governo.
Que se resolvam uma ou outras situações, a esta altura, nem a “Velhinha de Taubaté” acredita.
O ex-capitão não deu, não dá e não dará qualquer sinal cibernético de pacificação, embora possa simulá-los em entrevistas e eventos.
Já escrevi aqui, várias vezes, que a sustentação de Jair Bolsonaro depende mais de um clima de ódios do que de um programa – ainda que de direita – de governo.
Este clima habita a internet.
É mais importante a ele conservar o fanatismo que aprovar qualquer medida, mesmo a reforma que sabe ser a exigência aparente do “mercado”.
Aparente, porque a real é dinheiro e nesta ele está disposto a ser pródigo. E, claro, para destruir as forças que o “mercado” não aceita, embora lhe tenham sido suaves por quase década e meia.
O pedido de Rodrigo Maia feito hoje, no Jornal Nacional, para que Jair Bolsonaro dedique “mais tempo para cuidar da Previdência e menos tempo para cuidar do Twitter” é inócuo.
Pois o Twitter é a base governista para Bolsonaro e dela ele não se afastará.
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