Em entrevista exclusiva ao vivo com a Revista Fórum, presidente deposto no golpe acusa Estados Unidos de não aceitar projeto boliviano de industrialização do lítio
Evo Morales - Foto: Reprodução/Twitter
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A Revista Fórum realizou neste sábado (4) uma entrevista exclusiva com Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, desposto no golpe de Estado de 10 de novembro de 2019. Segundo o líder socialista, a ação que terminou com seu mandato foi “um golpe ao índio, ao modelo econômico e um golpe ao lítio”.
Segundo Morales, “o golpe ao lítio é porque temos as maiores reservas de lítio do mundo, maiores que as do Chile e da Argentina, e tínhamos um projeto de industrialização do lítio por conta própria, e os Estados Unidos não perdoaram essa nossa política. Estávamos experimentando já com plantas piloto para fabricação de baterias de lítio e outros produtos com valor agregado. Assim, poderíamos ter mais soberania na hora de definir o preço internacional do produto”.
Em seguida, disse que “o golpe ao modelo econômico é porque nós demonstramos que outra Bolívia é possível. Durante meus 13 anos de mandato, em 6 a Bolívia teve o maior crescimento da América Latina, e isso sem o apoio de organismos financeiros, como o FMI (Fundo Monetário Internacional). Nosso governo provou que uma outra Bolívia é possível, com um projeto de desenvolvimento social”.
Finalmente, explicou que “o golpe é ao índio porque é baseado em políticas racistas fascistas do passado, com o claro apoio dos Estados Unidos. Os golpistas foram estimulados por uma consigna de `morte ao índio´, `morte a Evo´, morte aos símbolos das comunidades camponesas e povos originários da Bolívia”.
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