quinta-feira, 4 de abril de 2019

Crônica da rasteira de Trump em Bolsonaro, por Rui Daher

Diante de um planeta ameaçado pela maior potência econômica e bélica, presidida hoje por um ideólogo do “olhar apenas para o próprio umbigo”, vamos dar-lhe o mole de entregar nossos privilégios na OMC para entrar na OCDE?



Apenas esqueçam da nossa cultura, que essa vocês não levam

Sabem aquele gajo que faz um empréstimo no banco, compra uma camisa polo com largo brasão, aluga um carro bacana e leva a garota que pretende conquistar a jantar em restaurante luxuoso de sua cidade? Se em São Paulo, por exemplo, o Fasano.

Pois bem, assim é participar da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, organização internacional de países ricos (36) que aceitam a democracia representativa e a economia de mercado.

Se me acham de esquerda, leiam Delfim Netto

Foi fundada em 1961, por países europeus. Por óbvio, logo aceitaram os EUA, Canadá e Japão, que bobos não são. Ou são? A China não faz parte da OCDE. Creio nem fazer questão. Já, o Brasil do “Mito”, faz. Ou melhor, não sabe o que faz.

Um outro gajo persegue todos os seus direitos econômicos e provoca contenciosos sempre que prejudicado em sua vida pelo que acontece no comércio internacional. Não se preocupa em parecer pobre. Esfarrapado sabe que não é. Assim ganha benefícios e proteção na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Nela, um pobre, como nosso segundo personagem, pode reclamar da cafona rede de lojas daquele careca que força funcionários a votarem em quem ele quiser.

A OMC sucedeu ao GATT, um acordo mundial de tarifas que regulava o comércio internacional. Foi criada em 1995, portanto mais aggiornata à globalização, o novo ciclo do capitalismo e representação do imperialismo, conforme Eric Hobsbawn (1917-2012).

Está sediada em Genebra, na Suíça e, hoje em dia, é liderada pelo brasileiro Roberto Azevedo, como a FAO, braço da ONU para agricultura e alimentação, é dirigida por José Graziano da Silva. Feitos de um governo respeitado, mas que terminou por um golpe de Estado.

O Brasil já se aproveitou disso, como no caso do painel da gasolina, contra os Estados Unidos, e os mais recentes painéis do açúcar contra a União Europeia e do algodão contra os mesmos EUA. Quando não ganha, pelo menos tem a quem reclamar.

Diante de um planeta ameaçado pela maior potência econômica e bélica, presidida hoje por um ideólogo do “olhar apenas para o próprio umbigo”, vamos dar-lhe o mole de entregar nossos privilégios na OMC para entrar na OCDE?

Assim que Donald Trump recebeu Jair Bolsonaro, pensou, tá feito. “É um tonto, como aqueles que se querem fazer de ricos. Vou enrabá-lo! Pedir que traga ao “Oval” filhos, netos, amantes, quem quiser. Como norte-americano, é minha obrigação trazer para os EUA as riquezas do Brasil”.

E assim será! Apenas esqueçam da nossa cultura, que essa vocês não levam.

E viva Elza Soares!

https://www.youtube.com/watch?v=JKdCBrD7jIE

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