O país da dissimulação
por Izaías Almada
“O mundo não será mais o mesmo depois do novo Coronavírus”. A frase vai se tornando uma espécie de lugar comum em muitos artigos e opiniões sobre essa terrível pandemia que ceifa diariamente milhares de vidas em muitos países.
A também velha imagem de um esqueleto com uma capa preta e coberto por um capuz, carregando uma ceifadora, ganha uma atualidade assustadora.
Na verdade o mundo sempre será diferente a cada dia que passa não só por causa do novo coronavírus. Com a pandemia, contudo, resta saber se o peso da balança penderá para um novo mundo mais confiável e justo para os bilhões de seres humanos que o habitam. Ou se será pior.
Ao considerar o atual estágio do capitalismo e sua economia “neoliberal” o panorama não é lá dos mais promissores.
Há cem anos a chamada “Gripe Espanhola”, cujo vírus recebeu o nome de batismo Influenza, matou milhões de pessoas pelo mundo. Há cem anos, repito. Quais foram os avanços da ciência em um século? Com certeza muitos e maravilhosos. Mas…
Em outras palavras: o mundo gira (que me desculpem os terraplanistas), a Lusitana roda…
E o Brasil?
Bem, o Brasil elegeu o Jair após a maracutaia jurídica de nome Lava Jato que, segundo seus procuradores e defensores iria livrar o Brasil da corrupção. Muitos incautos acreditaram.
E, com o perdão da palavra, a ELITE brasileira, com a ajuda de seus principais órgãos de informação tirou Dilma Rousseff da presidência, mandou o ex-presidente Lula para a cadeia e ajudou a eleger o ínclito Jair, que logo se cercou de militares por todos os lados.
Ressuscitaram até o Roberto Jefferson. Inacreditável. O homem até já tirou foto com arma na mão para puxar o saco do novo chefe. A desinfecção para exterminar o Covid-19 não pode esquecer também da desratização.
E o cidadão Ciro Gomes? O homem é macho. Com ele o Brasil não precisa temer nem o Covid-19. O problema é que, na hora H, Ciro costuma ir passear na Europa. O que ele gosta mesmo é de bater no PT e no Lula, funcionando como uma espécie de reserva moral da Lava Jato, aquela operação que iria acabar com a corrupção no Brasil.
Aliás, por falar nisso, onde será que foram parar aquelas malas repletas de dinheiro encontradas em um apartamento na cidade de Salvador?
Já dizia o poeta Jorge Bem Jor: “Moro, num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza…”.
Bonito por natureza penso que todos nós concordamos, mas abençoado por Deus? Ele, que é todo poderoso, não conheceu então a turminha “braba” do PSDB? É só passar o pente fino na Suíça e em conhecidos paraísos fiscais ou, melhor ainda, em paraísos fiscais menos conhecidos.
Somos o país da dissimulação, o país de uma nota só. Até quando?
Outro poeta, Zé Ramalho, é que sabe das coisas. Vejam abaixo.
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