sábado, 10 de agosto de 2019

Documentos mostram que acordo secreto com o Paraguai começou por iniciativa do governo Bolsonaro



Novos documentos mostram que acordo secreto de Itaipu começou por iniciativa do governo Bolsonaro

Segundo jornal paraguaio, está evidente que o governo do Brasil tomou frente em todo o processo de negociação do acordo bilateral


Documentos publicados, nesta sexta-feira (9), pelo jornal paraguaio ABC Color, mostram que, no dia 27 de março deste ano, a embaixada do Brasil no Paraguai propôs uma reunião no dia 11 de abril para “estabelecer um cronograma da energia de Itaipu a ser contratada em 2019”.

Segundo a publicação, o governo do Brasil tomou frente em todo o processo de negociação do acordo bilateral de Itaipu, escolhendo as datas, os itens a serem negociados e redigindo toda a proposta do acordo.

No dia 4 de abril, outro documento oficial mostra que o Brasil já havia declarado à chanceleria paraguaia os benefícios que esperava ter com o acordo bilateral.

Em resumo, o texto coloca que a intenção do Brasil era “superar a atual divergência entre a ANDE e Eletrobrás sobre a contratação de energia da usina de Itaipu”, completando que, na reunião do dia 11, o governo brasileiro “pretende tratar não apenas de estabelecer o cronograma de energia de Itaipu a ser contratado durante o ano em curso, mas também abrir discussões sobre outros pontos”.

A reportagem relata que participaram da reunião o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais das Américas, o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, a diretora do Departamento de América do Sul e sua assistente e o chefe do setor de Energia da embaixada brasileira.

Já no dia 16 de abril, o Brasil mandou ao Paraguai toda a proposta que foi firmada na reunião anterior.

Então, convocaram novas reuniões em Brasília para os dias 22, 23 ou 24 de maio para finalizar o acordo.

No entanto, quando chegou o dia da reunião, técnicos da ANDE não estavam presentes, apenas negociadores da chancelaria paraguaia.

Somente no dia 4 de junho o documento assinado na reunião em Brasília chegou ao conhecimento de Pedro Ferreira, ex-diretor da estatal paraguaia.

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