domingo, 16 de junho de 2019

'Eu antes era herói': paródia do Zorra Total é mais corrosiva que editorial do JN


Por Alex Solnik

"Eu antes era herói".

Começa assim a paródia de "João e Maria", de Chico Buarque.

Quem canta é um executivo parecido com Moro, sentado à mesa, olhando um álbum de fotografias.

"E dava até palestra em inglês" continua.

"O pai dos três playboys me nomeou para agradar vocês", afirma.

"Eu já vazei informações/ mas foi com boas intenções", confessa.

"Agora me ferrei/ pra que eu fui deixar de ser juiz/? seguiam minha lei/ faziam tudo do jeito que eu quis".

Quando a letra diz "e você fez power-point pra me bajular" entra em cena um personagem parecido com Dallagnol.

Em pé ao lado de "Moro", "Dallagnol" canta:

"Não, não chore não/ porque vazaram o nosso segredo/ um bando de espião/ a serviço de um partido".

Finalizam cantando em dueto:

"Talvez agora a gente perca o emprego/ pois quem com grampo fere/ com grampo também será ferido".

Transmitida no programa "Zorra Total", da Rede Globo, ontem à noite, a paródia só foi ao ar depois de passar pelo crivo dos irmãos Marinho.

Ela é mais corrosiva que qualquer editorial do Jornal Nacional e fere de morte a imagem do ministro da Justiça junto ao povão, que constitui a maior audiência do humorístico.

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