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Jornal GGN – O economista Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia em 2001, afirma que a crise do coronavírus mostra que os líderes emergentes da negação da política revelam-se oportunidades e focados em seus projetos eleitorais, e suas posturas poderão trazer consequências desastrosas para a população.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Stiglitz é especialmente crítico com o americano Donald Trump. “Em primeiro lugar, pessoas como Trump são interessadas na sua própria reeleição, no seu próprio poder, e isso torna difícil descobrir o que de fato apoiam. Não apoiam nada. Não há um princípio conservador. Não há princípios”.
“Devemos enxergar o que eles têm feito não como algo baseado em um conjunto de princípios ideológicos coerentes, mas como um oportunista tentando lidar com a situação. No começo ele pensou que poderia apenas negar, dizer que está tudo bem. A razão de o avanço da doença estar tão grave é porque não fizemos nada por muito tempo”, diz Stiglitz, em um posicionamento que também pode ser aplicado ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um seguidor cego daquilo que Trump prega.
O economista, que também é professor da Universidade de Columbia, explica que a atual crise mostra a importância de existir um equilíbrio entre a economia e a ciência. “É notável a rapidez com que conseguimos analisar o vírus e descobrir de onde ele veio, desenvolvendo o teste. E toda a ciência é baseada em apoio governamental”, observa. “No Brasil e nos Estados Unidos, temos governos que não acreditam em ciência e estamos vendo as consequências.”
Stiglitz ressalta que, se você não salvar pessoas, a economia será devastada. “Basicamente, a economia se encaminhará para a paralisia se não pararmos a pandemia. Por isso, é uma boa decisão colocar a prioridade nas pessoas e controlar a pandemia”.
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