Parecia um joguete, mas era burrice, maldade, incompetência mesmo. A Terra é plana, Jesus subiu mesmo na goiabeira e o aquecimento global vira obra marxista
Por ARMANDO COELHO
Por Armando Coelho Neto
Fato 1 – Foi o legendário Leonel Brizola quem contou a história. Não sei onde está escrito, mas lembro da entrevista. Estava criticando a esquerda de um passado não tão remoto e a inabilidade desta em lidar com temas que teria obrigação de conhecer, em chegando ao poder. Análises estruturais, mapeamentos de órgãos, pontos que precisariam estar sob controle das forças revolucionárias. Irônico com a esquerda, foi violento com a direita, elegendo como símbolo a matilha dos Marinhos. Foi ela que, em conluio com a Proconsult, tentou fraudar as eleições de 1982 ao governo do Rio de Janeiro, para impedir a vitória de Brizola. Era o coronelismo eletrônico dos Marinhos foi levado ao extremo.
Marinhos de lado, Brizola disse que durante a revolução cubana, a militância resolveu criticar o capitalismo. As pastas de dentes tinha creme a menos, fato de pronto atribuído à ganância do capitalismo selvagem. “Estão vendo? Até nisso roubam os pobres!”, diziam inflamados os socialistas apoiadores da revolução. Entre as providências, disse Brizola, os tubos de pastas de dentes passaram a ser completos. Cheios de cabo a rabo, pouco tempo depois, os tubos começaram a explodir. Só então constataram que os tubos cheios não eram construção diabólica do capitalismo e que o espaço vazio servia justamente para que, no calor, a pasta se expandisse e evitassem a explosão dos tubos.
Fato 2 – Em linha parecida, o jornal Folha de S. Paulo publicou matéria quando André Franco Montoro se tornou governador, em 1982, na primeira eleição direta para o cargo, após vinte anos de ditadura. Muitos alheios até quanto à estrutura do Palácio dos Bandeirantes, os novos ocupantes da “corte” entravam em armários pensando se tratarem de salas ou compartimento qualquer, talvez uma saída ou acesso para algum lugar. Não, disse o repórter: eram portas de armários mesmo e eles não sabiam. O fato, talvez real, fora usado pelo jornal para desacreditar a capacidade de Montoro e sua equipe, para governar a locomotiva do País. Afinal, sequer conheciam o mapa do palácio.
Fato 3 – João Dória. Para uns prefeito, para outros “prefake”. Para a história, mais um rábula da exploração da inocência popular. Mas, tão logo “assumiu” a prefeitura de São Paulo, Dória resolveu pintar a cidade de cinza e apanhou muito por isso. Artistas, quase artistas, simples críticos da nova fraude eleitoral escracharam o político. A cor cinza agredia o bom gosto e a cidade, mas tudo não passava de um golpe do fajuto marqueteiro, que surpreendeu a todos com um “belo” jardim nas paredes e muralhas da Av. 23 de Maio.
Fato 4 – Veio o golpe de 2014 com supremo e tudo. No pacote: as Macabéas da PF/MPF/STF e o nacionalismo zumbaia das Forças Armadas. A segunda opção da criminosa TV Globo venceu a farsa eleitoral de cartas marcadas. O Bozo venceu de dentro de um hospital, sob a desculpa de um falso “atentado”.
Fato 5 – Na minha roda de amigos, mesmo indignado com a fraude “bolsocômica”, eu arriscava: esse cara pode surpreender! O jardim do Dória não me saia da cabeça. O fantoche do Trump pode surpreender. Espumando, imaginava que no dia 1º de janeiro, o Bozo faria um anúncio-surpresa capaz de chocar a todos e jogar às ditas esquerdas de quatro no chão. Cheguei a imaginar uma fala hipócrita: “fui mal interpretado, aqui está meu pacote de bondades para o povo… Agora, o que passou passou”, vamos ao grande debate nacional que não houve durante as eleições. Esqueçam o discurso eleitoral, o povo não será abandonado, etc. e tal. Bem-vindos negros, brancos, índios, excluídos, LGTBs e ‘todx’”. Eis meu plano!
Consolidada a farsa, eu desconfiado do que poderia estar por trás, teria que engolir a pílula dourada do Bozorópi. Junto comigo a esquerda desolada, enquanto Lula roeria dentes no cativeiro do Donald Trump, em Curitiba. Ledo engano!
Fato 6 – A REALIDADE. Era aquilo mesmo: o saquinho de dejetos da cintura subira “à cabeça”. Entre a pasta de dente em Cuba e o armário do Palácio dos Bandeirantes, não deu sequer o jardim de ratos, baratas e escorpiões do Dória. O Bozo não desceu da maca, digo, do palanque, e a bolsinha coletora de dejetos virou símbolo de um Brasil envergonhado. O estouro da pasta de dente ideológica não tardou, houve troca de cor de cadeiras no Palácio do Planalto e políticos inexperientes se enfiaram armários adentro, pois não conheciam nada de nada.
Parecia um joguete, mas era burrice, maldade, incompetência mesmo. A Terra é plana, Jesus subiu mesmo na goiabeira e o aquecimento global vira obra marxista. Entra em voga o ódio e o “fanatismo tecnocrático”, de que falam os filósofos. Uns entram no armário e de dentro deles começaram a sair esqueletos: Mariele Franco, o reitor “suicidado”, o irmão e o neto de Lula. O trabalhador garfado em R$ 8,00 do salário mínimo, vive a angústia da aposentadoria e do fim da Justiça do Trabalho. Escravidão, indígenas, trabalho infantil, Mais Médicos e saúde viram deboche. Enquanto cidadãos comuns são assassinados em nome do combate à violência, que Bozo quer aumentar liberando armas e dando licença para matar.
Cai a máscara do justiceiro de Curitiba, que se apropria do Coaf. O mesmo Coaf que escondeu as falcatruas do filho do presidente que Moro ajudou a eleger. Moro tem encontro secreto com fabricante de armas, delegados da Farsa Jato são premiados, procuradores ganham a Fundação Casa de Mãe Joana e o Orfanato Irmãs Desvalidas da Odebrecht. Caixa 2 deixa de ser crime, corruptos falastrões ganham vozes: brasileiro no exterior vira canibal e ladrão de sabonete de hotel. Bozo reforça o insulto com a baba caindo nas botas de Trump. Vexame nos EUA e Davos, parte pra Israel onde dá show de gafes, provoca o mundo árabe com escritório/embaixada em Israel. O filho do Bozo provoca grupo terrorista, enquanto o Brasil perde mercado para Arábia Saudita, Rússia, China e Venezuela.
Laranja e milicianos circundam os porões palacianos, enquanto o ódio alimenta cadelas do fascismo. Nem pastas de dentes, nem armários, nem o criadouro de baratas e ratos de Dória. O diversionismo manipulatório pauta a imprensa com “golden shower”, conge, conja, ventrículo – forma de ocultar laranjas, milícias, mandantes do assassinato de Marielle Franco, cheque conta de Michele Bozo. Mas, o emprego do filho do vice morde-assopra está garantido. Ministros corruptos, operações lesa-pátria na Embraer, Boeing, Petrobras, Alcântara, Amazônia, Pantanal…
E assim se passaram cem dias, de um louco que fazia xixi na cama, não nasceu para ser presidente, e quer declarar guerra à Venezuela…
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